Confie na fidelidade de Deus

Deserto.
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O propósito do nosso deserto – Parte 3/3 

Para nos ensinar a confiar na fidelidade de Deus (v.7-10)

Meus queridos irmãos, Deus é quem fez o povo de Israel entrar na Terra Prometida (v.7). Deus é fiel às suas promessas, pois cumpre sua palavra. Neste trecho, veremos como a fidelidade de Deus se manifesta de diversas maneiras.

Descrição da Terra Prometida

Há uma detalhada descrição da Terra Prometida para os israelitas. O deserto, caracterizado pela falta de água, é contrastado com uma terra cheia de “ribeiros de águas, de fontes, de mananciais profundos, que saem dos vales e das montanhas” (v.7). A escassez de mantimento no deserto é confrontada com uma “terra de trigo e cevada, de vides, figueiras e romeiras; terra de oliveiras, de azeite e mel; terra em que comerás o pão sem escassez, e nada te faltará nela” (v.8-9). A ausência de recursos no deserto é contrastada com uma “terra cujas pedras são ferro e de cujos montes cavarás o cobre” (v.9).

Prosperidade Prometida

Isso significa, meus irmãos, que Deus prometeu prosperidade ao seu povo. A terra em que eles habitariam seria uma terra próspera, onde teriam satisfação e abundância, diferentemente da escassez do deserto. Deus cumpriu sua promessa ao inserir seu povo na Terra Prometida. Após a morte de Moisés, Josué ficou responsável por fazer o povo entrar na Terra Prometida. Em seu livro, está escrito: “Nenhuma promessa falhou de todas as boas palavras que o Senhor falara à casa de Israel; tudo se cumpriu” (Josué 21:45). Deus foi fiel no cumprimento de todas as suas promessas.

Fidelidade de Deus e Graça

Deus é fiel por causa de sua graça (v.9). O povo de Israel fracassou em se manter fiel à aliança de Deus. Eles receberam sobre si a maldição de serem espalhados pelas nações devido à sua idolatria (cf. Dt 28; 2Rs 11). Israel foi dividido e, posteriormente, exilado no período da monarquia.

Exílio e Redenção

Todavia, Israel não foi o primeiro povo exilado nas Escrituras. A humanidade foi exilada da terra por causa da desobediência de Adão, nosso representante. Israel, como um tipo de Adão, foi exilado da Terra Prometida devido à desobediência, tal como aconteceu com Adão. A consequência do exílio de Adão do Éden foi a expulsão da presença de Deus, simbolizada pelo Éden. No caso dos israelitas, o exílio significou a distância do templo, onde estava a Arca da Aliança do Senhor, que também simbolizava sua presença.

O Segundo Adão

No entanto, havia um segundo Adão e um verdadeiro israelita que tornaria a promessa da terra perpétua para nós. Por causa dos nossos pecados, nosso Senhor Jesus Cristo também foi exilado da “terra”. Quando isso aconteceu? Isso ocorreu na cruz, quando Ele disse: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” (Mt 27:46). Imediatamente, o véu que nos separava de Deus foi rasgado, de cima a baixo, para nos dar acesso novamente à sua presença.

O Descanso na Terra da Promessa

Por esse motivo, já entramos no descanso da Terra da Promessa pela fé. Está escrito em Hebreus 4:3 que “nós que cremos, entramos no descanso”. Este descanso simboliza nossa salvação e nosso repouso na graça de Deus. Contudo, ainda habitaremos em um novo céu e uma nova terra devido à vitória de Cristo. Os patriarcas pediram para ser enterrados em Canaã porque tinham a esperança da ressurreição dos mortos, não em um pedaço de terra, mas em um novo céu e uma nova terra (cf. Rm 4:13). O profeta Isaías falou de um novo céu e uma nova terra (65:17; 66:22). A recompensa dos mansos é a “terra” (Mt 5:5). O apóstolo Pedro afirmou em sua segunda carta que “nós, segundo a sua promessa, esperamos novos céus e nova terra, nos quais habita a justiça”. Por fim, João, em seu Apocalipse, viu “novos céus e nova terra” (21:1).

Conclusão

Portanto, nós, a igreja de Cristo, estamos, como os israelitas, no deserto (Ap 12:14), mas há um lugar preparado para nós. Existe um novo céu e uma nova terra que nos fará esquecer de todas as nossas maiores dores. Apocalipse 21:4 diz que seremos consolados, pois Deus “lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá; já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram”.

Todas essas bênçãos nos sobrevirão por uma única razão: Deus é fiel às suas promessas. Deus cumpriu sua promessa quanto à primeira vinda do seu Filho; Ele também cumprirá sua promessa quanto ao retorno glorioso de Cristo. Enfim, desfrutaremos para sempre de Cristo em um novo céu e uma nova terra. Nossa resposta à fidelidade de Deus será nos deleitarmos eternamente nele, louvando-o e sendo gratos pela bênção de desfrutarmos da promessa futura de um novo céu e uma nova terra (v.10).