7.3.3.4. O Seminário de Princeton
Que a igreja e a Academia sobrevivam – Benedict Pictet (1655-1724).[1]
O desejo por criar um Seminário estava presente no coração de muitos pastores e líderes presbiterianos. Era um assunto que pulsava no Sínodo de Filadélfia mas, aparentemente não evoluía. No entanto, a igreja crescia e a falta de pastores para assistir às congregações era evidente.[2]
Em maio de 1808, na abertura dos trabalhos da Assembleia Geral da Igreja Presbiteriana, o Rev. Archibald Alexander (1772-1851) – convertido no Grande Reavivamento de 1789 – que desde 1807[3] pastoreava a Terceira Igreja Presbiteriana de Filadélfia, pregou um “poderoso” sermão baseado em 1Coríntios 14.12, falando da necessidade da Igreja Presbiteriana ter um Seminário. Ao que parece esse sermão foi decisivo para o projeto de sua criação. Esse anseio que como vimos, não era novo, agora parece caminhar de forma mais palpável para sua concretização.[4]
Quanto à necessidade da criação do Seminário, leia-se: A necessidade de mais pastores. A grande preocupação da Igreja em preparar pastores que pudessem responder à considerada crise sem precedente na Igreja, associada ao modo de viver americano caracterizado pelo secularismo, deísmo e racionalismo.
Após a aprovação da criação do Seminário se destaca um outro personagem, o Dr. Ashbel Green (1762-1848) que assume a liderança nas negociações com vistas à consecução desse projeto.[5]
A Assembleia de 1810 encarregou o Dr. Green de redigir uma constituição para o Seminário. O documento foi aprovado. Na reunião da Assembleia de 1811 o documento foi aprovado com pequenas modificações. E verdade, que não sem resistência.[6]
Assim, temos o documento da fundação do Seminário. Destaco trechos que tratam de seu propósito:
Formar homens como ministros do Evangelho, que tenham fé sincera, e amem cordialmente, e portanto, esforcem-se por propagar e defender, em sua pureza, simplicidade, e plenitude, aquele sistema de fé e prática da religião o qual está estabelecido explicitamente na Confissão de Fé, Catecismos [de Westminster], e Sistema de Governo e Disciplina da Igreja Presbiteriana; e assim perpetuar e estender a influência da verdadeira piedade evangélica, e norma do Evangelho.(…)
É fundar um berçário de missionários para os pagãos e para aqueles que estão destituídos da sólida pregação do evangelho; no qual os jovens recebam o treinamento apropriado e, que possam lançar os fundamentos para que se tornem eminentemente qualificados para o trabalho missionário.[7]
O Plano aprovado, reconhecendo a sua incipiência, previa um curso de três anos, tendo como pressuposto a confiança na autoridade suprema e suficiente das Escrituras, que deveria ser estudada com fidelidade e profundidade acadêmica, preparando os ministros para promover missões, harmonia na igreja e ordem social.
Tinha também um caráter apologético: os alunos seriam preparados para refutar de forma erudita os ataques à fé e enfrentar as constroversias deístas.
Um dos aspectos fundamentais do curso, seria a fidelidade à Confissão de Fé e Catecismos de Westminster e o Sistema de Governo e Disciplina da Igreja Presbiteriana, formando ministros piedosos e capazes. Para tanto, o Seminário seria munido de professores competentes e piedosos.
A Assembleia Geral de 1812 autorizou o seu início e determinou que fosse em Princeton. O Plano deixou a autoridade total do seminário nas mãos da Assembleia Geral, que deveria nomear um conselho para gerir a Instituição.[8]
Primeiro professor do Seminário de Princeton
Em maio de 1812, a Assembleia Geral escolhe o primeiro professor do Seminário de Princeton, sendo eleito o Rev. Archibald Alexander,[9] que iniciou o curso no dia 12 de agosto daquele ano,[10] como o único professor de todas as disciplinas,[11] contando com três alunos.[12] Alguns outros chegariam nos meses seguintes. Alexander continuaria trabalhando neste Seminário até a sua morte em 1851.
Oração e missão
Alexander era um homem piedoso e grandemente entusiasmado com missões. Entre as suas atividades docentes e espirituais, promovia no Seminário toda primeira segunda-feira do mês uma reunião de oração que era concluída com abundantes atualizações missionárias.
O jovem Charles Hodge, ainda Licenciado ao Ministério, escreve a seu irmão (09.03.1821), com apreciável senso crítico e sensibilidade espiritual. Relata o impacto que teve ao ouvir a pregação do missionário batista William Ward (1769-1823), colega de William Carey (1761-1834):
Meu caro Irmão: — Tivemos o prazer, ontem à noite, de ouvir o Sr. Ward. Se você o ouviu, sabe que ele tem pouca graça de elocução para adornar seu discurso, mas ele tem o que é muito mais importante até mesmo para um orador, um coração atento à importância do objeto pelo qual ele pleiteia. Depois de descrever as dificuldades que eles encontraram na Índia vinte anos atrás, ele nos contou como tudo em grande medida foi superado. (…)
Mas o que está acima e além de tudo é que eles deram a Bíblia a centenas de milhões [sic] em vinte e cinco idiomas diferentes. Este vai bem além de toda estimativa. Eu nunca senti a importância e a grandeza dos trabalhos missionários como na noite de ontem.[13] (Destaques meus).
Guardando as proporções, podemos dizer que assim como a Academia de Genebra, Princeton se tornará um grande centro missionário.[14]
Em Princeton, podemos destacar três ingredientes fundamentais que estavam pressupostos em sua orientação, quer implícita, quer explícita:
1) A Experiência religiosa
A experiência religiosa, como era vista por Alexander, norteou o pensamento de Princeton. Ele mesmo a conceitua:
Na avaliação da experiência religiosa é de todo importante manter continuamente à vista o sistema de verdade divina contido nas Sagradas Escrituras; caso contrário, nossa experiência, como ocorre muito frequentemente, se degenerará em entusiasmo. (…) Em nossos dias não há nada mais necessário que estabelecer na religião, uma cuidadosa distinção entre as experiências verdadeiras e as falsas; para “provar os espíritos se procedem de Deus”. E ao fazer esta discriminação, não há outro padrão de prova senão a infalível Palavra de Deus. Tragamos cada pensamento, motivo, impulso e emoção, ante esta pedra de toque. “À lei e ao testemunho, se não falam de acordo com estes, é porque não há luz neles”.[15]
A experiência subjetiva seria sempre avaliada pela Palavra. No entanto, essa experiência ainda que não fosse o fundamento da teologia, era um ingrediente de grande relevância na vida do teólogo.
Alexander mais do que o primeiro professor de Teologia do Seminário de Princeton, foi o modelador do pensamento teológico daquela instituição.
Noll, observa que,
Archibald Alexander, condensou grande parte da tradição de Princeton em sua própria vida. Era uma pessoa de piedade e calor cristão, mas suas ênfases principais na teologia eram a fidedignidade das Escrituras e a capacidade da razão humana para compreender a verdade cristã. Suas fontes intelectuais eram Calvino, a Confissão de Fé de Westminster e os seus Catecismos, o teólogo suíço François Turretin e a filosofia escocesa do senso comum.[16]
2) Ortodoxia Reformada
Os teólogos de Princeton estavam fundamentados dentro da tradição Reformada; tendo Turretini (1623-1687)[17] e os símbolos de Westminster como expressões fidedignas desse pensamento que encontrava a sua fonte na extensa e profícua obra de Calvino (1509-1564). Ainda que a vasta obra de Calvino seja pouco citada por Turretini, o seu pensamento é de todo presente.
A principal obra de Turretini foi o seu magnífico manual de Teologia Sistemática”,[18] Institutio Theologiae Elencticae (Genebra, 1679-1685[19] 2. ed. 1688 em 3 volumes; republicada em latim, em 1847/1848, em Edinburgh[20] e New York), que visava distinguir, fundamentar e consolidar a teologia Reformada em meio às interpretações divergentes.[21]
Nesse tratado teológico Turretini expõe a Teologia Reformada de forma sistemática, lógica, apologética, precisa e científica. O seu método revela conhecimento de Aristóteles (384-322 a.C.) e de Tomás de Aquino (1254-1275).[22] A Institutio, “é a mais importante obra de teologia sistemática escrita em Genebra durante o século XVII”, afirma Grohman.[23]
O trabalho de Turretini, sem perigo de cometermos algum exagero, é uma das obras mais completas e precisas do pensamento reformado. Com Turretini a Ortodoxia Protestante Reformada alcançou seu ponto mais alto de sistematização.[24]
A Institutio exerceu uma forte influência na Teologia de Princeton. Archibald Alexander (1772-1851) – apreciador de John Locke (1632-1704) e da filosofia do senso-comum[25] –, adotou-a como livro-texto no Seminário de Princeton, desde a sua fundação em 1812.[26]
Charles Hodge (1797-1878), que fora aluno e sucessor de Alexander, lecionando Teologia Exegética e Didática na mesma Instituição (1840-1878),[27] manteve também o livro de Turretini,[28] tendo profundo respeito por este.
A influência de Turretini tornar-se-ia também evidente não apenas em Princeton, mas também em outros teólogos presbiterianos do século XIX, de diferentes escolas, tais como Robert L. Dabney (1820-1898), professor de Teologia no Union Seminary de Richmond[29] e W.G.T. Shedd (1820-1894), professor de Teologia do Union Seminary de New York.[30]
O próprio A.H. Strong (1835-1921), o grande teólogo batista do século XIX, usa e cita Turretini umas dez vezes, referindo-se a ele como um “claro e vigoroso teólogo”.[31]
Em 17 de janeiro de 1845, o Biblical Repertory and Princeton Review, termina com uma nota, sem identificar o autor − mas, que possivelmente seja M. B. Hope ou Charles Hodge[32] −, nesses termos: “Sabemos que um nobre de Princeton está empenhado na tradução de Turrettin, com vista à sua publicação”.[33]
Pessoalmente, suponho que o tradutor aludido, seja, conforme já indicamos, George M. Giger (1822-1865), amigo de Charles Hodge que fora graduado no Princeton College (1841). Posteriormente, tornou-se ali professor de matemática (1846-1847), grego (1847-1854) e latim e Literatura (1854-1865).[34] Em 1841-1844 estudou no Seminário de Princeton. Ele de fato traduziu a obra de Turretini para o inglês.
Na sequência, o autor da nota emite o seu juízo de valor sobre a obra de Turretini: “….No todo, o melhor escritor de teologia sistemática que conhecemos. Não obstante a tintura de escolasticismo que está presente em sua obra, ela se adapta, de modo admirável, à situação atual da teologia em nosso país”.[35]
Hodge em sua Teologia Sistemática, publicada posteriormente, cita Turretini com alguma frequência como um dos fundamentos de suas conclusões.[36]
Ribeiro (1919-2003) resume: na sua obra, “Turretini refuta Arminius quanto ao livre arbítrio; Amyraut, quanto à natureza da expiação; Lutero quanto aos sacramentos; a Igreja de Roma e os racionalistas quanto à natureza e autoridade da Bíblia”.[37]
O Seminário portanto, considera-se um legítimo defensor da Fé Reformada. Contudo, não pensemos em Princeton como um todo monolítico, antes havia variedade de expressões partindo sempre do mesmo quadro de referência Reformado.
Esse quadro de referência mencionado está na autoridade e suficiência da Escritura, por meio da qual são avaliadas todas as crenças, intuições e experiências.
Bavinck (1854-1921), conceitua a Teologia de Princeton:
A assim chamada teologia de Princeton está, em grande parte, na reprodução do Calvinismo do século 17 como expresso na Confissão de Westminster e no Consensus Helveticus[38] e elaborada especialmente por F. Turretin, em sua Theologia Elenctica.[39]
3) Filosofia do Senso comum[40]
A Filosofia do senso comum encontra o seu expoente no escocês Thomas Reid (1710-1796), pastor na Igreja da Escócia (1737-1751) e professor de Filosofia Moral no Colégio Real de Aberdeen (175-1764) e depois, lecionou a mesma disciplina na Universidade de Glasgow (1764-1796), sucedendo a Adam Smith (1723-1790).
Reid foi um leitor assíduo de John Locke (1632-1704) e George Berkeley (1685-1753). Quando concluiu que as implicações dessa filosofia empirista convergiriam para o aniquilamento da ciência, da religião, da virtude e do senso comum, rompeu com ela.
A filosofia de Reid contrapõe-se à Filosofia de George Berkeley (idealismo) e de Davi Hume (1711-1776) (ceticismo), afirmando a realidade independente de nossa apreensão.
Reid usou a expressão senso comum, referindo-se às crenças tradicionais de todo o gênero humano; aquilo que todos os homens creem ou deveriam crer.[41] O seu fundamento está no conceito de um senso comum a todos os homens; as crenças tradicionais da humanidade cuja fonte está no Criador.[42]
O senso comum é a base de nosso conhecimento por meio do qual podemos emitir juízos e fazer inferências. Mesmo o senso comum não podendo ser identificado com a razão, ele faz parte da razão comum de todos os homens em todos os tempos, ainda que nem todos o desenvolvam de forma plena. O senso comum é, dito de forma ampla, nas palavras de Francke (1810-1893) “a razão em estado bruto, a razão sem a reflexão e sem a ciência”.[43]
A questão é: como isso se diluiu no Seminário de Princeton?
Quando o competente e culto Rev. John Witherspoon (1723-1794) finalmente assumiu a presidência do College of New Jersey (1768-1794) (Fora convidado em 1766 mais declinara), além de reformular o currículo da Instituição, dando-lhe uma configuração mais acadêmica, trouxe consigo o espírito presbiteriano e o senso comum do iluminismo escocês. Witherspoon exerceria poderosa influência em várias áreas na América. Sintomaticamente ele foi o único pastor a assinar a Declaração de Independência.[44]
A Filosofia do Senso Comum como era de se esperar, se estendeu ao Seminário. Na realidade, ela dominaria o cenário norte-americano por mais de 100 anos e ainda está presente exercendo a sua influência em nossos dias em determinadas correntes de pensamento.
Uma compreensão que se tornou predominante, é que a verdade é autoevidente, não precisando de grandes elucubrações para descobri-la.
Desde modo, como esposaria A. Alexander em 1812, há diversas verdades que podem ser consideradas evidentes por si mesmas:
- A existência dos objetos dos sentidos e da consciência.
- Verdades necessárias, como axiomas matemáticos.
- Princípios filosóficos, como “Todo efeito deve ser produzido por alguma causa”, etc.
- Verdades morais, como por exemplo, que há uma diferença essencial entre o bem e o mal moral; que a benevolência é melhor do que a malevolência, etc.
- Fatos, relatados a nós por um número suficiente de testemunhas competentes, passadas ou presentes, como a de que homens como César e Pompeu existiram um dia; que havia um belo edifício anteriormente em Jerusalém chamado de Templo, etc.
- Verdades fundadas na experiência uniforme de que o sol nascerá amanhã; esse fogo vai queimar na próxima hora, bem como bem como o presente.
- A memória.[45]
Os teólogos princetonianos estavam acordes que a intuição provê alguns pontos fundamentais na mente humana os quais transformam-se em bons argumentos contra o ceticismo, sustentando, por exemplo, a existência de Deus e a veracidade das Escrituras.
Frame comenta que “em um sentido importante, a filosofia de Reid é cristã, pois ele acredita que nossos princípios de senso comum são, de certa forma, concedidos por Deus”.[46]
Charles Hodge (1797-1878) em sua Teologia, ilustrou este método, considerando que as verdades religiosas “são percebidas pelo coração e pela consciência”.[47] À frente, acrescenta: “O verdadeiro método em teologia requer que os fatos da experiência religiosa sejam aceitos como fatos; e, quando devidamente autenticados pela Escritura, são permitidos para interpretar as afirmações doutrinais da Palavra de Deus”.[48]
Depois de examinar diversos métodos, Hodge conclui:
O verdadeiro método de teologia é, pois, o indutivo, o qual presume que a Bíblia contém todos os fatos ou verdades que forma o conteúdo da teologia, justamente como os fatos da natureza formam o conteúdo das ciências naturais. Presume-se também a relação dos fatos bíblicos com outros, os princípios envolvidos neles, as leis que os determinam, está nos próprios fatos e deles é deduzida, da mesma forma que as leis da natureza se deduzem dos fatos da natureza.[49]
Esse princípio pode ser associado à compreensão de Calvino de que todo homem traz consigo o “senso da divindade”, a ideia de Deus e a propensão para crer nele.[50] A conclusão lógica é que Deus nos deu o sentido para poder conhecer a verdade. Por isso, há uma correspondência natural entre a nossa capacidade de percepção e o percebido. Podemos confiar no que percebemos até termos motivos para duvidar de nossa apreensão.[51] Portanto, considerando que “toda revelação externa supernatural é dirigida aos sentidos”, podemos confiar neles, sendo essa confiança “uma forma de confiar em Deus”.[52]
Partindo-se do princípio de que a revelação de Deus tem por objetivo mostrar o seu Autor: Deus é o substantivo da sua revelação; não teria nenhum valor a revelação objetiva de Deus, se não houvesse, concomitantemente, uma potencialidade de recepção subjetiva para ela, porque, assim, seria uma revelação que não se descobriria, não se tornaria acessível.
Deus se revela de modo que possa ser entendido. Ele mesmo criou o homem e o dotou dessa potencialidade. A nossa mente, na condição de criatura, se conforma à racionalidade de Deus. Aliás, a pressuposição dessa capacidade de compreensão do mundo é que torna a ciência possível. Entretanto, a não compreensão do homem não inutiliza o valor da revelação de Deus. Ela é o que é independentemente da apreensão humana.
Esta revelação encontra eco em nós pelo fato de Deus o fazer em categorias compreensíveis à nossa mente – conforme Ele a criou – já que o Senhor se “acomoda” à nossa compreensão.[53]
A despeito do pecado, continuamos sendo a imagem de Deus,[54] carregando conosco o senso do divino, sendo, portanto, incuravelmente religioso. Além disso, como regenerados, temos o seu Espírito que nos ilumina para podermos ter uma compreensão verdadeira das Escrituras.
Podemos descansar na certeza gloriosa de saber que podemos conhecê-lo, ainda que limitadamente, porém, de modo verdadeiro, suficiente e claro. Este conhecimento, por sua vez, nos liberta para que possamos conhecer genuinamente a nós mesmos e as demais coisas da realidade, possibilitando-nos ter uma dimensão adequada de todas as coisas.
Conhecer a Deus confere sentido à vida em toda a sua amplitude e esferas, no âmbito temporal e eterno. Portanto, o conhecimento de Deus capacita-nos enxergar a realidade em suas múltiplas facetas com os seus valores próprios conferidos pelo próprio Deus que a sustenta. A verdade nos liberta (Jo 8.32).
Em Princeton encontramos um forte vigor teológico, herdado em boa parte da Ortodoxia Protestante e uma grande vivacidade espiritual, herdada, parcialmente do Pietismo e do Puritanismo, sintetizada ainda que de forma tênue nos avivamentos americanos e personificada em Archibald Alexander, seu primeiro professor e mentor espiritual.
Grosso modo, podemos sumariar assim.
Witherspoon (1723-1794) transmitiu com entusiasmo a Filosofia do Senso Comum a William Graham (1745–1799) que foi o tutor de A. Alexander (1772-1851). Alexander que assimilou essa filosofia, tornou-se o primeiro professor do Seminário de Princeton e, consequentemente de C. Hodge (1797-1878). Hodge passou esses princípios a seu filho A.A. Hodge (1823-1886), que os tomou como axiomáticos.
James McCosh (1811-1894), talvez o último maior expoente do Filosofia do Senso Comum na América, presidente do Princeton College (1868-1888). instruiu a B.B. Warfield (1851-1921), sucessor de A.A. Hodge. Warfield foi também durante algum tempo aluno de Charles Hodge.[55]
Estou convencido que o estudo sério da Palavra, com oração e humildade e uma prática acadêmica e eclesiástica laboriosa condizente com os ditames da Palavra, se constituem em um padrão para a Igreja de Cristo em todas as épocas e lugares. O princípio paulino permanece: A piedade para tudo é proveitosa.
Rev. Hermisten Maia Pereira da Costa
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[1] Palavras de Benedict Pictet (1655-1724) durante o ofício fúnebre de seu tio François Turretini (03.11.1687). (Discurso Fúnebre de Benedict Pictet Concernente à Vida e Morte de François Turretini: In: François Turretini, Compêndio de teologia apologética. São Paulo: Cultura Cristã, 2011, v. 3, [p. 783-804] p. 804).
[2]Veja-se: Records Presbyterian Church United States of America, Philadelphia: Presbyterian Board of Publication, James Russell Publishing, Agent, 1841, p. 147-169.
[3] Neste mesmo ano, 1807, Alexander foi eleito Moderador da Assembleia Geral.
[4] Vejam-se: Mark A. Noll, editor and compiler, The Princeton Theology: 1812-1921, Grand Rapids, Michigan: Baker Book House, 1983, p. 51ss.; Mark A. Noll, Princeton and the Republic, 1768-1822, Vancouver: Regent College Publishing, © 1989, 2004, p. 255ss.
[5] Ashbel Green foi aluno da turma de 1783 do Princeton College e depois professor. Foi ordenado ministro em 15.05.1787 (Cf. Records Presbyterian Church United States of America, Philadelphia: Presbyterian Board of Publication, James Russell Publishing, Agent, 1841, p. 530). A vida do Rev. Green esteve associada a Charles Hodge (1797-1878), futuro professor de Simonton. Green foi professor de Hodge na adolescência (Princeton College) e pastor em sua mocidade. Quando Hodge ingressou no Princeton College (1812), Green tornou-se diretor da Instituição. (Cf. Mark A. Noll, editor and compiler, The Princeton Theology, 1812-1921, p. 31-32).
O Dr. Green tornou-se um respeitado teólogo que durante 25 anos pastoreou a Segunda Igreja Presbiteriana de Filadélfia como Pastor-Auxiliar e depois como Pastor-Titular (1787-1812), sendo estimado por todos.
Foi membro da American Philosophical Society (1789), Capelão do Congresso durante o período de 1792-1800 e Presidente do Princeton College durante 10 anos (1812-1822). Foi responsável por restaurar no Princeton College uma salutar vida devocional.
Em 1822, mudou-se para Filadélfia, iniciando uma nova fase em sua vida: tornou-se editor do periódico religioso “moribundo”, The Presbyterian. Mudou o nome do jornal: agora, The Christian Advocate. Modificou também a sua linha editorial, ampliando seu leque de assuntos – tratando de religião, literatura, ciências, etc. – e número de assinantes. O empreendimento foi muito bem-sucedido. (Veja-se: James McLachlan, Ashbel Green: In: Richard A. Harrison, ed. Princetonians 1776-1783 – A Biographical Dictionary, Princeton: NJ.: Princeton University Press, 1981, [p. 404-420], p. 418).
Posteriormente, conforme fora comissionado pelo Conselho de Missões da Igreja Presbiteriana (1837), escreveu um resumo da história das missões presbiterianas, publicando em 1838.
O documento dizia o seguinte: “A Junta de Missões Estrangeiras da Igreja Presbiteriana, em sua reunião em Baltimore, em outubro e novembro de 1837, aprovou a seguinte resolução: ‘Resolveu-se que o Rev. Dr. Green seja solicitado a elaborar um histórico das operações missionárias estrangeiras da igreja Presbiteriana nos Estados Unidos, a ser publicado pelo Comitê Executivo, com os procedimentos deste Conselho’.” (Ashbel Green, A Historical Sketch or Compendious view of Domestic and Foreign Missions, Philadelphia: A historical sketch or compendious view of domestic and foreign missions in the Presbyterian Church of the United States of America, Philadelphia: William S. Martien, 1838, p. 3). Mais tarde A.G. Simonton leria essa obra com grande interesse. (Cf. Philip S. Landes, Ashbel Green Simonton, Fort Worth, Texas: Don Cowan Company, 1956, p. 5). Sobre a vida do Dr. Ashbel Green, veja-se: Joseph H. Jones, The Life of Ashbel Green, V.D.M., New York: Robert Carter and Brothers, 1849, 628p. De forma abreviada, ver: James McLachlan, Ashbel Green: In: Richard A. Harrison, ed. Princetonians 1776-1783 – A Biographical Dictionary, Princeton: NJ.: Princeton University Press, 1981, p. 404-420).
[6]No dia 06/10/1818, o Rev. Philip Lindsley (1786-1855) – antigo aluno, professor e então, vice-presidente do Princeton College −, faz um discurso pesado no Presbitério de New York, reunido em Trenton, falando sobre a oposição existente ao nosso Seminário. Percebe-se a eloquência de sua pena como expressão da firmeza de suas convicções. Segundo ele, alguns dos argumentos alegados pelos oponentes à criação do Seminário de Princeton, envolvia a suntuosidade da construção, a pretensão de nutrir um espírito de ambição e grandeza mundana que eventualmente, diziam, se tornará um motor de poder político, etc. Lindsley, além da combater tais fofocas, argumenta que na realidade, o motivo predominante dos opositores, era o receio de se ter ministros melhor preparados do que muitos dos ali existentes. Em suma: ciúme. O seu discurso foi publicado na íntegra; sem recortes ou mesmo acréscimos: Philip Lindsley, A Plea for the Theological Serminary at Princeton, Trenton, NJ.: Printed by George Sherman, 1821, p. 17-18 (especialmente). Veja-se: David F. Wells, ed. Reformed Theology in America: A History of its Modern Development, Grand Rapids, Michigan: Baker Books, 1997, p. 58-59.
[7] In: Mark A. Noll, editor and compiler, The Princeton Theology: 1812-1921, p. 56.
[8] Cf. Mark A. Noll, editor and compiler, The Princeton Theology: 1812-1921, p. 55.
[9] O Rev. A. Alexander que não fez Seminário, estudou sob a tutela do Rev. William Graham (1745–1799), sendo licenciado para pregar em 1791. (Cf. Morton H. Smith, Studies in Southern Presbyterian Theology, New Jersey: Presbyterian and Reformed Publishing Company, 1987, p. 69; Alexander, Archibald: In: Philip Schaff, ed. Religious Encyclopaedia: or Dictionary of Biblical, Historical, Doctrinal, and Practical Theology, Chicago: Funk & Wagnalls, Publishers, (revised edition), 1887, v. 1, p. 53; Mark A. Noll, The Princeton Theology: In: David F. Wells, (ed). Reformed Theology in America: A History of its Modern Development, Grand Rapids, Michigan: Baker, 1997, [p. 13-35], p. 16). Sobre o ministério de Graham, veja-se Morton H. Smith, Studies in Southern Presbyterian Theology, p. 65-68. Sobre as lutas iniciais de sua família (cerco indígena à casa de seus pais) inclusive quanto ao custeio de seus estudos, veja-se: A Memoir of the Late Rev. William Graham, A.M. In: https://www.logcollegepress.com/william-graham-17451799 (Consulta feita em 10.09.2024).
[10] 12/08/1812 é considerada a data oficial do estabelecimento do Seminário de Princeton. (Cf. William K. Selden, Princeton Theological Seminary: A Narrative History, 1812-1992, Princeton: Princeton University Press, 1992, p. 26.
[11]Como é natural, Alexander se esmerou nos seus estudos, especialmente do Hebraico, para o qual não tinha conhecimentos seguros. (James W. Alexander, The life of Archibald Alexander, D.D., LL. D. First Professor in the Theological Seminary, at Princeton, New Jersey, New York: Charles Scribner, 1856, p. 327-328/ p. 279, 319,350). Aliás, “a literatura hebraica estava em sua infância na América”. (Ibidem., p. 327). Veja também o depoimento do próprio Archibald sobre o seu pouco conhecimento da língua. (Ibidem., p. 152).
[12]Cf. Mark A. Noll, editor and compiler, The Princeton Theology: 1812-1921, p. 61.
[13] Archibald A. Hodge, The Life of Charles Hodge, New York: Charles Scribner’s Sons, 1881, p. 82.
[14]Sobre o impacto de Princeton no despertamento de missionários, vejam-se: David B. Calhoun, Princeton Seminary: Faith & Learning – 1812-1868, Carlisle, Pennsylvania: The Banner of Truth Trust, 1996, v. 1, p. 140ss., p. 408 (Simonton é mencionado); David B. Calhoun, Princeton Seminary: The Majestic Testimony – 1869-1929, Carlisle, Pennsylvania: The Banner of Truth Trust, 1996, v. 2, p. 108.
[15]Archibald Alexander, Thoughts on Religious Experience, Carlisle, Pennsylvania: The Banner of Truth Trust, 1989 (Reprinted), p. xviii.
[16]Mark A. Noll, Teologia da Antiga Princeton: In: Walter A. Elwell, ed. Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã, São Paulo: Vida Nova, 1998-1990, v. 3, p. 456.
[17]Turretini, estudou na Academia de Genebra (1643-1646), tendo como principais mestres Giovanni Diodati (1576-1649), teólogo genebrino, também de ascendência italiana, que lecionara hebraico na Academia (1597-1606), vindo a ocupar a cadeira de Teologia (1599-1645), que fora de Calvino e Beza.
Diodati foi delegado de Genebra em Dort. Em 1607 fez uma tradução da Bíblia para o italiano, tornando-se Reitor da Academia em 1618. Em 1644 Diodati fez outra tradução das Escrituras, agora para o francês, sendo a sua edição anotada, adquirindo então grande circulação. Outro mestre de Turretini, foi Theodore Tronchin (1582-1657), teólogo genebrino, casado com a filha adotiva de Beza, sendo professor de Hebraico na Academia (1606-1618) e posteriormente de Teologia (1615-1656), substituindo a Diodati, como também já fizera nas línguas orientais quando aquele assumira a cadeira de Teologia. Foi Reitor da Academia (1610-1615). Ele juntamente com Diodati, foram os únicos representantes de Genebra no Sínodo de Dort.
Após seus estudos básicos (1644), Turretini viajou pela Europa, estudando em Leyden, Utrecht, Paris – onde além de teologia, estudou física e astronomia com Pierre Gassendi (1592-1655), então professor de Matemática no Colégio Real de Paris –, Saumur, Montauban e Nîmes.
Turretini também foi influenciado pelo teólogo reformado, Friedrich Spanheim (1600-1648), que estudara em Heidelberg e Genebra, lecionando Filosofia (1626-1632) e Teologia (1631-1642) na Academia e Leyden (1648). Foi Reitor da Academia de Genebra (1633-1637) (Cf. Charles Borgeaud, Histoire l’Université de Genève – L’Académie de Calvin, 1559-1798, p. 636). Assim como Turretini, Spanheim, que era um profícuo escritor, escreveu obras combatendo os ensinamentos de Moisés Amyraut (1596-1664). (Sobre a teoria de Amyraut, vejam-se: Hermisten M.P. Costa, Raízes da Teologia Contemporânea, 2. ed. São Paulo: Cultura Cristã, 2018, p. 402-406. Para uma crítica mais fina: https://cprc.co.uk/articles/amyraut/ e https://cprc.co.uk/articles/amyraldianexamination/ (Ambos consultados em 30.08.2024).
Em janeiro de 1653, Turretini foi indicado sucessor de Spanheim na cadeira de Teologia na Academia (1653-1687). Seu discurso inaugural foi baseado em Hb 1.1. Mais tarde, seria em dois períodos Reitor da Academia: 1654-1657 e 1668-1670. (Vejam-se: Charles Borgeaud, Histoire l’Université de Genève – L’Académie de Calvin, 1559-1798, Genève: Georg; Cº, Libraires de L’Université, 1900, p. 636, 640; Jack B. Rogers; Donald K. McKim, The Authority and Interpretation of the Bible: An Historical Approach, San Francisco: Harper & Row, Publishers, 1979, p. 172-173; Diodati: In: Philip Schaff, ed. Religious Encyclopaedia: or Dictionary of Biblical, Historical, Doctrinal, and Practical Theology, 3. ed. rev. amp. New York: Funk & Wagnalls Company, 1891, v. 1, p. 640; Spanheim: In: Philip Schaff, ed. Religious Encyclopaedia: or Dictionary of Biblical, Historical, Doctrinal, and Practical Theology, v. 3, p. 2222; Tronchin: In: Philip Schaff, ed. Religious Encyclopaedia: or Dictionary of Biblical, Historical, Doctrinal, and Practical Theology, v. 3, p. 2397-2398; R.J. Vandermolen, Turretin: In: Walter A. Elwell, ed. Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã, São Paulo: Vida Nova, 1988-1990, v. 3, p. 580-581; James T. Dennison, Jr., The Life and Career of Francis Turretin: In: F. Turretin, Institutes of Elenctic Theology, Phillipsburg, New Jersey: Presbyterian and Reformed Publishing Company, 1997, v. 3, p. 648ss.; Toni Cetta, “Tronchin, Théodore”: In: Dicionário Histórico da Suíça (DHS), versão de 12.08.2011. Online: https://hls-dhs-dss.ch/fr/articles/011340/2011-12-08/ (Consultado em 01.08.2024). Segundo Beardslee III. Turretini representa a última geração da ortodoxia de Genebra, tendo como fundamento o Catecismo de Calvino (1559), a Segunda Confissão Helvética (1562-1566) e os Cânones de Dort (1618-1619) (Veja-se: John W. Beardslee III, ed. transl. Reformed Dogmatics, New York: Oxford University Press, 1965, p. 14).
[18]John T. McNeill, The History and Character of Calvinism, New York: Oxford University Press, 1954, p. 406.
[19] v. 1 (1679); v. 2 (1682); v. 3 (1685).
[20]Francisco Turrettino, Institutio Theologiae Elencticae, Edinburgh, John D. Lowe, 1847-1848. Esta edição foi patrocinada pelo eminente teólogo inglês William Cunningham (1805-1861), professor do New College de Edimburgo desde 1843 e Reitor a partir de 1848. (Vejam-se: W.G. Blaikie, Cunningham, William: In: Philip Schaff, ed. Religious Encyclopaedia: or Dictionary of Biblical, Historical, Doctrinal, and Practical Theology, 3. ed. rev. amp. New York: Funk & Wagnalls Company, 1891, v. 1, p. 585; James T. Dennison, Jr., The Life and Career of Francis Turretin: In: F. Turretin, Institutes of Elenctic Theology, Phillipsburg, New Jersey: Presbyterian and Reformed Publishing Company, 1997, v. 3, p. 648).
[21]Com a tradução costumeiramente competente e cuidadosa do Rev. Valter Graciano Martins, partindo da edição norte-americana, a obra foi publicada com esmero em português: François Turretini, Compêndio de teologia apologética. São Paulo: Cultura Cristã, 2011, 3v.
[22] Veja-se: Jack B. Rogers; Donald K. McKim, The Authority and Interpretation of the Bible: An Historical Approach, p. 173ss.
[23] Donald G. Grohman, Turretin: In: Donald K. McKim, ed. Encyclopaedia of the Reformed Faith, Louisville, Kentucky: Westminster; John Knox Press, 1992, p. 378. É “uma das expressões mais plenas do escolasticismo calvinista” (R.J. Vandermolen, Turretin: In: Walter A. Elwell, ed. Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã, São Paulo: Vida Nova, 1988-1990, v. 3, p. 580). (Veja-se: John H. Leith, A Tradição Reformada: Uma maneira de ser a comunidade cristã, São Paulo: Pendão Real, 1997, 184-185).
[24] Petrus van Mastricht (1630-1706), foi um teólogo alemão, que passou a maior parte de sua vida na Holanda, de onde seus pais haviam fugido para Colônia. A sua monumental obra (Theoretico-practica theologia, Utrecht: Sumptibus Societatis, 1715), foi sendo ampliada ao longo de sua vida. Por fim, foi publicada de forma completa em latim (1682-1724) e Holandês (1749-1753). (Cf. Adriaan C. Neele em introdução à vida e obra do autor na edição americana: Petrus von Mastricht, Theoretical-Practical Theology, Volume 1: Prolegomena, Grand Rapids, MI.: Reformation Heritage Book, 2018, p. 50). Ela ainda está em processo de publicação em inglês desde 2018. Até hoje, agosto de 2024, creio que foram lançados os 4 primeiros volumes). Essa obra exerceu profunda influência nos teólogos da Nova Inglaterra, especialmente, sobre Jonathan Edwards (1703-1758). (Veja-se, entre outros, o texto de Adriaan C. Neele, Https://cpaj.mackenzie.br/fileadmin/user_upload /6-Jonathan-Edwards-1703-1758-and-the-nature-of-theology-Adriaan-C.-Neele.pdf [Consultado em 18.07.2024]).
Por que estou mencionando isso? Explico. Quando os teólogos tratam da obra de Mastricht, é de certa forma recorrente, a citação da carta de Edwards para seu discípulo, Joseph Bellamy (15.01.1746/1747) mencionando o quanto apreciava Mastricht, inclusive, mais até do que Turretini, considerando a sua obra tão relevante, ficando apenas abaixo das Escrituras: “Eles são igualmente excelentes. Turretini é uma teologia polêmica; sobre os Cinco Pontos e sobre todos os outros pontos controversos; e é muito maior nestas coisas do que Mastricht; e é melhor para aquele que deseja apenas ser completamente hábil em controvérsias. Mas use Mastricht para teologia, doutrina, prática e controvérsia em geral; ou como um sistema universal de teologia, e ele é muito melhor que Turretini ou qualquer outro livro no mundo, exceto a Bíblia, em minha opinião”. (Fonte manuscrita: https://collections.library.yale.edu/catalog/10900 900) (Consultado em 19.07.2024) (Fonte impressa: George S. Glaghorn, ed. The Works of Jonathan Edwards, Vol. 16: Letters and Personal Writings, New Haven, Yale University Press, 1998, p. 217).
O curioso, é que Bellamy (1719-1790) em algum momento de sua vida, parece-me ter adotado a teoria de Amyraut, conforme R. Baxter (1615-1691) já fizera, esparramando estes ensinamentos entre pastores reformados e não reformados. (Ver: Herman Bavinck, Dogmática Reformada: Prolegômena – O pecado e a salvação em Cristo, São Paulo: Cultura Cristã, 2012, v. 3, p. 467 e 469). O fato, é que Hodge fala um tanto enigmaticamente, que mesmo o “universalismo hipotético” logo perdendo força na Europa (Digo: Com que Turretini teve participação ativa nesse processo), “neste país, ela (a teoria) se revigorou e foi extensamente adotada” (Charles Hodge, Teologia Sistemática, São Paulo: Hagnos, 2001, p. 724). Quanto a uma breve, porém significa distinção entre o método de Mastricht e Turretini, veja-se: Richard A. Muller, After Calvin: studies in the development of a Theological Tradition, New York: Oxford University Press, 2003, p. 58-59).
[25]Cf. Ernest R. Sandeen, The Roots of Fundamentalism: British and American Millenarianism, 1800-1930, Grand Rapids, Michigan: Baker Book House, 1978 (Reprinted), p. 115.
[26]Estudado em latim. A Institutio só teria uma nova edição em 1847/1848, (em quatro volumes), editada na língua latina em Edimburgo e Nova York. George M. Giger (1822-1865) – antigo professor de Princeton e amigo de Charles Hodge –, traduziu essa obra para o inglês. A sua tradução, composta de 8 mil páginas manuscritas ficava na biblioteca do Seminário de Princeton à disposição dos alunos para consulta, conforme indicação de Charles Hodge. A tradução de Giger após revisão e correção, foi editada por James T. Dennison, Jr., sendo publicada em três volumes: F. Turretin, Institutes of Elenctic Theology, Phillipsburg, New Jersey: Presbyterian and Reformed Publishing Company, v. 1, 1992; v. 2, 1994; v. 3, 1997). (Veja-se: F. Turretin, Institutes of Elenctic Theology, v. 1, p. XXVII, “Editor’s Preface”; v. 3, p. 648, “The Life and Career of Francis Turretin”). (Edição em português, v. 3, p. 781).
[27]Hodge fez sua Pública Profissão de Fé na Igreja Presbiteriana de Princeton (13/01/1815).(Cf. Archibald A. Hodge, The Life of Charles Hodge, New York: Charles Scribner’s Sons, 1881, p. 30). Após estudar no Princeton College (1812-1815), ingressou no Seminário de Princeton (09/11/1816) graduando-se em 27/09/1819, indo, por sugestão do Dr. Archibald Alexander, estudar hebraico na Filadélfia. Foi Licenciado (20/10/1819) e Ordenado Ministro Presbiteriano (28/11/1821). Em 24/05/1822 foi eleito professor do Seminário de Princeton. Neste mesmo ano, Hodge casou-se (17/06/1822) com Sarah Bache (1798-1849), bisneta de Benjamin Franklin. No período de 1826-1828, passou estudando na Europa: Paris (1826-1827) e Alemanha, na Universidade de Halle (1827-1828). Nesse período teve oportunidade travar contato com grandes teólogos da época de especializações variadas (Entre eles: Gesenius [1786-1842] e Scheleimacher [1768-1834]). Em 1840, tornou-se sucessor imediato de Archibald Alexander, permanecendo nesse cargo até a sua morte em 1878, tendo concluído a redação de sua monumental Teologia em 08/10/1872. (Cf. A.A. Hodge, The Life of Charles Hodge, p. 451). Em 1846 foi eleito Moderador da Assembleia Geral da Igreja Presbiteriana.
[28]O professor A. Alexander que adotou a obra de Turretini como livro-texto, fazia com que seus alunos a lessem em latim (Cf. Cf. A.A. Hodge, The Life of Charles Hodge, p. 553-555). ”Sua obra [De Turretini] foi muito influente no desenvolvimento da teologia americana no século XIX, particularmente no Presbiterianismo americano” (R. Hesselgrave, Turretin: In: J.D. Douglas; Philip W. Comfort, eds., Who’s Who in Christian History, Wheaton, Illinois: Tyndale House Publishers, 1992, p. 683b). Sobre a influência de Turretini na Teologia de Princeton, vejam-se: Mark A. Noll, ed. The Princeton Theology: 1812-1921, Grand Rapids, Michigan: Baker Book House, 1983, p. 29-30; John H. Leith, A Tradição Reformada: Uma maneira de ser a comunidade cristã, p. 184-185; Jack B. Rogers; Donald K. McKim, The Authority and Interpretation of the Bible: An Historical Approach, p. 268ss.; 279ss.).
[29] Robert L. Dabney, Lectures in Systematic Theology, Grand Rapids, Michigan: Baker Book House, 1985. Em sua teologia Dabney cita Turretini mais de 300 vezes.
O biógrafo de Dabney, escreveu: “Os escritos de Dabney o intitulam ao primeiro lugar entre os pensadores e escritores teológicos de seu século. Além disso, o gênio peculiar da exposição de Dabney da teologia das Escrituras Cristãs o coloca em acordo mais próximo com o próprio grande Calvino, em vários detalhes essenciais, do que qualquer outro teólogo americano moderno é trazido por seu sistema. Calvino e Dabney são igualmente notáveis por nunca se esquivarem de problemas difíceis e por nunca os enrolarem” (Thomas Cary Johnson, Life and Letters of Robert Lewis Dabney, Richmond, VA.: The Presbyterian Committee of Publication, 1903, p. 557). Dabney usava como livro-texto em suas aulas a obra de Turretini (Veja-se: Thomas Cary Johnson, Life and Letters of Robert Lewis Dabney, p. 100). Dabney fazia com que seus alunos lessem Turretini em latim e escrevessem pequenos trabalhos a respeito dos tópicos lidos. Após corrigir os trabalhos fora do horário de aula, o próprio Dabney dissertava a respeito dos tópicos lidos pelos alunos. (Cf. Thomas Cary Johnson, Life and Letters of Robert Lewis Dabney, p. 196). Charles Hodge propôs levar Dabney para Princeton a fim de lecionar História Eclesiástica, mas Dabney preferiu permanecer no Sul (Veja a correspondência entre ambos: Thomas Cary Johnson, Life and Letters of Robert Lewis Dabney, p. 199-208).
No prefácio de uma nova impressão da teologia de Dabney, Smith (1923-2017) comenta: “Dabney foi antes de tudo um mestre. A sua principal realização foi em sala de aula, onde sempre afirmou, com intensidade e vigor, os princípios da fé reformada” (Morton H. Smith, Foreword: In: Robert L. Dabney, Lectures in Systematic Theology, Grand Rapids, Michigan: Baker Book House, 1985).
A sua posição teológica e alcance é atestada no fato de Bavinck incluí-lo entre aqueles que representavam a Teologia de Princeton no Sul dos Estados Unidos (Ver: Herman Bavinck, Dogmática Reformada, São Paulo: Cultura Cristã, 2012, v. 1, p. 202).
[30] W.G.T. Shedd, Dogmatic Theology, 2. ed. Nashville: Thomas Nelson Publishers, 1980. Nessa obra é abundante a sua alusão à obra de Turretini, citando-o mais do que qualquer outro teólogo. (Cf. James T. Dennison, Jr., Vida e Carreira de François Turretini: In: François Turretini, Compêndio de Teologia Apologética, São Paulo: Cultura Cristã, 2011, v. 3. [p. 763-782], p. 782). De fato, pelo que pude verificar, Shedd cita Turretini (Turrettin) mais de uma centena de vezes.
[31]Augustus H. Strong, Systematic Theology, 35. ed. Philadelphia: The Judson Press, 1993, p. 46.
[32]Como a nota, nas “Pequenas notícias”, não apresenta o seu autor nem a Revista o seu editor, sabendo-se contudo, que Charles Hodge foi editor durante muitos anos, é comum supor-se que a nota tenha sido redigida por ele. Suposição que tem sido repetida… (Cf. James T. Dennison Jr., George Musgrave Giger: Esboço biográfico: In: François Turretini, Compêndio de Teologia Apologética, São Paulo: Cultura Cristã, 2011, v. 3, [p. 805-806], p. 805). Sem dúvida não é impossível. Porém, com uma palavra explicativa no site que disponibilizou as Revistas, somos informados que durante muitos anos o editor não era indicado (No período de 1838-1855 nenhum editor foi indicado). Somente bem mais tarde saiu uma lista dos editores e dos respectivos períodos. No período em questão, consta o nome de M. B. Hope, Filadélfia, que teria sob a sua responsabilidade os volumes 12-19, no período de 1840-1847. (https://commons.ptsem.edu/?journal-id=brpr) (Consultado em 20.09.2024). No entanto, nada encontrei sobre esse personagem que o qualificaria para emitir um juízo de valor sobre a obra de Turretini conforme feito na nota. (Ver abaixo).
[33] Biblical Repertory and Princeton Review, 17.01.1845, p. 190.
[34] Giger que era amado por seus alunos, era também um homem destemido que enfrentou com bravura o incêndio de 1855 do Nassau Hall. Ao morrer, além de sua biblioteca, deixou uma vultuosa quantia para o Colégio. (Vejam-se: https://pr.princeton.edu/history/companion/fires.html; https://www.biblicalcyclopedia.com/G/giger-george-musgrave.html [Consultados em 31.08.2024]).
[35] Biblical Repertory and Princeton Review, 17.01.1845, p. 190. Veja-se: Mark A. Noll, ed. The Princeton Theology: 1812-1921, p. 29 e John H. Leith, A Tradição Reformada: Uma maneira de ser a comunidade cristã, p. 186.
[36]Basta um exame superficial para verificar este fato: Charles Hodge, Teologia Sistemática, São Paulo: Editora Hagnos, 2001, p. 352; 445-446, 449, 640, 750-751, etc.
[37]Boanerges Ribeiro, Igreja Evangélica e República Brasileira (1889-1930), São Paulo: O Semeador, 1991, p. 195.
[38]Veja-se: https://www.seminariojmc.br/index.php/2018/10/02/uma-das-maiores-ironias-da-historia-da-teologia-reformada/
Bavinck se refere à Formula Consensus Helvetica (1675); também conhecida como “Símbolo Secundino”, “Formula Anti-Saumuriensis”, ou “Anti-Amyraldensis”, devido ao combate à teologia de Moisés Amyraut (1596-1664) da escola de Saumur. Foi elaborada em Zurique, pelo professor John Henry Heidegger (1633-1698), de Zurique, Rev. Lucas Gernler (1625-1675), de Basiléia e pelo professor François Turretini (1623-1687), de Genebra. Ela foi a última Confissão da Igreja Reformada Suíça, encerrando assim o período de “Credos Calvinistas”. Mesmo não estendendo sua autoridade além da Suíça, esta Fórmula é de grande valor para a história da teologia protestante e para o fortalecimento da união entre os Reformados nos cantões suíços. “Este Consensus foi significativo, não somente para condenar a teologia Salmuriana, porém, também, para unir os cantões evangélicos da Suíça na comum definição da fé reformada. Semelhante unidade foi necessária para o fortalecimento reformado da Suíça contra a Igreja Católica Romana.” (Martin I. Klauber, The Helvetic Formula Consensus (1675): An Introduction and Translation: In: Trinity Journal, 11NS (1990), [p. 103-123], p. 107). Nesta Confissão, há uma reafirmação das doutrinas de Dort, com ênfase especial na “Expiação Limitada”.
Hodge (1823-1886), certamente com uma boa dose de exagero, a denomina de “a mais científica e completa de todas as Confissões Reformadas” (A.A. Hodge, Esboços de Theologia, Lisboa: Barata & Sanches, 1895, p. 113). Talvez seria melhor dizer que esta Declaração Teológica foi a maior expressão do Escolasticismo Protestante. (Vejam-se: A.C. McGiffert, Protestant Thought Before Kant, Gloucester Mass.: Peter Smith Publisher, Inc., 1971 (Reprinted), p. 153; Jan Rohls, Reformed Confessions: theology from Zurich to Barmen, Louisville, Kentucky: Westminster John Knox Press, 1998, p. 27-28).
No ofício fúnebre de François Turretini (03.11.1687), seu sobrinho e sucessor na cadeira de Teologia na Academia de Genebra (1686-1724), Benedict Pictet (1655-1724), que privava de grande amizade com seu tio, discursou. Em determinado momento, talvez expressando um temor concreto e, quase de modo profético, orou: “Não permitas, ó Onipotente, que a desafortunada queda desse astro pressagie algo para nossa igreja; remove a própria coisa adversa, Ó Deus Altíssimo, Protetor desta cidade. Que ela esteja sempre segura e tranquila, e seja um invencível palco de teu poder e virtude. Que os pais da pátria vivam e durem muito; que a igreja e a Academia sobrevivam – ‘suas colunas e fundamentos’ [1Tm 3.15]. Que esta Academia seja a sede de mui sincera sabedoria, uma fortaleza inexpugnável da verdade pura, o vestíbulo do estado para as almas íntegras, uma famíla de estudiosos, um compêndio de eruditos do mundo inteiro, e que sua estrutura e glória se estenda até os confins da terra. Finalmente, que esta igreja seja a sede imutável de tua graça e de tua Arca. Que geres nossos Elias, e envies Eliseus. Convoca os defensores da verdade, e a quem convocares confirma com tua força; ilumina com a luz celestial as mentes dos que ensinam e dos que aprendem, inflama-os com amor à sabedoria e à piedade” (Discurso Fúnebre de Benedict Pictet Concernente à Vida e Morte de François Turretini: In: François Turretini, Compêndio de teologia apologética. São Paulo: Cultura Cristã, 2011, v. 3, [p. 783-804] p. 804).
Mais tarde o filho de François Turretini, Jean-Alphonse Turretini, “Turretini, o Jovem” (1671-1737), pastor em Genebra (1693); professor em Genebra, de História Eclesiástica (1697), Reitor (1701/1710) e professor de Teologia (1705), não concordando integralmente com a teologia sustentada por seu pai, não continuou com o ensino Calvinista – tinha inclinação arminiana –; assim ele conseguiu que em 1706 a Fórmula, que era subscrita por todos os pastores desde 1679, não fosse mais e, em 1722/1725, finalmente conseguiu que fosse renunciada (Vejam-se: Philip Schaff, The Creeds of Christendom, 6. ed. Revised and Enlarged, Grand Rapids, Michigan: Baker Book House, (1931), v. 1, 478-479; A. A. Hodge, Esboços de Theologia, p. 113; Richard C. Gamble, Suíça: Triunfo e Declínio: In: W. Stanford Reid, org. Calvino e sua influência no Mundo Ocidental, São Paulo: 2. ed. Cultura Cristã, 2014, [p. 53-71] p. 6-71; John T. McNeill, The History and Character of Calvinism, New York: Oxford University Press, 1954, p. 405-406; H.R. Trevor-Roper, Religião, Reforma e Transformação Social, Lisboa: Editorial Presença; Martins Fontes, c. 1981, p. 159; Martin I. Klauber, The Helvetic Formula Consensus (1675): An Introduction and Translation: In: Trinity Journal, 11NS (1990), [p. 103-123], p. 103-114; Hermisten M. P. Costa, Raízes da Teologia Contemporânea, São Paulo: Cultura Cristã, 2004; Jack B. Rogers, The Church Doctrine of Biblical Authority: In: Jack Rogers, ed. Biblical Authority, Waco, Texas: Word Books, 1977, p. 30-31. (Este artigo foi também publicado posteriormente: Jack B. Rogers, The Church Doctrine of Biblical Authority: In: Donald K. McKim, ed. The Authoritative Word: Essays on The Nature of Scripture, Grand Rapids, MI.: Eerdmans, 1983, [p. 197-224] p. 208-211). (Observo que o fato de mencionar aqui e em outros lugares, obras de Rogers e Mckim, não significa que esses autores sejam simpáticos às posições de Turretini. Isso se torna evidente, em especial, na obra já citada: Jack B. Rogers; Donald K. McKim, The Authority and Interpretation of the Bible: An Historical Approach, San Francisco: Harper & Row, Publishers, 1979, p. 172-185).
[39]Herman Bavinck, Dogmática Reformada, São Paulo: Cultura Cristã, 2002, v. 1, p. 202.
[40] Quanto a esse assunto, veja-se a obra de Donizeti Rodrigues Ladeia, A Matriz filosófica do Presbiterianismo no Brasil, Goiânia, GO.: Cruz, 2016.
[41] Senso Comum: Nicola Abbagnano, Dicionário de Filosofia, 2. ed. São Paulo: Mestre Jou, 1982, p. 841b.
[42] Veja-se: Donizeti Rodrigues Ladeia, A Matriz filosófica do Presbiterianismo no Brasil, Goiânia, GO.: Cruz, 2016, p. 73ss. É preciso observar que esses princípios não são infalíveis, nem “inspirados”. (Veja-se: John M. Frame, História da Filosofia Ocidental, São Paulo: Vida Nova, 2023, p. 368).
[43]Sens commun: In: M. Ad. Francke, dir., Dictionnarie des Sciences Philosophiques, 2. ed., Paris: Librairie de L. Hachette et Cia., 1875, [p.1585-1587], p. 1586a. (https://gallica.bnf.fr/ark:/12148/bpt6k220857q.pdf). Vejam-se também: Théodore Jouffroy, Mélanges Philosophiques, 4. ed. Paris: Librairie de L. Hachette et Cia., 1866, p. 105ss. (https://books.google.com.br/books?id=4AIOAAAAYAAJ&pg=PA105&dq=M%C3%A9langes+Philosophiques&lr=&hl=pt-BR&source=gbs_toc_r&cad=4#v=onepage&q&f=false) (Consultado em 20.09.2024); Senso Comum: In: André Lalande, Vocabulário Técnico e Crítico da Filosofia, São Paulo: Martins Fontes, 1993, p. 998b.
[44] Cf. https://www.dsdi1776.com/signer/john-witherspoon/ ; https://pr.princeton.edu/pub/presidents/ witherspoon/ (Consultados em 20.09.2024).
[45] The Princeton Theology 1812–1921: Scripture, Science, and Theological Method from Archibald Alexander to Benjamin Warfield (Locais do Kindle 781-786). Edição do Kindle.
[46] John M. Frame, História da Filosofia Ocidental, São Paulo: Vida Nova, 2023, p. 368.
[47] Charles Hodge, Teologia Sistemática, São Paulo: Hagnos, 2001, p. 9.
[48] Charles Hodge, Teologia Sistemática, p. 12.
[49] Charles Hodge, Teologia Sistemática, p. 12-13.
[50] Vejam-se: João Calvino, Instrução na Fé Goiânia, GO: Logos Editora, 2003, Cap. 1, p. 11; João Calvino, As Institutas, São Paulo: Cultura Cristã, 2006, I.3.1-2; João Calvino, Exposição de Hebreus, São Paulo, Paracletos, 1997, (Hb 11.6), p. 305; João Calvino, O Livro dos Salmos, São Paulo: Paracletos, 1999, v. 1, (Sl 8.5), p. 167.
[51]Vejam-se: Ronald H. Nash, Questões Últimas da Vida: uma introdução à Filosofia, São Paulo: Cultura Cristã, 2008, p. 296-314; Donizeti Rodrigues Ladeia, A Matriz filosófica do Presbiterianismo no Brasil, p. 100-101.
[52] Charles Hodge, Teologia Sistemática, São Paulo: Hagnos, 2001, p. 45.
[53]Considerando a distância qualitativa entre Deus e o homem, Calvino sustenta que Deus em sua graça se acomoda à nossa compreensão, se adaptando de forma condescendente à nossa limitação. Vejam-se, por exemplo: J. Calvino, As Institutas, I.17.13; John Calvin, Calvin’s Commentaries, Grand Rapids, Michigan: Baker, 1996 (Reprinted), v. 1/1, (Gn 3.8), p. 161; v. 11/2, (Ez. 9.3,4), p. 304; João Calvino, Exposição de Romanos, São Paulo: Paracletos, 1997, (Rm 1.19), p. 64; João Calvino, O Livro dos Salmos, São Paulo: Paracletos, 1999, v. 1, (Sl 13.3), p. 265; J. Calvino, O Livro dos Salmos, São Paulo: Parakletos, 2002, v. 3, (Sl 78.65), p. 241; (Sl 91.4), p. 447; (Sl 93.2), p. 474; (Sl 106.23), p. 685.
[54] “O Senhor ordena que façamos o bem a todos, sem exceção, apesar do fato de que em sua maior parte são indignos, se os julgarmos segundo os seus próprios méritos. Mas a Escritura não perde tempo e nos admoesta no sentido de que não temos que observar tais ou quais méritos dos homens, mas, antes, devemos considerar em todos eles a imagem de Deus, a qual devemos honrar e amar. Singularmente, o apóstolo nos exorta a que a reconheçamos nos da ‘família da fé’ (Gl 6.10), visto que neles a imagem de Deus é renovada e restaurada pelo Espírito de Cristo” (João Calvino, As Institutas da Religião Cristã: edição especial com notas para estudo e pesquisa, São Paulo: Cultura Cristã, 2006, v. 4, (IV.17), p. 190).
[55] Vejam-se: Mark A. Noll, editor and compiler, The Princeton Theology: 1812-1921, p. 21-22; David F. Wells, ed. Reformed Theology in America: A History of its Modern Development, Grand Rapids, Michigan: Baker Books, 1997, p. 21-22.
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