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Cristianismo e comunicação: tudo a ver

Como recorda o breve texto da página __,  a 5 de novembro de 1864, no Rio de Janeiro, Simonton lançou Imprensa Evangélica, o primeiro jornal protestante publicado no Brasil. Esse periódico pioneiro circulou por 28 anos, de 1864 a 1892.

Nenhuma surpresa. O jovem missionário vinha de um país onde o primeiro jornal havia sido publicado 174 anos antes, a 25 de setembro de 1690. Na verdade, essa primeira tentativa durou apenas uma edição. Suas informações eram duvidosas e ele foi logo barrado. De vida mais longa foi o segundo periódico, que durou 72 anos a partir de 1704. E outros vieram. Os colonos pioneiros que se instalaram na América do Norte tinham formação cristã, muitos eram reformados. Para eles, ler e escrever se relacionavam ao seu apego à Escritura. No Brasil, de formação católica e sem a Bíblia, isso demorou mais. O primeiro jornal só foi lançado aqui em 10 de setembro de 1808!

O cristianismo não se separa do ler e escrever e da comunicação. E aprendemos isso enquanto aprendemos a própria fé. Lá no começo, “disse Deus: Haja luz; e houve luz” (Gn 1.3). Desde então, a presença da palavra. Aliás, “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus” (Jo 1.1). E depois disso, a comunicação continuou e foi publicada: “Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias, nos falou pelo Filho”. Nele encontramos a comunicação perfeita de Deus. E a palavra criadora é agora a palavra mantenedora porque ele sustenta “todas as coisas pela palavra do seu poder” (Hb 1.1-3).

O zelo divino pela comunicação se viu claramente no Sinai. O Senhor fez questão de entregar a Moisés a lei por escrito. Foi uma primeira edição de peso com dez cláusulas pétreas que, porém, não resistiu à fúria de Moisés diante do bezerro de ouro. Durou menos do que o primeiro jornal norte-americano. As tábuas foram quebradas, mas Deus as repôs. As dez palavras ficaram registradas. Tinham de ficar. Cópias teriam de ser feitas. Depois da pedra, mais tarde vieram argila, papiro e pergaminho, madeira e papel. Hoje usamos o meio virtual.

O mesmo zelo divino pela comunicação se vê em toda parte, porque, como ensinam as Escrituras, a mensagem é transmitida mesmo sem palavras: “Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos. Um dia discursa a outro dia, e uma noite revela conhecimento a outra noite. Não há linguagem, nem há palavras, e deles não se ouve nenhum som; no entanto, por toda a terra se faz ouvir a sua voz, e as suas palavras, até aos confins do mundo” (Sl 19.1-4).

E ninguém poderá afirmar “Eu não li” ou “Eu não sabia”. Essa comunicação torna todo ser humano indesculpável diante de Deus. Não se pode negar sua existência. As pistas de sua presença, majestade e poder colocadas por ele no universo são claras demais. Ninguém é como Deus. Mas ele faz ainda mais. O Senhor, como demonstrou no Sinai com a entrega da lei, tem um canal claro e direto com o seu povo, falando-nos por meio da Escritura. Sim, nós somos difíceis demais e parecemos cegos e surdos à sua mensagem, mas ele age em nós por meio do seu Espírito, abrindo nossos olhos e ouvidos para a sua Palavra. Só então conseguimos contemplar as maravilhas de sua lei.

Sua lei. Isso mesmo, essa é sua procedência e, por isso, seu proveito é indispensável. Com a palavra soprada por Deus somos ensinados, repreendidos e corrigidos, completando nossa formação no processo de educação na justiça (2Tm 3.16). Sem ela permaneceríamos incompletos e inadequados para a prática das boas obras que glorificam a Deus e que, portanto, nos habilitam a uma vida que cumpre seu propósito.

O Deus da palavra nos confiou uma missão: comunicar o evangelho e trazer outros para a comunhão com ele. Por isso, o ler e escrever tem mesmo de ser nossa marca. A educação tem de ser privilegiada, como a igreja fiel e particularmente os reformados têm feito ao longo dos séculos. A publicação de livros, jornais e revistas não pode esperar. Simonton sabia o que estava fazendo quando lançou a Imprensa Evangélica. Seu distante sucessor, este Brasil Presbiteriano, tem sido usado há 67 anos para comunicar a boa mensagem. Os livros e revistas da Cultura Cristã têm abençoado um punhado de gente.

De fato, cristianismo e comunicação têm tudo a ver.

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Autor

  • Cativo à Palavra

    Projeto Missionário Teológico e Pastoral. Para um coração cativo e dedicado ao Senhor.

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