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Jesus Cristo e o amor incompreensível de Deus

O soberano e livre amor de Deus é o fundamento de nossa redenção, materializando-se no sacrifício de Cristo pelo seu povo. Não haveria outro preço para que fôssemos libertos da escravidão, e Cristo o pagou (Gl 1.4; Gl 2.20; 1Pe 1.18-20).

Aqui nos deparamos com algo incompreensível (Ef 3.19): Deus paga um altíssimo preço para nos libertar. Fomos comprados por preço (1Co 6.20), portanto, devemos glorificar a Deus em nosso corpo.

Aquele que foi oferecido por nós, inimigos de Deus, foi o seu próprio Filho, o “Amado” (Ef 1.6). Antes da criação de todas as coisas, Cristo era e sempre será o “Amado”. O amor de Deus antecede ao nosso e nos capacita a amar: “Nós amamos porque ele nos amou primeiro” (1Jo 4.19).

O amor é medido pelo que se está disposto a dar. Deus não conhece limites em seu santo amor (Rm 8.32). O Filho eterno, em quem se agrada (Mt 3.17; 12.18; 17.5; 2Pe 1.17), foi enviado pelo Pai para entregar a sua vida pelos seus inimigos, reconciliando-os consigo (Ef 2.4).

Como entender, ainda que parcialmente, esse amor sacrificial de Deus, capaz de dar o “Amado” pelos inimigos? Dar amados menores pelo Amado é compreensível, pois todos já se desfizeram de algo de menor valor para obter algo maior. No entanto, dar o Amado pelos inimigos desafia nossa lógica.

Nosso consolo e alegria residem no fato de que Deus nos ama em Cristo Jesus, o Amado. Ele é a prova mais evidente do amor divino (Jo 3.16-17). Cristo sempre teve consciência de ser o Amado do Pai, e o Pai confia plenamente nele. O Filho, por sua vez, se alegra no amor do Pai e anseia pelo dia em que os seus amados contemplarão a sua glória e o amor do Pai (Jo 6.35; 10.17; 15.9; 17.24,26).

Jesus sabe que sua missão é motivada pelo amor do Deus Trino, e isso não lhe é estranho, pois, sendo Deus, também é amor. Os discípulos são amados do Pai por meio dele: “[…] para que o mundo conheça que tu me enviaste e os amaste, como também amaste a mim” (Jo 17.23).

Nós somos amados em Cristo, no “Amado”. O amor eterno de Deus pelo Filho se manifestou em nossa redenção, pelo seu sangue. Deus compartilha conosco esse amor eterno. Jesus Cristo exemplifica seu amor pelo Pai: “[…] assim procedo para que o mundo saiba que eu amo o Pai e que faço como o Pai me ordenou […]” (Jo 14.31).

O sacrifício de Cristo pelo seu povo é a expressão concreta do amor de Deus (1Jo 3.16). O Pai deu o Filho, e o Filho se deu a si mesmo pelo seu povo. O amor do Pai encontra no Filho a mesma disposição de amor e entrega. O Amado compartilhou conosco o amor que recebe eternamente do Pai e o seu próprio amor eterno (Jo 15.9,12).

Paulo exorta a igreja a andar em amor, tendo como padrão o amor de Cristo (Ef 5.2,25; Gl 2.20). A eleição eterna de Deus envolve o amor do Filho, que se dispõe a concretizar historicamente esse projeto do Deus Trino. Assim, nossa eleição eterna se realiza na História por meio da obra de Cristo e sua aplicação em nós pelo Espírito Santo. A Santíssima Trindade ama eternamente o seu povo!

Pedro fala daquele que foi morto antes dos tempos eternos para salvar seu povo (1Pe 1.18-21). O amor de Deus é eterno; por isso, ele providenciou desde a eternidade nossa salvação. A vida eterna é para aqueles que o Pai confiou ao Filho, como expressa a oração de Jesus, ao referir-se ao pacto entre as Pessoas da Trindade (Jo 17.2,6).

Deus nos amou na eternidade e já via seu Filho como o “Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo” (Ap 13.8). Isso corrobora sua declaração a Israel: “Com amor eterno eu te amei” (Jr 31.3). Esse amor nos conduz a ele e, por fim, às bem-aventuranças eternas em sua presença. Somos tão amados que o Filho nos quer para si, para que estejamos para sempre com ele, participando do amor trinitário que os une (Jo 17.24-26).

A riqueza da graça de Deus se manifestou no sacrifício de Cristo. Deus não anula sua justiça por amor; ao contrário, cumpre a justiça em amor. A graça reina pela justiça (Rm 5.21). Somente Jesus Cristo, o Deus encarnado, poderia satisfazer as exigências divinas para a nossa salvação, como escreve Paulo: “Sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus” (Rm 3.24).

O Rev. Hermisten Maia Pereira da Costa, pastor-auxiliar da 1ª IP São Bernardo do Campo, SP, é coordenador acadêmico e ensina teologia no JMC, membro do CECEP e do Conselho Editorial do Brasil Presbiteriano.

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Autor

  • Cativo à Palavra

    Projeto Missionário Teológico e Pastoral. Para um coração cativo e dedicado ao Senhor.

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