Em tempos de abolição da verdade, MacArthur foi irredutível em sua proclamação da verdade de Deus
John MacArthur (1939–2024) foi um pastor, teólogo e escritor cristão conhecido por sua fidelidade à exposição das Escrituras. Pastoreou a Grace Community Church, na Califórnia, e fundou o ministério de mídia Grace to You. Escreveu mais de 150 livros e contribuiu para formar milhares de pastores e líderes nas instituições de ensino teológico que dirigiu. Sua firme defesa da suficiência das Escrituras e da sã doutrina deixou um legado duradouro para a igreja evangélica mundial. Entre diversos títulos seus publicados pela Cultura Cristã encontra-se A Palavra Inerrante.
Após um ministério de 55 anos na Grace Community Church e presença edificante nos meios de comunicação e congressos, MacArthur deixou-nos para estar com o Senhor. Uma primeira e bem humana reação é de tristeza pela perda e de lamento. Por que, Senhor?
A Bíblia explica por quê.
A ordem havia sido clara: “De toda árvore do jardim comerás livremente”. Com uma ressalva: “Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás”. E o temível alerta: “porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás” (Gn 2.16-17).
Veio a desobediência e assim a morte entrou na criação. A humanidade, representada no Éden por Adão, tornou-se separada de Deus, morreu e continua morrendo.
O Senhor, porém, que havia escolhido um povo para si desde os tempos eternos, informou a vinda daquele que derrotaria Satanás e a morte de modo radical: ele esmagaria a cabeça da serpente. Como? E a dívida humana contraída pelos desobedientes? Resposta: a irrevogável pena de morte decorrente da transgressão seria assumida pessoalmente pelo mediador de uma graciosa aliança a ser oportunamente comunicada.
Nasceu assim a esperança. Os escolhidos creram na promessa e foram passando adiante a boa notícia. Vem aí o Profeta! Vem aí o Sumo-sacerdote! Vem aí o Rei!
Claro, todos os eleitos exibiram a marca de sua natureza corrompida, mas foram salvos pela fé nas promessas do Mediador, o Resgatador o Messias. E ele veio conforme anunciado. E esmagou a cabeça da serpente conforme prometido. E os da fé continuam a contar ao mundo o que ele fez!
Continuamos tendo de encarar a dor da morte, mas falam mais alto o alento e alegria da esperança e o desejo ardente de estar com o Senhor. Essa é a mensagem da Escritura e foi de modo consistente, fiel e apaixonado anunciada pelo saudoso John MacArthur ao longo de sua consagrada vida e ministério: “Sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos da parte de Deus um edifício, casa não feita por mãos, eterna, nos céus. E, por isso, neste tabernáculo, gememos, aspirando por sermos revestidos da nossa habitação celestial […]. Temos, portanto, sempre bom ânimo, sabendo que, enquanto no corpo, estamos ausentes do Senhor; visto que andamos por fé e não pelo que vemos. Entretanto, estamos em plena confiança, preferindo deixar o corpo e habitar com o Senhor” (2Co 5.1-8).
Contrárias ao pecado e ao lamento, fé e esperança nos fortalecem. “Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor” (Rm 7.25).
Em tempos de fake news e abolição da verdade, MacArthur foi irredutível em sua proclamação da verdade de Deus. Em seus livros, vídeos e áudios, em seus sermões e em suas palestras, não se encontram concessões. Também, não se escondia ele atrás da linguagem rebuscada e obscura de muitos. Havia uma mensagem a ser comunicada, o evangelho a ser pregado, a graça a ser transmitida.
Sentiremos muita falta de John MacArthur, Jr. Mas confiamos que a alegria do encontro com ele diante do trono será muito maior.
Sim, a esperança cristã é confiança em Cristo.
O Rev. Cláudio Marra é o Editor da Cultura Cristã e do Brasil Presbiteriano
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