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Vivendo como um monge em uma era acelerada

O convite mais incrível que já experimentei para oração contemplativa foi em um jardim que ficava ao lado de uma charmosa mansão britânica. Ao percorrer um caminho que serpenteava por entre flores e arbustos, eu me deparei com uma série de espaços interativos que tinham placas com passagens bíblicas e instruções com sugestões de oração — todas especificamente pensadas para ajudar o visitante a processar o luto após uma perda.

Neste jardim, sou encorajado a me sentar em um banco e a imaginar um ente querido que já faleceu ali, sentado no assento vazio ao meu lado. Posso sentar em um barco a remo, perto de um riacho, e relembrar as águas tempestuosas que já enfrentei na vida. Posso pegar um graveto que está em uma pilha, identificar dentro de mim uma preocupação ou ferida e, em seguida, entregá-la a Deus, jogando esse graveto de maneira simbólica no riacho. Posso até mesmo baixar um aplicativo para ouvir música meditativa durante minha caminhada pelo jardim.

Eu e minha esposa, Cheri, visitamos este Remembering Garden [Jardim da Lembrança] na Abadia de Waverley, em Surry, Inglaterra; ele foi fundado pela comunidade da Ordem da Semente de Mostarda (OMS, sigla em inglês) como parte de sua iniciativa de oração contínua — 24 horas por dia, 7 dias por semana. Fomos visitá-lo depois de participar e falar na New Monastic Roundtable [Nova Mesa Redonda Monástica], na Suíça, em 2023. Trata-se de uma rede global de 20 diferentes comunidades cristãs intencionais, como a OMS, que buscam adaptar antigos princípios e práticas monásticas para enriquecer a fé e a vida modernas; entre suas iniciativas está a criação de espaços públicos sagrados voltados para a oração contemplativa.

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Voltei para casa com uma admiração renovada por essas e outras expressões mais recentes do novo movimento monástico. Esse movimento foi apresentado pela primeira vez há 20 anos, na capa da revista Christianity Today, por Shane Claiborne [que, na época, usava o cabelo no estilo dread]. Por isso, fiquei mais do que surpreso quando, há poucos meses, ouvi um líder que frequenta alguns dos mesmos círculos que eu dizer casualmente: “O novo monasticismo está morto”.

Embora seja verdade que o monasticismo tradicional está em declínio em muitas tradições cristãs históricas, o novo monasticismo — a reapropriação contemporânea da sabedoria monástica — ainda está muito vivo. Mais do que isso, esse movimento está conquistando novos e crescentes adeptos entre a próxima geração; também vem atendendo a necessidades humanas universais, que são sentidas hoje mais do que nunca.

Em nossa era digital global, muitos cristãos estão redescobrindo a importância da comunidade, o valor dos ritmos e das rotinas em meio a circunstâncias caóticas e a necessidade de um compromisso mais profundo com a formação espiritual. Só nos últimos cinco anos, a pandemia, os incidentes de injustiça racial e a crise de abusos na igreja nos serviram de alerta. Pouco a pouco estamos percebendo que pode valer a pena sacrificar o conforto e as conveniências modernas para viver nossos ideais e nosso potencial mais elevados como povo de Deus, e, também, que talvez precisemos olhar para trás para podermos seguir em frente.

Alguns cristãos têm se mostrado sensíveis a essas necessidades há muito tempo — pessoas que se consideram “novos monásticos” (como eu), que são fascinadas pela coragem dos anciãos do deserto de se mudarem para lugares ermos, isolados. Instiga-nos a ideia de viver em uma comunidade unida e de assumir compromissos sérios com valores fundamentais. E nos perguntamos se com o estabelecimento de regras comunitárias para a vida conseguiríamos domar o cavalo selvagem da cultura moderna tardia e, assim, nos ajudar a organizar melhor nossa vida em torno do Evangelho.

Hoje, essa reapropriação está tomando a forma de aplicativos devocionais, como o Lectio 365, aulas virtuais introdutórias sobre oração contemplativa, conventos adaptados na Europa e espaços de oração em becos e em áreas financeiras dos centros urbanos. Esse movimento toma forma em campus universitários cristãos que estabelecem suas próprias regras de vida ou em programas de discipulado comunitário, e ainda em pequenos grupos de estudantes cristãos que frequentam grandes universidades. Também está acontecendo por meio de organizações que estão espalhadas ao redor do mundo, como a OMS, que conduz os futuros membros por etapas de preparação e tomada de votos, em um processo de iniciação digital que é inspirado nas ordens religiosas tradicionais.

Vale a pena notar que o termo monasticismo é mais complexo do que o nosso uso atual sugere. Durante séculos, juristas religiosos debateram as distinções entre monges e frades, votos simples e solenes, vida religiosa e consagrada, e assim por diante.

Certa vez em que eu estava apresentando uma sessão para a conferência da Academia Americana de Religião, um dos participantes simplesmente disse isto sobre os novos monásticos: “Eles não são monásticos. Eles não fazem votos de castidade”. E fim de papo. Provavelmente, teria sido mais apropriado dizer que aderimos a “institutos da vida consagrada”, mas esse termo é bastante obscuro. A razão pela qual a maioria das pessoas ainda recorre ao novo monasticismo é porque ele parece adequado para um movimento que está ansioso por resgatar práticas e sentimentos de uma forma de vida radicalmente religiosa.

Cristãos que estão interessados ​​nos princípios monásticos desejam adotar um estilo de vida diferente, que os ajude a amadurecer em Cristo. Alguns sentem a necessidade de jejuar, passar um tempo longe da interação social ou meditar sobre os próprios pecados diante de Deus. Assim como quem compete nos Jogos Olímpicos, ou como as virgens consagradas [da Ordem das Virgens], os membros das ordens monásticas passam por um “treinamento rigoroso” — não para correr “sem alvo”, mas, nas palavras do apóstolo Paulo, como alguém que diz: “esmurro o meu corpo e faço dele meu escravo, para que, depois de ter pregado aos outros, eu mesmo não venha a ser desclassificado” (1Coríntios 9.24-27).

O termo técnico que designa esse tipo de atividade é ascetismo, mas a maioria fala disso em termos de formação. O autor Trevin Wax escreveu, no ano passado, que a formação espiritual — definida como “uma reformulação total de hábitos pessoais e disciplinas espirituais” a partir da “fidelidade a Jesus como Senhor de toda a vida” — é a quarta e mais recente onda de influência que está moldando as igrejas evangélicas de hoje.

Wax está no caminho certo, pois muitas dessas expressões da próxima geração do novo monasticismo estão profundamente focadas na formação espiritual.

Por exemplo, John Mark Comer, autor do livro Practicing the Way: Be with Jesus. Become like him. Do as he did [Praticando o Caminho: Esteja com Jesus. Torne-se como ele. Faça como ele fez], notou um “microrressurgimento” de uma prática monástica comum, a saber, a adoção de uma regra de vida como maneira de viver de forma mais intencional e significativa.

A maioria das ordens religiosas é regida por regras de vida, que definem ritmos diários e rotinas devocionais para a comunidade e seus membros. Tais declarações geralmente consistem em uma visão clara, hábitos de autorreflexão em oração e maneiras práticas de manter relacionamentos em que há prestação de contas ​​e as pessoas cuidam umas das outras.

A ideia por trás disso é que todos nós estamos sendo moldados por uma regra de vida, quer percebamos isso quer não. Portanto, podemos nos conformar às regras sociais que nossa cultura nos impõe ou podemos adotar uma visão intencional que projeta o senhorio de Cristo sobre todas as áreas da nossa vida, mesmo naquilo que diga respeito a seus aspectos mais mundanos.

Tal objetivo pode ser alcançado sem regras escritas, é claro. Certa vez, visitei uma das mais antigas expressões monásticas da história cristã: o mosteiro de Santo Antônio, no Egito. Essa ordem não é regida por uma regra escrita — eles tinham padrões tão bem estabelecidos que regulamentos registrados por escrito foram considerados desnecessários. No entanto, para aqueles de nós que não contam com 1.500 anos de sabedoria acumulada ou com uma cultura de vida tácita, escrever uma declaração clara dos nossos objetivos inspirados por Deus pode ajudar muito.

Jared Patrick Boyd, fundador da Order of the Common Life [Ordem da Vida Comum] (OCL) — uma “ordem monástica missionária que reimagina as vocações religiosas para o século 21” — afirma uma regra de vida comunitária que é sintetizada em quatro ritmos (trabalho físico, oração, estudo e descanso) e em 12 compromissos, entre os quais estão a simplicidade, a hospitalidade e o serviço à igreja.

No entanto, Boyd insiste que estas não são meras práticas devocionais. “Você pode praticar disciplinas espirituais o dia todo”, disse-me ele, em nossa entrevista, “mas se não estiverem voltadas a esta compreensão teológica específica da forma da alma humana e da obra de Deus, então, sua prática não se encaixa de fato na tradição”.

A OCL conta atualmente com cinco membros, mas tem 65 noviços que estão em processo de formação e outros 45 postulantes que iniciaram o processo em 2025. Seu objetivo é treinar cristãos — em grande parte online, por meio de grupos virtualmente dispersos — para se tornarem “mães e pais espirituais” em seus próprios contextos comunitários, formando “evangelistas pelo amor de Deus”, em suas igrejas e em seus locais de trabalho.

Uma característica notável da vida monástica, tanto no passado quanto hoje, é que os membros se veem como alguém que está construindo uma comunidade alternativa. Essas duas palavras — alternativa e comunidade — são cruciais para encarnarmos a fé cristã ancestral em nossa vida e em nossas comunidades desconectadas e frenéticas.

Vivemos em um mundo que está em rápida transformação, principalmente devido à tecnologia que utilizamos, de modo que tanto o termo comunidade quanto o termo alternativa se tornam conceitos difíceis de entender, e ainda mais difíceis de encarnar. “À medida que nos tornamos mais ricos e individualistas, perdemos nossa aptidão para a comunidade e não sabemos como recuperá-la”, disse David Janzen, da Reba Place Fellowship, uma pequena, porém antiga comunidade cristã intencional.

Com demasiada frequência, a formação espiritual é discutida em termos de crescimento individual em Cristo, quando isso é apenas uma pequena parte da história. Jesus e os escritores do Novo Testamento deixam claro que o Espírito Santo foi concedido a nós (Atos 15.8) e que a vida cristã deve ser vivida em comunidade (Romanos 12.5). É por isso que a maioria das cartas de Paulo no Novo Testamento foi escrita principalmente para igrejas — porque o plano de Deus sempre foi preparar um povo, um sacerdócio real, o corpo de Cristo, que reina com Deus para sempre (1Pedro 2.9). Quer queiramos quer não, todos nós existimos no contexto de uma comunidade — esse é o solo em que cada um de nós está plantado e crescendo.

O pensamento monástico sempre considerou a comunidade como o principal agente, meio e objetivo da obra de Deus em nossa vida. Você pode chamar isso de vida compartilhada, koinonia (em grego) ou “comunidade densa”, profunda; o fato é que Deus planejou que todos nós tivéssemos uma comunhão autêntica. No entanto, esse tipo de comunidade certamente não surge por acaso.

Muitos dos admiradores da nova vida monástica “pensam que ela fluirá de maneira natural, uma vez que estejamos em comunidade, mas simplesmente não acontece assim. É preciso uma tremenda dose de intencionalidade”, disse Boyd, da OCL. Ele me contou sobre uma reunião com alguns líderes do movimento Vineyard USA, em 2012, na qual discutiram duas questões simples: “(1) Há espaço na Vineyard para uma expressão monástica? (2) Se houver espaço, como seria tal expressão?”

Doze anos depois, essa expressão parece uma versão do século 21 de um resgate carismático da tradição ascética (de formação) monástica — da qual o livro recente de Boyd, Finding Freedom in Constraint: Reimagining Spiritual Disciplines as a Communal Way of Life [Encontrando a liberdade na restrição: reimaginando as disciplinas espirituais como um estilo de vida comunitário], é um manifesto. E embora o objetivo da OCL seja treinar cristãos para a missão em suas próprias comunidades, e não seja primariamente iniciar expressões de comunidades residenciais, eles estão atualmente explorando a questão de como seria um mosteiro urbano do século 21.

Mas o novo monasticismo não é simplesmente a personificação da comunidade. É uma expressão de comunidade alternativa. Como é essa questão de amar o mundo sem se perder nele? Como ser distinto do mundo sem ser escapista nem se inclinar demais para a Opção Beneditina de Rod Dreher de “separar-se culturalmente do mainstream”?

As comunidades alternativas atuais, virtuais ou presenciais, exigem que definamos a identidade cristã de maneiras que sejam transculturais, multiculturais ou contraculturais. Elas também exigem conversas sobre como nutrir a vida em comum e sobre aprender o equilíbrio entre cuidar da própria família e da comunidade. E abrem discussões sobre como podemos respeitar tanto os introvertidos quanto os extrovertidos em nosso meio, além de nos forçarem a investir na prática negligenciada de resolução de conflitos interpessoais.

A vida intencional e comunitária também tem sido acompanhada de compromissos generalizados com a prática da virtude. Votos vitalícios de pobreza, castidade e obediência visam combater alguns dos atrativos mais velhos do mundo, como dinheiro, sexo e poder — e nos proteger das ameaças que [esses fatores] representam para os relacionamentos dentro da comunidade. E embora os admiradores monásticos modernos possam não manter esses votos integralmente, suas tradições permanecem como fonte vital de inspiração e inovação.

Para os primeiros beneditinos, diferenciar-se de forma amorosa do mundo significava deixar suas famílias para formar claustros semi-isolados — de onde podiam oferecer caridade aos necessitados. Hoje, isso pode significar compartilhar casas ou renda com outras pessoas. Para as virgens do segundo século e as beguinas do século 13, a castidade significava renunciar às garantias do casamento terreno em troca do casamento com Cristo. Para os “solteiros vocacionais” de hoje, isso pode se parecer com abraçar o celibato por reverência a Cristo e a serviço do seu reino.

Podemos não compartilhar toda a nossa renda em uma comunidade residencial, mas podemos optar por gastar menos e compartilhar o restante em um aplicativo comum de compartilhamento de dinheiro, canalizando fundos para investir em necessidades locais. Podemos não nos mudar para um claustro nem recitar o ofício divino sete vezes ao dia, mas podemos nos juntar a um grupo virtual de parceiros para orar juntos todo dia e compartilhar reflexões de autoexame mensalmente.

Podemos não renunciarao nosso emprego e à nossa renda, mas podemos escolher trabalhar meio período e dedicar o restante do tempo ao serviço em nossa igreja ou na comunidade. Podemos não escolher a obediência absoluta a uma abadessa ou a um abade, mas podemos querer explorar os problemas e as possibilidades da autoridade e da estrutura eclesiásticas e investir mais profundamente em uma humilde submissão ao corpo de Cristo.

O ponto principal de tudo isso é que precisamos aprender a encarar o compromisso com esses princípios como se fossem simplesmente o próximo passo a ser dado em nosso relacionamento de amor e de confiança com Deus e com os outros.

Sonho em ver futuros monásticos criando ferramentas e espaços para comunidades e indivíduos do século 21, que integrem criativamente o ascetismo cristão aos novos impulsos monásticos — tudo com o objetivo de atender às necessidades agudas e sentidas de nossa época e cultura, e de facilitar o profundo trabalho interno, que é necessário para aumentar nossa semelhança a Cristo.

A coletânea clássica de ensaios editada pela The Rutba House, School(s) for Conversion: 12 Marks of a New Monasticism [Escola(s) para conversão: 12 marcas de um novo monasticismo], lista o cuidado com a criação, a pacificação, o compartilhamento de recursos econômicos, o lamento pela divisão racial e a busca ativa por uma reconciliação justa como algumas das principais características de um novo estilo de vida monástico. Embora o Novo Testamento fale explicitamente sobre essas questões, até recentemente esses aspectos têm sido com frequência negligenciados nos manuais de disciplinas espirituais e nos programas de formação.

Para alguns de nós, isso pode parecer a cura da solidão ou da rejeição pela família, por amigos ou pela sociedade em geral. Para outros, significa reconhecer diante de Deus o que Howard Thurman chama de “cães do inferno”: nosso medo, nossa hipocrisia e nosso ódio. Da mesma forma, muitos de nós precisamos examinar e nos livrar dos preconceitos raciais, patriarcais, ecológicos ou classistas que carregamos.

Uma das primeiras e mais simples maneiras de realizar esse trabalho é por meio de nossa vida de oração — uma das marcas mais conhecidas dos monásticos. Nossas orações são o solo a partir do qual toda a flor da vida monástica cresce. Nós nos importamos com a Terra e seu futuro? Isso deve ser expresso em nossas orações. Odiamos as divisões do nosso tempo? Então, elevemos nosso lamento ao Senhor. Queremos perdoar aqueles que nos feriram? Comecemos expressando nossas queixas a Deus. É disso que se tratam os espaços e as caminhadas de oração.

Também acredito que os futuros novos monásticos se dedicarão a expressões de adoração mais profundas e tangíveis. As palavras, a estrutura e os espaços dos nossos encontros (sejam eles litúrgicos ou carismáticos) proclamam a nossa fé. Anseio que os novos monásticos construam mais capelas e jardins de oração em centros urbanos movimentados, em cidades do interior ou em áreas rurais isoladas. Isso faz parte do que significa demonstrar compromisso com uma vida contemplativa e oferecer hospitalidade a estranhos.

Como sempre, a forma não é tão importante quanto a essência que está por trás dela. Uma paixão que tenho em meu próprio trabalho é encorajar futuros esforços monásticos a deixar de lado qualquer senso de elitismo e a oferecer medidas que tornem os “institutos de vida consagrada” disponíveis e acessíveis a todos — facilitando oportunidades de vivenciar “princípios básicos para a vida em comunidade”, por meio de aplicativos de formação espiritual, espaços sagrados criativos e contemplação guiada.

Devemos lembrar que resgatar algo do passado e trazê-lo para o presente, em prol de um futuro esperado, não é ciência, mas sim uma arte. E, como acontece com qualquer arte, cultivamos formas modernas desses princípios antigos abrindo caminho através do desconhecido — um processo que pode levar gerações.

No entanto, sinto-me encorajado por estarmos bem encaminhados. O que ouço repetidamente em minhas conversas com líderes e seguidores é que existe um profundo anseio por viver a vida e os ensinamentos de Cristo de forma mais explícita em nossa geração atual. Na melhor das hipóteses, esse desejo não é uma expressão de elitismo nem uma expectativa irrealista para toda a igreja, mas sim um simples anseio de nos colocarmos inteiramente à disposição de Deus.

Certo dia, sentado no gramado verdejante da Abadia de Waverley, durante minha visita ao Jardim da Lembrança, eu me perguntei se a Ordem da Semente de Mostarda conseguiria realmente manter viva sua visão idílica de uma rede globalmente dispersa — contando, para isso, com um aplicativo de oração viral, 34 casas de oração, 6 comunidades residenciais, em torno de 1.000 membros e muitas outras aspirações. E se tudo isso desmoronar sob as pressões financeiras, a institucionalização ou até mesmo por conflitos interpessoais comuns? Não que eu tivesse alguma suspeita secreta sobre isso em particular — é que eu já vi isso acontecer muitas vezes com outras iniciativas comunitárias como essa.

Então me lembrei das palavras de Tim Otto, da Church of the Sojourners [Igreja dos Peregrinos], em São Francisco, quando discursou na Mesa Redonda dos Novos Monastérios: “A igreja, em qualquer lugar, está sempre à beira do fracasso”. No entanto, o agir de Deus em sua igreja e por meio dela é sempre maior do que nossos fracassos perenes, e nem mesmo as portas do inferno prevalecerão contra ela.

Evan B. Howard é o fundador e diretor da Spirituality Shoppe: Um Centro para o Estudo da Espiritualidade Cristã. Ele é professor aposentado do Seminário Teológico Fuller; autor de Deep and Wide: Reflections on Socio-Political Engagement, Monasticism(s) and the Christian Life [Profundo e Abrangente: Reflexões sobre o Engajamento Sociopolítico, o(s) Monasticismo(s) e a Vida Cristã]; Howard também é amigo de muitas novas comunidades monásticas.

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  • Cativo à Palavra

    Projeto Missionário Teológico e Pastoral.

    Para um coração cativo e dedicado ao Senhor.

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