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Nossos limites são um presente de Deus | Aaron Armstrong

Admiro pessoas que sabem dizer não. Mais especificamente, admiro pessoas que reconhecem que têm limites. Gente que entende que, por mais que queira, não consegue fazer tudo. Seja participar de encontros sociais, assumir projetos especiais ou qualquer outra coisa que se possa imaginar — elas sabem quais são suas prioridades e conhecem suas limitações.

Essas pessoas avaliam o custo e agem de acordo com ele. Planejam com base nisso. Isso é um dom maravilhoso. Mas, embora eu admire esse tipo de atitude, também é algo com que eu luto.

 

Descobrindo e aceitando meus limites

Aceitar minhas limitações nunca foi algo fácil para mim. E não estou falando sobre excesso de tarefas, ou sobre limitações profissionais e ministeriais que vêm com a cultura de visibilidade e influência — nada disso.  Na verdade, hoje em dia me preocupo menos em agarrar todas as oportunidades que aparecem, sem considerar tempo, habilidades ou vocação. Pra mim, a dificuldade está mais nos limites que tornam certas tarefas e situações especialmente desafiadoras. Aqueles que me frustram porque exigem um esforço enorme pra fazer o que parece vir naturalmente para os outros — e por causa do impacto mental, físico e emocional que essas atividades causam em mim.

Eu nem sabia quais eram alguns desses limites até 2023. Ou melhor, eu não sabia os nomes deles. Mas, quando descobri, tantas experiências começaram a fazer sentido — como encontrar aquela peça que faltava no quebra-cabeça e, de repente, a imagem toda se revela.

Embora eu não vá compartilhar os detalhes aqui, passei o último ano aprendendo a enxergar a bondade presente nesses limites. Porque, mesmo que o processo tenha sido difícil, conhecer essas limitações me trouxe uma liberdade que eu nem sabia que estava perdendo. A liberdade de poder começar a dizer “não” mais rapidamente. De encontrar outras formas de lidar com situações que são importantes demais pra simplesmente recusar. De buscar ajuda onde era necessário. De perceber que esses limites são, na verdade, um presente — especialmente depois de compartilhá-los com minha comunidade.

 

Nossos limites são um presente

Tem uma frase num livro que li anos atrás, O Pastor Imperfeito, de Zack Eswine. Na verdade, nem é uma frase do texto principal — é um subtítulo que diz: “Os limites do seu chamado revelam o cuidado pastoral de Deus por você.”

Embora essa frase tenha uma aplicação clara ao ministério, à influência e coisas do tipo, é fácil esquecer que as limitações das quais estou falando aqui também fazem parte desses limites. Elas são uma das maneiras pelas quais Deus demonstra seu cuidado por mim — e por nós. É uma bondade contraintuitiva, mas ainda assim uma bondade.

Mais do que apenas nos lembrar de que não somos Deus, nossos limites nos encorajam a perceber a beleza da vida em comunidade. De fazer parte de um corpo que carrega os fardos uns dos outros, que chora com os que choram e se alegra com os que se alegram. Pessoas com quem podemos compartilhar nossas fraquezas — e que Deus usa para nos sustentar. Essa é a bondade dos nossos limites.

Esse é o presente que eles são. Isso não torna o processo de descobri-los ou reconhecê-los menos difícil ou menos doloroso. Mas dá um propósito a essa dificuldade. Porque, por meio deles, Deus revela seu cuidado por nós. E nisso, podemos encontrar consolo.


Texto original: Our limits are a gift from God Traduzido e publicado no site Cruciforme com permissão.

 

É escritor em um ministério cristão internacional dedicado a cuidar das necessidades dos pobres. Também é pregador itinerante e blogueiro do BloggingTheologically.com. Ele e a família são membros da igreja Harvest Bible Chapel, em London, Ontário, no Canadá, onde servem juntamente.

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Autor

  • Cativo à Palavra

    Projeto Missionário Teológico e Pastoral. Para um coração cativo e dedicado ao Senhor.

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