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O “novo” Superman realmente é tudo isso?

O comeback da DC Comics. Para os aficionados por HQs e heróis, essa tem sido a sensação com o lançamento de Superman (2025), dirigido por James Gunn.

Os fãs de Zack Snyder e o Superman de Henry Cavill me perdoem, mas essa versão interpretada por David Corenswet é, de longe, a minha favorita. Nele, encontrei tudo o que um herói, ao meu ver, deve representar: traz vida, cor e esperança quando surge na tela. E isso porque eu sou muito mais Marvel do que DC, hein?

Mas, aqui, sejamos sinceros, não sei com você, mas esse retorno aos holofotes de tantos heróis (como o Quarteto Fantástico que apareceu por aqui na edição passada) me levantou uma questão: por que a cultura moderna insiste em narrativas de heróis?

Para mim, a resposta é clara: todo ser humano vive em busca de sentido, de justiça e de redenção. Mesmo em suas expressões culturais mais seculares, o homem não consegue fugir do sensus divinitatis, a marca indelével de Deus na criação humana, que, fica a dica, Anthony Hoekema trabalha em Criados à Imagem de Deus, da Cultura Cristã.

Superman sempre carregou uma dimensão messiânica. Idealizado na década de 1930 por Joe Shuster e Jerry Siegel, filhos de imigrantes judeus, o herói foi pensado para ser uma figura de esperança em meio ao sofrimento e à guerra. E, nesse novo filme, representado por David Corenswet, essa simbologia é retomada: o herói não é exaltado apenas por sua força, mas por sua entrega e serviço.

Desde pequena consigo enxergar claramente os paralelos da jornada de herói do Superman com a do nosso Salvador, Jesus Cristo. Mas fique tranquilo, eu tenho plena convicção de que essas analogias são, no máximo, parábolas culturais, reflexos imperfeitos da verdadeira história de redenção.

Francis Schaeffer afirmava que a arte e a cultura são janelas para o espírito de uma época. E, ao analisarmos Superman, percebemos um duplo movimento e anseio dessa geração: de um lado, o desejo humano de um salvador transcendente; de outro, a incapacidade da cultura secular de oferecer uma resposta suficiente.

Mesmo com sua força e humor afiado, o novo Superman é limitado, impotente e, segundo o meu pai, bem “fraquinho” para apanhar tanto nesta versão diante do mal último.

Mas, além de tratar sobre essa necessidade de salvação humana, o filme aborda temas atuais, como xenofobia, polarização política e manipulação ideológica. Esses elementos revelam, em linguagem cinematográfica, as idolatrias contemporâneas.

Abraham Kuyper já lembrava que não existe um centímetro quadrado da realidade sobre o qual Cristo não declare: “É meu!”. A cultura pop, portanto, não é neutra. Ela carrega cosmovisões concorrentes. Cabe ao cristão discernir esses sinais, rejeitar o que distorce e ressignificar aquilo que, mesmo de modo fragmentado, aponta para a verdade do evangelho.

O novo Superman é, assim, mais do que entretenimento: é um testemunho involuntário de que a humanidade anseia por redenção. Mas, como todo substituto criado pelo homem, é um messias incapaz. E, por isso, como cristãos, devemos ver nessas narrativas culturais um ponto de contato apologético: usar a história do herói para revelar a insuficiência dos salvadores culturais e anunciar Cristo, o verdadeiro Filho que desceu do céu, foi rejeitado, se humilhou até a morte e triunfou para reconciliar todas as coisas.

O que vemos em Superman é apenas uma sombra; a substância está em Cristo. E é somente nele que o anseio humano por justiça, esperança e restauração encontra resposta plena.

Mas, afinal, qual o meu parecer? Assista. Sem dúvidas, eu me diverti assistindo, consegui dar boas risadas e saí animada para ver o que o James Gunn promete trazer nessa nova fase da DC Comics.

Gabriela Cesario é jornalista do Brasil Presbiteriano

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  • Cativo à Palavra

    Projeto Missionário Teológico e Pastoral. Para um coração cativo e dedicado ao Senhor.

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