6.1.4. Rei Eterno
O nosso Pastor é Rei. Seu reinado não tem mandato, prazo de validade nem fronteiras geográficas. Não depende de acordos, vetos ou aprovações humanas. Ele é o Senhor soberano que reina eternamente.
Seu domínio não se desgasta, não se deteriora, não sofre variações. Permanece perfeito − como Deus o é. A eternidade do Reino reflete a glória e o poder eternos do Rei, cuja majestade transcende o tempo e governa com justiça, fidelidade e graça.
Nessa certeza, os salmistas exultam:
O SENHOR permanece no seu trono eternamente, trono que erigiu para julgar. (Sl 9.7).
O SENHOR é rei eterno. (Sl 10.16).
Reina o SENHOR. (…) Desde a antiguidade, está firme o teu trono; tu és desde a eternidade. (Sl 93.1-2).
Tu, porém, SENHOR, permaneces para sempre, e a memória do teu nome, de geração em geração. (Sl 102.12).
O SENHOR reina para sempre; o teu Deus, ó Sião, reina de geração em geração. Aleluia! (Sl 146.10).
Poderes derivados
Os homens, por mais poderosos que pareçam, estão assim apenas em decorrência de circunstâncias passageiras: seja pela posição que ocupam, pelas riquezas e/ou prestígio que detêm, pelo sucesso de suas realizações ou até pela proximidade com pessoas influentes − as quais, por sua vez, se inserem em uma ou mais dessas mesmas condições.[1]
Entretanto, quando a Bíblia fala do poder soberano de Deus, ela se refere não a um estado determinado por fatores externos, tais como dinheiro, fama, prestígio, etc., mas sim, à sua própria natureza. Deus, como temos dito, é autopoderoso, autoautenticador de tudo que é e faz. Deus não simplesmente está poderoso: Ele é o próprio Poder. Todo o poder emana dele. Por isso, Ele se manifesta poderosamente: “Uma vez falou Deus (~yhil{a/) (elohim), duas vezes ouvi isto: Que o poder pertence a Deus (~yhil{a/)(elohim)” (Sl 62.11).
A Confissão de Fé de Westminster (1647) resume:
Deus tem em si mesmo, e de si mesmo, toda a vida, glória, bondade e bem-aventurança. Ele é todo suficiente em si e para si, pois não precisa das criaturas que trouxe à existência, não deriva delas glória alguma, mas somente manifesta a sua glória nelas, por elas, para elas e sobre elas. Ele é a única origem de todo o ser; dele, por ele e para ele são todas as coisas e sobre elas tem ele soberano domínio para fazer com elas, para elas e sobre elas tudo quanto quiser. (II.2).
VanGemeren, comentando o Salmo 93.1, exulta:
A exclamação “o Senhor reina”, é uma proclamação do glorioso governo de Yahweh (…). A posição enfática de “o Senhor” no Texto Massorético não deixa ambiguidade na afirmação de que é Yahweh, e nenhuma outra divindade, que reina em glória (Ap 19.6).[2]
E mais, a declaração do reinado de Deus, não implica “entronização” ou um título apenas simbólico, antes, a sua condição de Rei e o exercício do seu reinado.[3] De fato, Deus reina porque é o Rei absoluto de toda a Criação. Ninguém deu a Ele para que lhe seja restituído. (Jó 41.11; Rm 11.33-36).
Deus é tão eterno quanto o seu poder. Não podemos conceber a história de Deus como um processo evolutivo − como se Ele estivesse aprendendo, crescendo ou tornando-se o que é. Deus é imutável, perfeito em seu ser e atributos desde toda a eternidade.
Portanto, não falamos da história de Deus como desenvolvimento ontológico, mas da história de suas manifestações − as formas pelas quais Ele se revelou ao ser humano ao longo dos séculos, em seus avanços e retrocessos. É o homem quem caminha entre luz e trevas; Deus permanece o mesmo, sempre atuando soberanamente na história para realizar seu propósito eterno.
O seu reinado, assim como sua existência, não tem início nem fim. Ele sempre foi e será o que é, independentemente de qualquer elemento externo a Ele. Deus é (existe) eternamente por si próprio.[4] “Somente em Deus a existência e a essência são uma coisa só”, resume Bavinck.[5] O Senhor (Yehovah) não se torna algo. Ele é o que é eternamente pelo seu próprio poder. Por isso mesmo, Ele será o que será porque eternamente é o que é: O Deus absoluto.
Charnock (1628-1680) escreveu de forma magistral: A eternidade é um atributo negativo, e é uma negação de qualquer medida de tempo para Deus, assim como a imensidão é uma negação de quaisquer limites de lugar. Assim como a imensidão é a difusão de sua essência, a eternidade é a duração de sua essência; e quando dizemos que Deus é eterno, excluímos dele todas as possibilidades de começo e fim, todo fluxo e mudança. Como a essência de Deus não pode ser limitada por nenhum lugar, também não pode ser limitada por nenhum tempo: como é sua imensidão estar em toda parte, assim é sua eternidade estar sempre. (…) Como sua essência abrange todos os seres e os ultrapassa, e sua imensidão supera todos os lugares; assim, sua eternidade compreende todos os tempos, todas as durações e os supera infinitamente.[6]
Conforme vimos, a existência de Deus é autoexistente − sustentada por Sua própria determinação e preservação. Ele não depende de nada fora de Si; antes, é Aquele que eternamente existe por Si mesmo.
A vontade de Deus é o fundamento último de todas as coisas.[7] Ela é soberana, livre, perfeita e eficaz. Nada a antecede, limita ou corrige. Tudo o que existe decorre, em última instância, de sua vontade sábia e santa.
Somente Deus é absoluto
Somente Ele é absoluto e de fato, é o fim de todas as coisas.[8] Por isso que a Bíblia não tenta explicar a existência de Deus. Ela parte apenas do fato consumado de que Deus existe, manifestando o seu poder em seus atos criativos (Gn 1.1).
Deus tem o seu poder em si mesmo e todo poder sobre o seu poder. Nada lhe escapa, é grande demais ou incompreensível a Ele. O Senhor governa sobre todas as coisas com a sua mão poderosa; ninguém o poderá destruir.
No Salmo 2, essencialmente messiânico, lemos:“6Eu, porém, constituí (%s;n”) (nasak) (= estabeleci)[9] o meu Rei sobre o meu santo monte Sião. 7Proclamarei o decreto do SENHOR: Ele me disse: Tu és meu Filho, eu, hoje, te gerei” (Sl 2.6-7).
O Reinado do Filho
O Reinado do Filho é de caráter eterno conforme o decreto estabelecido por Deus. A glória do Filho é eterna (Jo 17.5).[10] Jesus Cristo, o Messias, é Deus. Foi o Pai mesmo quem o constituiu. Esta constatação deve nos conduzir a uma fé reverente, não a uma curiosidade presunçosa.[11]
O Reinado de Cristo é instituído e preservado pelo próprio Deus Pai.
João Calvino escreve sobre esse ponto:
A doutrina da eterna duração do reino de Cristo é, portanto, aqui estabelecida, visto que ele não fora posto no trono pelo favor ou pelos sufrágios humanos, mas por Deus que, do céu, pôs a coroa real em sua cabeça, com suas próprias mãos.[12]
Em Hebreus deparamo-nos com a citação do Salmo 2.7 para indicar a glória e majestade do Messias:
3 Ele, que é o resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser, sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, depois de ter feito a purificação dos pecados, assentou-se à direita da Majestade, nas alturas, 4 tendo-se tornado tão superior aos anjos quanto herdou mais excelente nome do que eles. 5 Pois a qual dos anjos disse jamais: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei? E outra vez: Eu lhe serei Pai, e ele me será Filho? (Hb 1.3-5).[13]
No livro do Apocalipse, encontramos ecos poderosos do Salmo 2, especialmente na afirmação da eternidade e soberania do Reino do Messias. Textos como Apocalipse 1.5;[14] 2.27; 12.5; 19.4–5, entre outros, reafirmam que o Cristo exaltado reina com autoridade absoluta, cumprindo a promessa messiânica de que “com vara de ferro regerá as nações” — uma clara alusão ao reinado proclamado no Salmo 2.
Deus permanece soberano sobre todas as coisas, mesmo diante da oposição dos que se julgam poderosos. Esses, porém, falham em compreender que o poder que exercem não lhes é ontologicamente inerente − não brota de sua própria essência − mas lhes foi concedido por Deus. Toda autoridade, como vimos, por mais impressionante que pareça, é derivada e subordinada ao Senhor que reina eternamente.
Em Atos, os discípulos orando, afirmam que a morte de Cristo e a consequente ressurreição estavam sob o controle do Pai: “Para fazerem tudo o que a tua mão e o teu propósito predeterminaram” (At 4.28).
A morte de Cristo, que à primeira vista parecia representar uma vitória de Satanás sobre o reinado do Senhor, na verdade não o foi. Pelo contrário, constituiu-se na plena realização do propósito eterno de Deus.[15] O aparente fracasso da cruz revelou-se como o caminho da redenção, e a ressurreição de Cristo é o coroamento glorioso dessa vitória − a confirmação definitiva de que o Reino de Deus triunfa sobre o pecado, a morte e todo poder das trevas.
Paulo pregando em Antioquia demonstra esta realidade citando algumas passagens bíblicas (Sl 2.7; 16.10; Is 55.3):
32 Nós vos anunciamos o evangelho da promessa feita a nossos pais, 33 como Deus a cumpriu plenamente a nós, seus filhos, ressuscitando a Jesus, como também está escrito no Salmo segundo: Tu és meu Filho, eu, hoje, te gerei. 34 E, que Deus o ressuscitou dentre os mortos para que jamais voltasse à corrupção, desta maneira o disse: E cumprirei a vosso favor as santas e fiéis promessas feitas a Davi. 35 Por isso, também diz em outro Salmo: Não permitirás que o teu Santo veja corrupção. 36 Porque, na verdade, tendo Davi servido à sua própria geração, conforme o desígnio de Deus, adormeceu, foi para junto de seus pais e viu corrupção. 37 Porém aquele a quem Deus ressuscitou não viu corrupção. (At 13.32-37).
Da mesma forma escreve aos Romanos: “E foi designado (o(ri/zw) (determinado, constituído, destinado)[16] Filho de Deus com poder, segundo o espírito de santidade pela ressurreição dos mortos, a saber, Jesus Cristo, nosso Senhor” (Rm 1.4).
A ressurreição do Filho no poder de Deus
A ressurreição de Cristo, o Rei eterno valida plenamente o seu ministério.[17] Como bem expressa alegremente Bavinck: “A ressurreição é a inversão divina da sentença que o mundo impôs a Jesus.” [18]
Nela temos a manifestação pública de sua filiação divina e da aprovação de seu ministério.[19] Na ressurreição, a sua glória se tornou publicamente manifesta. “A ressurreição é o ponto que marca o começo de uma nova época na existência do Filho de Deus. Sendo antes Filho de Deus em debilidade e humilhação, pela ressurreição torna-se o Filho de Deus em poder”, rejubila-se Nygren (1890-1978).[20]
O Pai glorificou o Filho na ressurreição: “Assim, também Cristo a si mesmo não se glorificou para se tornar sumo sacerdote, mas o glorificou aquele que lhe disse: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei” (Hb 5.5).
Sem a ressurreição, a obra de Cristo seria nula, a Igreja não existiria, não haveria salvação, estaríamos todos perdidos para sempre! “Mas de fato Cristo ressuscitou dentre os mortos” (1Co 15.20), é o brado de Paulo.
A ressurreição de Cristo é o coroamento glorioso de seu ministério terreno. Ela não apenas confirma a sua identidade e missão, como também irradia sentido profundo para a vida da Igreja − que é o seu Corpo.
Sem a ressurreição, a obra de Cristo seria incompleta e ineficaz e a Igreja não existiria. Todos permaceríamos irremediavelmente perdidos. Mas a Escritura nos assegura, com a força jubilosa do brado apostólico: “Mas de fato Cristo ressuscitou dentre os mortos” (1Co 15.20), é o brado de Paulo.
A ressurreição é a confirmação divina de que o sacrifício foi aceito, o pecado vencido e a morte derrotada. É nela que a Igreja encontra seu fundamento, sua esperança e sua missão.
A Igreja cristã se firmou amparada na certeza da ressurreição de Cristo, o Messias.[21] Daí que a sua mensagem se constituiu no elemento central de toda pregação. Esta é a fé da Igreja;[22] é nossa certeza. Calvino está ao correto ao dizer: “Sem a ressurreição não podemos consolar-nos de nenhuma maneira; todos os argumentos possíveis serão insuficientes para alegrar-nos”.[23]
No Novo Testamento, após a cura milagrosa realizada por Pedro e João em um homem coxo de nascença − com mais de quarenta anos (At 3.1-10,22) −, os apóstolos foram ameaçados e proibidos de falar em nome de Cristo. Ao se reunirem com os demais discípulos para compartilhar o ocorrido, Lucas registra uma marcante oração por parte da igreja:
23 Uma vez soltos, procuraram os irmãos e lhes contaram quantas coisas lhes haviam dito os principais sacerdotes e os anciãos. 24 Ouvindo isto, unânimes, levantaram a voz a Deus e disseram: Tu, Soberano Senhor, que fizeste o céu, a terra, o mar e tudo o que neles há; 25 que disseste por intermédio do Espírito Santo, por boca de Davi, nosso pai, teu servo: Por que se enfureceram os gentios, e os povos imaginaram coisas vãs? 26 Levantaram-se os reis da terra, e as autoridades ajuntaram-se à uma contra o Senhor e contra o seu Ungido; 27 porque verdadeiramente se ajuntaram nesta cidade contra o teu santo Servo Jesus, ao qual ungiste, Herodes e Pôncio Pilatos, com gentios e gente de Israel, 28 para fazerem tudo o que a tua mão e o teu propósito predeterminaram; 29 agora, Senhor, olha para as suas ameaças e concede aos teus servos que anunciem com toda a intrepidez a tua palavra. (At 4.23-29). (Destaques meus).
Aqui vemos claramente a consciência dos discípulos de que o Salmo de Davi se cumpria e, ao mesmo tempo, Deus continuava como Senhor de todas as coisas, operando, inclusive por intermédio de seus inimigos.
Pregação e oposição
A proclamação do Evangelho − com sua afirmação da soberania de Deus e do governo redentivo de Cristo[24]− sempre enfrentará oposição, vinda de todas as pessoas e classes. Não nos iludamos: muitas vezes, a rebelião contra a Igreja tem como alvo direto o próprio governo de Cristo.
Quando a Igreja permanece fiel ao seu Senhor, ela inevitavelmente se torna alvo de resistência. Sua constituição e preservação transcendem a compreensão humana e não se alinham aos interesses terrenos. Como bem interpretou Calvino: “A Igreja de Deus jamais subsiste sem inimigos”.[25]
No entanto, a Igreja sabe quem é o seu Senhor e qual é a sua vocação. Ela é filha da eternidade, não do tempo. Sua mensagem é o reinado de Cristo − seu único Senhor. E ela não está acima dele. Se for fiel, se sua proclamação for verdadeiramente cristocêntrica, enfrentará oposição. Mas essa oposição não a define, nem a derrota. Pelo contrário, é sinal de que ela está cumprindo sua missão.
Algumas aplicações
1) Deus reina eterna e gloriosamente sobre todo o universo, sobre toda a Criação; nada escapa ao seu controle e direção. “Se nosso coração se encontra plenamente cativo à autorrevelação de Deus como o Criador, não mais podemos imaginar que exista uma zona neutra e segura fora do alcance de Deus”, conclui corretamente Dooyeweerd (1894-1977).[26]
2) No nascimento de Jesus Cristo, o Deus encarnado, vemos o cumprimento inicial e concreto de parte do Salmo 2. Esse Salmo messiânico proclama:
30Mas o anjo lhe disse: Maria, não temas; porque achaste graça diante de Deus. 31 Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem chamarás pelo nome de Jesus. 32 Este será grande e será chamado Filho do Altíssimo; Deus, o Senhor, lhe dará o trono de Davi, seu pai; 33 ele reinará para sempre sobre a casa de Jacó, e o seu reinado não terá fim. (Lc 1.30-33).
3) Temos aqui um desafio amoroso à evangelização. O Senhor deseja que todos os povos sejam conquistados para o seu Reino de amor e justiça. Por isso declara:
“Pede-me, e eu te darei as nações por herança e as extremidades da terra por tua possessão” (Sl 2.8).
A Igreja é essa herança do Senhor − formada por todos aqueles que, em todos os lugares e em todos os tempos, creram em seu nome (Rm 8.17; Ef 2.4-7).[27] Cabe à Igreja anunciar o Reinado de Cristo com fidelidade e paixão, para que homens e mulheres de todas as classes sociais, idades e raças se arrependam de seus pecados e, pela graça, tornem-se alegres súditos do Reino, recebendo a Cristo pela fé.
Esse é o chamado da missão: proclamar o Evangelho do Reino, para que a herança do Senhor se complete − uma multidão de redimidos que confessam que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai.
4) Devemos nos alegrar com a oportunidade de poder trabalhar no Reino de Deus. Servir ao Senhor é um privilégio responsabilizador. “Trabalhar no reino é o nosso estilo de vida”, resume Plantinga Jr.[28]
5) Esse Salmo − evidenciando que a promessa de Deus não pode falhar (Sl 2.6-8) −, aponta para a sua consumação escatológica, assinalando a vitória completa e final do Messias, conforme atesta Paulo:
24 E, então, virá o fim, quando ele entregar o reino ao Deus e Pai, quando houver destruído todo principado, bem como toda potestade e poder. 25 Porque convém que ele reine até que haja posto todos os inimigos debaixo dos pés. 26 O último inimigo a ser destruído é a morte. 27 Porque todas as coisas sujeitou debaixo dos pés. E, quando diz que todas as coisas lhe estão sujeitas, certamente, exclui aquele que tudo lhe subordinou. 28 Quando, porém, todas as coisas lhe estiverem sujeitas, então, o próprio Filho também se sujeitará àquele que todas as coisas lhe sujeitou, para que Deus seja tudo em todos. (1Co 15.24-28).
Esse Rei eterno é o nosso Pastor. Nem no tempo, nem na eternidade, poderemos ser separados do seu reinado pastoral − um governo que se manifesta sobre nós com cuidado, fidelidade e amor. Seu domínio não é apenas soberano, mas também terno; não apenas eterno, mas pessoal. Somos guiados, protegidos e sustentados por Aquele cujo cetro é justiça e cuja coroa é misericórdia.
Rev. Hermisten Maia Pereira da Costa
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[1]T. Hobbes, O Leviatã, São Paulo: Abril Cultural, (Os Pensadores, v. 14), 1974, I.x. p. 57ss. fala sobre algumas formas de poder humano.
[2] Willem A. VanGemeren, Psalms: In: Frank E. Gaebelein, gen. ed. The Expositor’s Bible Commentary, Grand Rapids, MI.: Zondervan, 1991, v. 5, (Sl 93.1), p. 607-608. Veja-se também, o apêndice do Salmo 5, “Yahweh é rei”, p. 91ss.
[3] Veja-se: K.A. Kitchen, Ancient Orient and Old Testament, Chicago: InterVarsity, 1966, p. 103-104.
[4] Veja-se uma boa discussão sobre isso em R.C. Sproul, Razão para crer, São Paulo: Mundo Cristão, 1986, p. 80-83.
[5]Herman Bavinck, Dogmática Reformada: Deus e a Criação, São Paulo: Cultura Cristã, 2012, v. 2, p. 246.
[6]Stephen Charnock, The Existence and Attributes of God, Grand Rapids, Michigan: Baker Book House, (Two volumes in one), 1996 (Reprinted), v. 1, p. 281.
[7]Veja-se: João Calvino, As Institutas, III.23.2.
[8]“Nada, exceto Deus mesmo, é um fim em si mesmo” (John Piper, Pense – A Vida da Mente e o Amor de Deus, São José dos Campos, SP.: Fiel, 2011, p. 41).
[9] *Sl 2.6; Pv 8.23.
[10]“E, agora, glorifica-me, ó Pai, contigo mesmo, com a glória que eu tive junto de ti, antes que houvesse mundo” (Jo 17.5).
[11] Veja-se: C.H. Spurgeon, El Tesoro de David, Barcelona: Libros CLIE, 1989, v. 1, (Sl 2.7), p. 21-22.
[12] João Calvino, O Livro dos Salmos, São Paulo: Paracletos, 1999, v. 1, (Sl 21.2), p. 457-458.
[13] Cf. Peter C. Craigie; Marvin E. Tate, Psalms 1-50, 2. ed. Waco: Thomas Nelson, Inc. (Word Biblical Commentary, v. 19), 2004, (Sl 2), p. 69; James M. Boice, Psalms: an expositional commentary, Grand Rapids, MI.: Baker Book House, 1994, v. 1, (Sl 2), p. 25-26; Willem A. VanGemeren, Psalms: In: Frank E. Gaebelein, gen. ed. The Expositor’s Bible Commentary, Grand Rapids, MI.: Zondervan, 1991, v. 5, p. 65-66; D.A. Carson, Jesus, o Filho de Deus: O título cristológico muitas vezes negligenciado, às vezes mal compreendido e atualmente questionado, São Paulo: Vida Nova, 2015, p. 46ss. (Especialmente).
[14]“E da parte de Jesus Cristo, a Fiel Testemunha, o Primogênito dos mortos e o Soberano dos reis da terra. Àquele que nos ama, e, pelo seu sangue, nos libertou dos nossos pecados” (Ap 1.5),
[15] “A morte do Senhor Jesus Cristo na cruz do Calvário não foi um acidente; foi obra de Deus. Foi Deus quem o ‘manifestou’ ali” (David M. Lloyd-Jones, A cruz: A justificação de Deus, São Paulo: Publicações Evangélicas Selecionadas, 1980, p. 3).
[16]*Lc 22.22; At 2.23; 10.42; 11.29; 17.26,31; Rm 1.4; Hb 4.7.
[17]Veja-se: Alister E. McGrath, Paixão pela Verdade: a coerência intelectual do Evangelicalismo, São Paulo: Shedd Publicações, 2007, p. 25.
[18]Herman Bavinck, Teologia Sistemática, Santa Bárbara d’Oeste, SP.: SOCEP. 2001, p. 405.
[19] Veja-se: João Calvino, O Livro dos Salmos, São Paulo: Paracletos, 1999, v. 1, (Sl 2.7), p. 68-69. “Gerar [Sl 2.7], aqui, tem referência àquilo que foi feito conhecido. (…) Cristo foi declarado Filho de Deus pelo exercício público de um poder verdadeiramente celestial, ou, seja, o poder do Espírito, quando Ele ressuscitou dos mortos” (João Calvino, Romanos, 2. ed. São Paulo: Parakletos, 2001, (Rm 1.4), p. 39,40).
[20]Anders Nygren, Commentary on Romans, 5. ed. Philadelphia: Fortress Press, 1980, p. 51. “Por meio de sua gloriosa ressurreição, sua investidura com poder não só foi realçada, mas também começou a resplandecer em toda sua glória” (William Hendriksen, Romanos, São Paulo: Cultura Cristã, 2001, (Rm 1.4), p. 58-59).
[21] “A pregação da Igreja primitiva estava essencialmente baseada na ressurreição. A princípio, a doutrina da ressurreição de Jesus foi o ensinamento central do Cristianismo” (Alan Richardson, Así se hicieron los Credos: Una breve introducción a la historia de la Doctrina Cristiana, Barcelona: Editorial CLIE, 1999, p. 24). “A ressurreição de Cristo não era apenas uma doutrina essencial para a igreja primitiva; antes, a ressurreição de Cristo está no cerne da proclamação apostólica ― e no testemunho da igreja hoje” (Albert Mohler Jr., O Credo dos Apóstolos: Descobrindo o Cristianismo autêntico em uma era de falsificações, Rio de Janeiro: Pro Nobis Editora, 2021, p. 120).
[22]“A Cristandade descansa na certeza da ressurreição de Jesus como uma ocorrência no espaço-tempo da história” (J.I. Packer, Teologia Concisa, Campinas, SP.: Luz para o Caminho, 1999, p. 119).
[23]Juan Calvino, Se Deus fuera nuestro Adversario: In: Sermones Sobre Job, Jenison, Michigan: T.E.L.L. 1988, (Sermon nº 6), p. 85. “Declaramos positivamente que ninguém tem feito nenhum progresso na escola de Cristo, a menos que espere rejubilante o dia de sua morte e ressurreição final” (João Calvino, A Verdadeira Vida Cristã, São Paulo: Novo Século, 2000, p. 66).
[24] “Quando a Igreja se acha oprimida, a glória divina é ao mesmo tempo vilipendiada” (João Calvino, O Livro dos Salmos, São Paulo: Edições Parakletos, 2002, v. 3, (Sl 102.15), p. 577).
[25]João Calvino, O Livro dos Salmos, São Paulo: Paracletos, 1999, v. 2, (Sl 46.6), p. 334.
[26]Herman Dooyeweerd, No Crepúsculo do Pensamento, São Paulo: Hagnos, 2010, p. 258. Cullman (1902-1999) pontua bem esta questão: “O senhorio de Cristo há de estender-se a todos os âmbitos da criação. Se houvesse um só onde este senhorio fosse excluído não seria total e Cristo deixaria de ser o Kyrios” (Oscar Cullman, Cristologia do Novo Testamento, São Paulo: Editora Liber, 2001, p. 298). À frente: “Cristo não é somente o Senhor do mundo, o senhor da igreja; é também o meu Senhor. Experimentado e reconhecido como Senhor da igreja é também, Senhor de cada um dos que a compõem” (Oscar Cullman, Cristologia do Novo Testamento, São Paulo: Editora Liber, 2001, p. 302).
[27] “Ora, se somos filhos, somos também herdeiros, herdeiros de Deus e coerdeiros com Cristo; se com ele sofremos, também com ele seremos glorificados” (Rm 8.17). “4 Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou, 5 e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo, — pela graça sois salvos, 6 e, juntamente com ele, nos ressuscitou, e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus; 7 para mostrar, nos séculos vindouros, a suprema riqueza da sua graça, em bondade para conosco, em Cristo Jesus” (Ef 2.4-7). “A igreja é o presente na troca de presentes. Este é o plano eterno de Deus para a igreja. Nós devemos ser profundamente gratos, ansiosos e animados por ser parte dele” (John MacArthur, Eu amo a Tua igreja, ó Deus!: In: John MacArthur, et. al. Avante, soldados de Cristo: uma reafirmação bíblica da Igreja, São Paulo: Cultura Cristã, 2010. p. 19).
[28]Cornelius Plantinga Jr. O Crente no mundo de Deus, São Paulo: Cultura Cristã, 2007, p. 111.