
Moisés foi um dos maiores líderes da História. Foi libertador, intercessor e legislador. Foi chamado e usado por Deus para libertar o povo da aliança de uma longa e amarga escravidão. Inspirado por Deus, ele escreveu os cinco livros da lei e deixou um rico legado. Destacaremos, aqui, três pontos importantes:
- Em primeiro lugar, uma sobrevivência sobrenatural.
Quando Moisés nasceu, seu povo estava debaixo de uma sentença de morte. Toda criança do sexo masculino deveria ser lançada no rio Nilo, infestado de crocodilos. Sua mãe, entretanto, desafiou o poder de Faraó. Depois de esconder o filho por três meses, colocou-o num cesto, uma arca, confiando que as águas do Nilo não seriam sua sepultura, mas a sua salvação. Deus honrou a fé dessa mulher valente e o filho destinado a morrer sobreviveu para ser forjado na escola da providência, como o grande líder libertador. Nossa vida não está nas mãos dos poderosos deste mundo, mas nas mãos daquele que governa os céus e a terra. Só ele pode dar a vida e só ele tem autoridade de tirá-la. Viveremos até cumprirmos os propósitos soberanos daquele que é o autor da vida.
- Em segundo lugar, uma preparação extraordinária.
Por inescrutável providência, Moisés foi descoberto no carriçal do Nilo pela filha de Faraó, que pagou um régio salário a Joquebede, sua mãe, para amamentá-lo. A criança salva das águas bebeu o leite da piedade desde a sua mais tenra infância, recebendo a instrução espiritual que norteou sua vida e lhe deu firmeza para tomar as decisões mais importantes para ele e seu povo nos anos futuros. Depois, Moisés foi entregue à filha do Faraó e o menino cresceu no palácio, como um príncipe, sendo instruído em todas as ciências do Egito, o maior império daquele tempo. Moisés passou seus primeiros quarentas anos, vivendo como um príncipe egípcio, desfrutando de todas as regalias do poder. Depois, passou quarenta anos em Midiã, enfrentando as agruras do deserto como um pastor de ovelhas. Para um homem que viveu 120 anos, Deus o forjou oitenta anos na escola do conhecimento e da humildade para se tornar o grande libertador do seu povo.
- Em terceiro lugar, uma experiência singular.
Do topo de seus 80 anos, com a pele bronzeada pelo calor escaldante do deserto, mergulhado numa tarefa rotineira e sem qualquer prestígio, apascentando as ovelhas de Jetro, seu sogro, Deus se revela a ele, no meio de uma sarça ardente, nos rochedos escarpados de Midiã. Ali Moisés conheceu, pela primeira vez, o Grande Eu Sou. Ali Deus se revelou pela primeira vez como Yahweh, o Deus incriado, incausado, autoexistente e imutável, o Deus da aliança. Ali, na solidão ensurdecedora do deserto, Deus dá a Moisés a grande missão de libertar seu povo da escravidão. Mesmo tentando evadir-se desse propósito divino, com desculpas várias, constrangido pelo Senhor, na companhia de Arão, seu irmão, ele enfrentou com um cajado o mais poderoso império do mundo. Deus arrancou seu povo do Egito, da fornalha de ferro, com mão forte e poderosa, não sem antes desbancar o panteão de deuses egípcios, por meio das dez pragas. Deus ouviu o clamor do seu povo, viu a opressão em que estava e desceu para libertá-lo. Nada aconteceu por acaso. O próprio Deus já havia alertado a Abraão que sua descendência seria subjugada no Egito por quatro séculos. Pela instrumentalidade de José a família de Jacó desce ao Egito e desfruta, no princípio, de grandes regalias. Porém, o novo Faraó não conhecia José nem tinha qualquer gratidão pelos seus feitos a favor do seu povo. Então veio a opressão econômica, a tirania contra a vida, a escravidão amarga. Mas, mesmo nessa providência carrancuda, Deus estava preparando um líder, para cumprir o seu plano, o de tirar os hebreus do Egito e conduzi-los à terra prometida, a terra que mana leite e mel. Deus é fiel e soberano. Ele tudo pode e nenhum de seus planos pode ser frustrado.
O Rev. Hernandes Dias Lopes é o Diretor Executivo de Luz para o Caminho e colaborador regular do Brasil Presbiteriano
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