2. Devemos meditar nela (Continuação)
O Autor das Escrituras é também o seu comunicador. A obra de Deus é sempre completa. Nada cai no vazio ou simples esquecimento. Não há remendos ou ajustes. Nada escapa ao seu soberano e sábio controle e direção.
Revelação progressiva e escrita
O Deus transcendente, criador de todas as coisas, se revela fidedignamente aos homens, fez com que essa revelação fosse progressivamente sendo escrita encontrando o seu ápice, em Jesus Cristo o Verbo encarnado.
Essa revelação foi registrada sobrenaturalmente e Ele a tem preservado, providenciando meios para que a sua Palavra infalivelmente alcance a todos a quem Ele a destinou.
Esta Palavra é o caminho ordinário estabelecido pelo nosso Senhor e Pastor para nos guiar durante toda a nossa vida. Faremos bem em atentarmos para ela.
Definição de iluminação
Conforme já citamos, Kuyper (1837-1920), distinguindo a iluminação da revelação e inspiração, define a iluminação como “o aclaramento da consciência espiritual que, no tempo por Ele escolhido, o Espírito Santo dá, segundo lhe apraz, a cada filho de Deus”.[1]
À frente, acrescenta: “Aquele que fez com que as Escrituras Sagradas fossem escritas é o mesmo que nos ensina a lê-la. Sem ele, esse produto de arte divina não pode nos afetar”.[2]
Pelo Espírito, Deus continua hoje aplicando a verdade bíblica aos nossos corações levando adiante o seu eterno propósito.
Hodge (1797-1878) interpreta:
O Espírito especialmente ilumina a mente dos filhos de Deus para que conheçam as coisas graciosamente concedidas (reveladas) por Deus. O homem natural não as recebe, nem pode conhecê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Todos os crentes são, portanto, descritos (pneumatikoi) como espirituais, porquanto são dessa forma iluminados e guiados pelo Espírito.[3]
Segundo Calvino (1509-1564), “A função peculiar do Espírito Santo consiste em gravar a Lei de Deus em nossos corações”.[4] É o Espírito quem nos ensina por meio da Escritura.[5]
Escola da Trindade
Calvino sempre manifestou um alto apreço pelas Escrituras; elas são “A Palavra pura de Deus”,[6] a “Sagrada Palavra de Deus”,[7] “Santa Palavra”,[8] “Palavra da verdade”,[9] “Palavra de Vida”,[10] Infalível,[11] que tem “segura credibilidade”:[12] é íntegra.[13] Por isso ela é a “Norma da fé”,[14] “Infalível norma de sua sacra vontade”.[15]
Enfatizando os aspectos pedagógico da Palavra, diz que ela é “a escola do Espírito Santo”,[16] que é a “escola de Cristo”,[17] “escola do Senhor”,[18] “escola de Deus”,[19] “escola do Filho de Deus”,[20] “escola de nosso Senhor Jesus Cristo”,[21] “escola do Mestre celestial”;[22] “escola do céu”;[23] “escola da sabedoria perfeita”.[24]
Espírito como único genuíno intérprete na Escola de Deus
“O Espírito de Deus, de quem emana o ensino do evangelho, é o único genuíno intérprete para nô-lo tornar acessível”.[25] A “docência de Deus” consiste em nos levar à Cristo.[26] A Palavra é, “mediante o Espírito, eficazmente impressa nos corações”.[27]
A Igreja, por sua vez, é a “escola de Deus”.[28] Deus é o Mestre com inigualável poder.[29] “O Filho de Deus é o nosso Mestre”.[30] O Espírito é o “Mestre”;[31] “o melhor Mestre”;[32] “ótimo Mestre”;[33] “bendito Mestre”;[34] é o “Mestre interior”,[35] “Mestre no íntimo”,[36] “Mestre ou Catedrático (Doutor) da verdade”,[37] “O único mestre e diretor de todos os profetas”.[38] Continua: “Daí se segue que, enquanto não formos intimamente instruídos por Ele, o entendimento de todos nós é assenhoreado pela vaidade e falsidade”.[39]
Em outros lugares Calvino continua com a mesma ênfase:
É Ele que nos ilumina com a sua luz para nos fazer entender as grandezas da bondade de Deus, que em Jesus Cristo possuímos. Tão importante é o seu ministério que com justiça podemos dizer que Ele é a chave com a qual são abertos para nós os tesouros do reino celestial, e que a sua iluminação são os olhos do nosso entendimento, que nos habilitam a contemplar os mencionados tesouros. Por essa causa Ele é agora chamado Penhor e Selo, visto que sela em nosso coração a certeza das promessas. Como também agora Ele é chamado mestre da verdade, autor da luz, fonte de sabedoria, conhecimento e discernimento.[40]
Devemos, portanto, nos matricular em sua escola:
Para que sejamos reconhecidos como cristãos, aprendamos, pois, a abrir nossos olhos e a matricular-nos na escola onde passamos a ser estudantes daquele que é o Mestre e Instrutor designado por Deus, seu Pai. Pois, se formos ensinados por Jesus Cristo, de fato podemos confessar que somos dele, contanto que nós mesmos aceitemos a instrução que vem dele e é ministrada em seu nome.[41]
Currículo completo
Na Escritura temos o currículo completo e suficiente: “A Escritura é a escola do Espírito Santo, na qual, como nada é omitido não só necessário, mas também proveitoso de conhecer-se, assim também nada é ensinado senão o que convenha saber”, comenta Calvino.[42]
Na Reforma, “a Palavra de Deus era a única autoridade, e a salvação tinha como base única a obra definitiva do Senhor Jesus Cristo, consumada na cruz”, resume Schaeffer (1912-1984).[43]
Esta Palavra, portanto, antecede à Igreja, conforme enfatiza Calvino: “Se o fundamento da Igreja é a doutrina profética e apostólica, impõe-se a esta haver assistido certeza própria antes que aquela começasse a existir”.[44]
Portanto, como decorrência lógica, não é a Igreja que autentica a Palavra por sua interpretação,[45] como a igreja romana sustentou em diversas ocasiões.[46] “um testemunho humano falível (como o da igreja) não pode moldar o fundamento da divina fé”, conclui Turretini (1623-1687).[47]
[1] Abraham Kuyper, A Obra do Espírito Santo, São Paulo: Cultura Cristã, 2010. p. 111.
[2]Abraham Kuyper, A Obra do Espírito Santo, São Paulo: Cultura Cristã, 2010, p. 113.
[3] Charles Hodge, Teologia Sistemática, São Paulo: Editora Hagnos, 2001, p. 396. Veja-se: Sinclair Ferguson, O Espírito Santo, São Paulo: Os Puritanos, 2000, p. 92-93.
[4] João Calvino, O Livro dos Salmos, v. 2, (Sl 40.8), p. 228. “O ensino interno e eficaz do Espírito é um tesouro que lhes pertence de forma peculiar. (…) A voz de Deus, aliás, ressoa através do mundo inteiro; mas ela só penetra o coração dos santos, em favor de quem a salvação está ordenada” (João Calvino, O Livro dos Salmos, v. 2, (Sl 40.8), p. 229).
[5] Veja-se: J. Calvino, As Institutas, I.9.3.
[6] João Calvino, As Institutas, IV.4.1; IV.8.9; IV.10.26. Fala também da “mui pura Palavra de Deus” (J. Calvino, As Institutas, II.16.8).
[7] João Calvino, As Institutas, I.18.3.
[8]João Calvino, As Institutas da Religião Cristã: edição especial com notas para estudo e pesquisa, São Paulo: Cultura Cristã, 2006, v. 4, (IV.15), p. 116.
[9] João Calvino, Exposição de Romanos, (Rm 12.7), p. 432.
[10] João Calvino, As Institutas da Religião Cristã: edição especial com notas para estudo e pesquisa, São Paulo: Cultura Cristã, 2006, v. 3, (III.7), p. 10; João Calvino, Exposição de Hebreus, (Hb 4.12), p. 110.
[11] João Calvino, As Pastorais, (1Tm 3.15), p. 98; As Institutas, IV.16.16; Exposição de Hebreus, Dedicatória, p. 14.
[12] João Calvino, As Institutas, I.8.1.
[13] João Calvino, As Pastorais, (1Tm 6.21), p. 187.
[14] João Calvino, Exposição de Romanos, (Rm 9.14), p. 330.
[15] João Calvino, Exposição de Hebreus, Dedicatória, p. 14.
[16]J. Calvino, As Institutas, III.21.3; As Institutas, (1541), IV.12. Ainda que haja em autores antigos alusão aqui e ali a respeito deste ensinamento, Calvino foi de fato quem sistematizou e ampliou a doutrina concernente ao Espírito Santo. Warfield compreende que: “A doutrina da obra do Espírito Santo é um presente de João Calvino para a Igreja de Cristo. (…) Foi Calvino quem primeiro deu-lhes expressão sistemática ou apropriada, e foi tão somente por ele que eles chegaram a ser a propriedade garantida da Igreja de Cristo. Não existe nenhum fenômeno na história doutrinal mais extraordinário do que as ideias comumente concebidas como as contribuições feitas por João Calvino para o desenvolvimento da doutrina cristã” (B.B. Warfield, Notas Introdutórias à obra, Abraham Kuyper, A Obra do Espírito Santo, São Paulo: Cultura Cristã, 2010, p. 35). Warfield cunhou a expressão dizendo que Calvino pode ser considerado “o teólogo do Espírito Santo” (B.B. Warfield, Calvin and Calvinism, Michigan: Baker Book House (The Work’s of Benjamin B. Warfield), 2000 (Reprinted), v. 5, p. 21, 107; B.B. Warfield, Calvin and Augustine (organizada por Samuel G. Craig), Philadelphia: Presbyterian and Reformed, ©1956, 1971, p. 487). Murray (1898-1974), não isoladamente, adota a mesma perspectiva, ao escrever: “Calvino tem sido corretamente chamado de o teólogo do Espírito Santo” (John Murray, Calvin as Theologian and Expositor: In: Collected Writings of John Murray, Cambridge: The Banner of Truth Trust © 1976, 2001 (Reprinted), v. 1, p. 311). Calvino pode com razão ser chamado de o Teólogo da Palavra e do Espírito Santo. Schaff (1819-1893) diz que a “teologia de Calvino está baseada sobre um perfeito conhecimento das Escrituras” (Philip Schaff, History of the Christian Church, Peabody, Massachusetts: Hendrickson Publishers, 1996, v. 3, p. 261). (Vejam-se: João Calvino, As Institutas, I.7.4-5; I.9.3; Bernard Ramm, The Witness of the Spirit, Grand Rapids, Michigan: Eerdmans, 1959, p. 22-27; Hendriksus Berkhof, La Doctrina del Espiritu Santo, Buenos Aires: Junta de Publicaciones de las Iglesias Reformadas; Editorial La Aurora, (1969), p. 23; D.M. Lloyd-Jones, Deus o Espírito Santo, São Paulo: Publicações Evangélicas Selecionadas, 1998, p. 13; I. John Hesselink, O Movimento Carismático e a Tradição Reformada. In: Donald K. McKim, ed. Grandes Temas da Teologia Reformada, São Paulo: Pendão Real, 1999, p. 339; Sinclair B. Ferguson, O Espírito Santo, São Paulo: Os Puritanos, 2000, p. 10).
[17]João Calvino, Efésios, (Ef 4.17), p. 133; João Calvino, O Profeta Daniel: 1-6, São Paulo: Parakletos, 2000, v. 1, p. 27. Ainda que não se referindo sempre às Escrituras, Calvino usa a figura em outros lugares: Vejam-se: João Calvino, O Evangelho segundo João, São José dos Campos, SP.: Editora Fiel, 2015, v. 1, (Jo 1.40), p. 76; (Jo 3.1), p. 112; (Jo 3.3), p. 115; (Jo 4.16), p. 164; (Jo 4.19), p. 165; (Jo 4.25), p. 177; João Calvino, Sermões sobre Tito, Brasília, DF.: Monergismo, 2019, (Tt 2.15-3.2), p. 206. (Edição do Kindle).
[18]João Calvino, Exposição de 1 Coríntios, (1Co 1.17), p. 55; (1Co 3.3), p. 100; João Calvino, Beatitudes: Sermões sobre as Bem-Aventuranças, São Paulo: Fonte Editorial, 2008, p. 35; João Calvino, As Institutas, III.2.34; III.10.5; Sl 94.12; João Calvino, Sermões sobre Gálatas, Brasília, DF.: Monergismo, 2022, v. 1, p. 68 (Edição do Kindle).
[19] João Calvino, O Evangelho segundo João, São José dos Campos, SP.: Editora Fiel, 2015, v. 1, (Jo 6.45), p. 280; (Jo 7.16), p. 313; v. 2, (Jo 14.25), p. 109. Vejam-se também: Ex 19.10; Dt 12.4; 31.12; Sl 25.14; 49.3; 73.2,17; 119.35, 163; João Calvino, Sermões sobre Tito, Brasília, DF.: Monergismo, 2019, p. 4; (Tt 3.8-15), p. 249. (Edição do Kindle); João Calvino, Sermões sobre Gálatas, Brasília, DF.: Monergismo, 2022, v. 1, p. 81, 196,199, 225, 270 (Edição do Kindle).
[20]John Calvin, To the Marchioness of Rothelin, “Letters,” John Calvin Collection, [CD-ROM], (Albany, OR: Ages Software, 1998), 5 de fevereiro de 1558, nº 489; João Calvino, Sermões sobre Gálatas, Brasília, DF.: Monergismo, 2022, v. 1, p. 104 (Edição do Kindle).
[21] João Calvino, Beatitudes: Sermões sobre as Bem-Aventuranças, São Paulo: Fonte Editorial, 2008, p. 36; João Calvino, Sermões sobre Tito, Brasília, DF.: Monergismo, 2019, (Tt 1.4-5), p. 50. (Edição do Kindle); João Calvino, Sermões sobre Gálatas, Brasília, DF.: Monergismo, 2022, v. 1, p. 145 (Edição do Kindle).
[22] John Calvin, Concerning the Eternal Predestination of God, London: James Clark & Co., 1961, p. 161.
[23]John Calvin, John Calvin’s Commentary on the Bible (Active Index): Complete Bible Commentaries. Edição do Kindle. (Ex 31.18), Posição 20702 de 321073; John Calvin, Calvin’s Commentaries, Grand Rapids, Michigan: Baker Book House Company, 1996 (Reprinted), v. 3, (Ex 31.18), p. 328. Witsius chama de “escola celestial” (Herman Witsius, O Caráter do Verdadeiro Teólogo, São Paulo: Teocêntrico Publicações, 2020. (Locais do Kindle 263).
[24]John Calvin, John Calvin’s Commentary on the Bible (Active Index): Complete Bible Commentaries. Edição do Kindle. (Sl 119.142), Posição 65903 de 321073.
[25]João Calvino, Exposição de 1 Coríntios, (1Co 2.14), p. 93. Lutero também escrevera: “O Espírito Santo é o escritor mais simples nos céus e na terra; portanto, suas palavras não podem ter mais do que um sentido simples, ao qual chamamos de sentido das escrituras ou sentido literal” (Apud F.W. Farrar, History of Interpretation, London: Macmillan and Co., 1886, p. 329).
[26] “A Igreja não pode ser restaurada de qualquer outra forma senão por Deus empreendendo o ofício de Mestre e conduzindo os crentes a si. O método de ensino, de que fala o profeta, não consiste meramente na voz externa, mas igualmente na operação secreta do Espírito Santo. Em suma, esta docência de Deus consiste na iluminação interior do coração” (João Calvino, O Evangelho segundo João, São José dos Campos, SP.: Editora Fiel, 2015, v. 1, (Jo 6.45), p. 278).
[27]João Calvino, As Institutas, I.9.3.
[28]João Calvino, As Pastorais, (1Tm 5.7), p. 136; João Calvino, O Profeta Daniel: 1-6, São Paulo: Parakletos, 2000, v. 1, (Dn 3.2-7), p. 190; João Calvino, Sermões em Efésios, Brasília, DF.: Monergismo, 2009, p. 23, 157. De forma comparativa, veja-se: João Calvino, Sermões sobre Gálatas, Brasília, DF.: Monergismo, 2022, v. 1, p. 19, 81 (Edição do Kindle).
[29]“Mestre tão poderoso quanto Deus” (João Calvino, Sermões sobre Tito, Brasília, DF.: Monergismo, 2019, (Tt 2.15-3.2), p. 209. (Edição do Kindle). O Senhor é o “Mestre da igreja” (João Calvino, Sermões sobre Gálatas, Brasília, DF.: Monergismo, 2022, v. 1, p. 21 (Edição do Kindle).
[30] João Calvino, Sermões sobre Gálatas, Brasília, DF.: Monergismo, 2022, v. 1, p. 172 (Edição do Kindle). “Jesus Cristo é o único Soberano e Mestre”. Designado pelo Pai como “principal e soberano Mestre sobre nós”; “Soberano e Mestre” que deve ser honrado. (João Calvino, Sermões sobre Gálatas, Brasília, DF.: Monergismo, 2022, v. 1, p. 95 (Edição do Kindle).
[31]João Calvino, Exposição de Romanos,(Rm 1.16), p. 58.
[32]João Calvino, As Institutas, IV.17.36. Calvino diz que quem rejeita o “magistério do Espírito”, é desvairado. (João Calvino, As Institutas, I.9.1).
[33]João Calvino, As Institutas da Religião Cristã: edição especial com notas para estudo e pesquisa, v. 4 (IV.12), p. 24.
[34]João Calvino, Efésios, São Paulo: Paracletos, 1998, (Ef 1.16), p. 41.
[35]João Calvino, As Institutas, II.2.20; III.1.4; III.2.34; IV.14.9. Witsius o denominaria de “professor das almas” (Herman Witsius, O Caráter do Verdadeiro Teólogo, São Paulo: Teocêntrico Publicações, 2020. (Locais do Kindle 255).
[36]João Calvino, O Evangelho segundo João, São José dos Campos, SP.: Editora Fiel, 2015, v. 2, (Jo 14.25), p. 108; (Jo 16.13), p. 156.
[37] João Calvino, O Evangelho segundo João, São José dos Campos, SP.: Editora Fiel, 2015, v. 2, (Jo 14.17), p. 101. Veja-se também: João Calvino, As Institutas da Religião Cristã: edição especial com notas para estudo e pesquisa, v. 2, (II.4), p. 89.
[38]John Calvin, Commentary on the Book of the Prophet Isaiah, Grand Rapids, Michigan: Baker Book House Company, (Calvin’s Commentaries), 1996, v. 8/3, (Is 48.16), p. 484.
[39]João Calvino, O Evangelho segundo João, São José dos Campos, SP.: Editora Fiel, 2015, v. 2, (Jo 14.17), p. 101; João Calvino, As Institutas da Religião Cristã: edição especial com notas para estudo e pesquisa, São Paulo: Cultura Cristã, 2006, v. 2, (II.4), p. 89.
[40]João Calvino, As Institutas da Religião Cristã: edição especial com notas para estudo e pesquisa, v. 2, (II.4), p. 89.
[41] João Calvino, Sermões sobre Tito, Brasília, DF.: Monergismo, 2019, (Tt 1.1-4), p. 24-25. (Edição do Kindle).
[42] J. Calvino, As Institutas, III.21.3. Veja-se também: As Institutas, IV.17.36. “A tal ponto se tem proveito em Sua escola que não há necessidade de acrescentar nada que venha de outros, e se deve ignorar tudo o que não é ensinado nela” (João Calvino, As Institutas da Religião Cristã: edição especial com notas para estudo e pesquisa, v. 4, (IV.12), p. 24).
[43]F.A. Schaeffer, La Fe de los Humanistas, p. 10.
[44] J. Calvino, As Institutas, I.7.1.
[45]Antes, é da Palavra que nasce a Igreja e é justamente pela fidelidade à Palavra que a Igreja de Cristo é reconhecida. (Veja-se: J. Calvino, As Institutas, I.7.1-2).
[46]Como exemplo, citamos Stanilaus Hosius (1504-1579) que considerava a Bíblia como “propriedade da Igreja Católica” (Cf. Sudhoff, Hosius: In: Philip Schaff, ed. Religious Encyclopaedia: or Dictionary of Biblical, Historical, Doctrinal, and Practical Theology, Chicago: Funk & Wagnalls Publishers, (revised edition), 1887, v. 2, p. 1024). Escrevendo contra o reformador amigo de Lutero, Brentius [J. Brenz (1499-1570)], Hosius disse que “As Escrituras têm tão-somente a mesma força que as fábulas do Esopo, se destituída da autoridade da igreja” (Apud Francis Turretin, Institutes of Elenctic Theology, Phillipsburg, New Jersey: Presbyterian and Reformed Publishing Company, 1992, v. 1, p. 86). Segundo citação de Turretin, Hosius “não hesitou em blasfemar ao dizer”: “Melhor seria para os interesses da igreja se jamais houvesse existido a Bíblia” (Apud Francis Turretin, Institutes of Elenctic Theology, v. 1, p. 57). Johann Maier von Eck (1486-1543), amigo e depois severo oponente de Lutero, escreveu em 1525 que, “As Escrituras não são autênticas, exceto pela autoridade da igreja” (Enchirdion of Commonplaces, 1, Apud Turretin, Institutes of Elenctic Theology, v. 1, p. 86). (Francis Turretin cita diversos outros pronunciamentos feitos por católicos a respeito deste assunto. Vejam-se: Institutes of Elenctic Theology, v. 1, p. 86; Kevin J. Vanhoozer, Autoridade Bíblica Pós-Reforma: resgatando os solas segundo a essência do Cristianismo Protestante puro e simples, São Paulo: Vida Nova, 2017, p. 150). Notemos que aqui, nestas questões levantadas pelos católicos, não há uma negação da procedência das Escrituras, mas sim a afirmação da supremacia do subjetivo sobre o objetivo. Neste caso, a verdade não é o que é; ela é o que digo (no caso a Igreja Católica Romana) que ela seja.
[47] Francis Turretin, Institutes of Elenctic Theology, v. 1, p. 89.