Nota do editor: Este é o primeiro de 17 capítulos da série da revista Tabletalk: Cristianismo e liberalismo.
Em 2023 se celebrou cem anos desde a publicação de Cristianismo e liberalismo por J. Gresham Machen (1881-1937). Machen foi professor no Seminário Teológico de Princeton de 1906 a 1929, quando renunciou para ajudar a fundar o Seminário Teológico de Westminster, na Filadélfia, onde foi professor de Novo Testamento até sua morte. Machen foi fundamental na fundação do que mais tarde ficou conhecido como a Igreja Presbiteriana Ortodoxa. Ele é uma das figuras cristãs mais importantes, porém menos conhecidas, do século XX, e seria difícil exagerar a importância de sua obra clássica. Em Cristianismo e liberalismo, Machen tem uma posição valente e inabalável ao traçar um forte contraste entre o verdadeiro cristianismo bíblico (resumido pelos credos e confissões históricas da igreja) e o liberalismo, e demonstra que o liberalismo é uma religião muito diferente do cristianismo. Enquanto alguns escolheram não entrar na briga, Machen lutou com confiança e nobreza para manter a unidade do espírito no vínculo da paz na única e verdadeira igreja de Jesus Cristo.
Na introdução, Machen escreveu: “Na esfera da religião, como em outras esferas, as coisas sobre as quais os homens concordam tendem a ser as coisas que menos valem a pena manter; o que realmente é importantes são aquelas coisas pelas quais eles lutarão. Na esfera da religião, em particular, o tempo presente é um tempo de conflito; a grande religião redentora que sempre foi conhecida como cristianismo está lutando contra um tipo diverso de crença religiosa, que é apenas mais destrutiva da fé cristã, porque faz uso da terminologia cristã tradicional”.
Machen argumentou que o liberalismo é uma forma de naturalismo disfarçado, baseado em teorias científicas modernistas e não na Palavra de Deus. A tese de Machen já foi confirmada há muito tempo, pois testemunhamos o liberalismo se mostrar várias vezes como uma religião falsa que prega um evangelho falso. Machen declarou: “A religião cristã […] sem dúvida, não é a religião da Igreja liberal moderna, mas uma mensagem da graça divina, quase esquecida agora, como foi na Idade Média, porém destinada a ressurgir mais uma vez no devido tempo de Deus, em uma nova Reforma, e trazer luz e liberdade à humanidade.” É exatamente por isso que lutamos, como Machen fez, permanecemos firmes e batalhamos, diligentemente, pela fé que uma vez por todas foi entregue aos santos, em nome do evangelho de Jesus Cristo e para glória do nosso Deus trino. Pois sem o evangelho não há mensagem de esperança para a humanidade.
Este artigo foi publicado originalmente na TableTalk Magazine.
