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Que julgamento futuro os cristãos enfrentarão? O apóstolo Paulo, escrevendo a uma igreja de crentes, disse a eles: “Porque importa que todos nós compareçamos perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo.” (2 Coríntios 5.10). Ele disse isso para cristãos. E ele se incluiu — “todos devemos comparecer”! Em outro lugar, ele interrogou os cristãos perguntando: “Por que você despreza seu irmão?” Desprezar outros crentes é ridículo. Por quê? “Porque todos compareceremos perante o tribunal de Deus”, novamente falando de crentes e incluindo a si mesmo aqui — “todos iremos” (Romanos 14.10). Esses textos pontuais prendem nossa atenção e nos fazem pensar sobre um julgamento futuro que virá para os cristãos. Então, sem nenhuma surpresa, chegam muitas perguntas para nós sobre esses e outros textos, como este e-mail de uma ouvinte: “Pastor John, você pode explicar que tipo de julgamentos os cristãos enfrentarão quando Jesus voltar?”
Bem, vamos começar com as notícias absolutamente gloriosas sobre o julgamento que não enfrentaremos. Quero dizer, a realização de Cristo em morrer por nós e ressuscitar por nós pode ser declarada de forma positiva e negativa. Positivamente, ele morreu para “nos levar a Deus” ( cf. 1 Pedro 3.18). O desfrute da presença de Deus para sempre é a realização positiva da morte de Jesus e da ressurreição de Jesus.
Não mais sob a ira de Deus
Mas o Novo Testamento nos lembra repetidamente que podemos declarar as boas novas tanto negativamente quanto positivamente — ou seja, não estamos mais sob a ira de Deus. Ele conseguiu algo negativo. Ou seja, isso não vai acontecer. Cristo levou nossos pecados. Não seremos punidos por eles. João 5.24: Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem [ou seja, desde já] a vida eterna [que é para sempre], não entra em juízo [ou seja, não entra em julgamento], — uau — “mas passou da morte para a vida”. Que versículo!
Isso não significa que não iremos ao tribunal no último dia. Significa que não seremos condenados no tribunal no último dia. Já fomos absolvidos, e o tribunal provará isso. Romanos 8.1: “Não há . . . agora” — e para sempre — “nenhuma condenação para aqueles que estão em Cristo Jesus.” Ou Romanos 8.33: “Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica.” Não haverá acusação bem-sucedida contra nós no julgamento — nenhuma. Primeira João 3.14 diz: “Sabemos que passamos da morte para a vida.”
Então, o julgamento da ira, punição e morte final passaram para nós. Eles acabaram para nós. Jesus suportou tudo isso por nós se estamos em Cristo. Se estamos crendo nele, unidos a ele, sua morte foi nossa morte. Sua punição foi nossa punição. A ira de Deus foi esgotada sobre ele em relação a nós. Portanto, Paulo exulta (com o versículo com o qual vou dormir quase todas as noites), “porque Deus não nos destinou para a ira”, — e docemente diz depois — “mas para alcançar a salvação mediante nosso Senhor Jesus Cristo, que morreu por nós para que, quer vigiemos, quer durmamos, vivamos em união com ele.” Eu amo esses dois versículos! Isso é 1 Tessalonicenses 5.9–10 .
Como Deus julga os cristãos
Então, se há um julgamento que não condenará os cristãos, que outro tipo de julgamento há para nós? É isso que está sendo perguntado, eu acho. Há uma dimensão no julgamento que não questiona nossa vida eterna, mas determina quais variedades de bênçãos ou recompensas desfrutaremos na era vindoura.
E eu sei que isso pode ser perturbador para algumas pessoas porque “variedades de recompensas” soa como se algumas pessoas fossem felizes e outras não. Mas há algo claro na Bíblia: não haverá infelicidade no céu — nenhuma — nenhuma infelicidade na era vindoura. Todos serão tão felizes quanto puderem ser — todas as lágrimas serão enxugadas na presença do Deus todo-satisfatório (Apocalipse 21.4). Mas algumas pessoas evidentemente terão maiores capacidades para a felicidade ou maiores possibilidade de felicidade. Agora, por que pensamos isso? Por que falamos assim? Falamos assim porque a Bíblia ensina que estaremos diante do tribunal de Cristo e seremos recompensados de forma diferente, mas todos serão perfeitamente felizes. É por isso que falamos assim.
Lembra da parábola de Jesus? Por exemplo, o rei vai embora e depois retorna, e dá recompensas diferentes para aqueles que investiram seu dinheiro de forma diferente. Isto é Lucas 19.16–19 . O primeiro servo veio a ele, dizendo: “Senhor, sua mina…” Agora, uma mina é cem dracmas, e uma dracma é aproximadamente o preço de uma ovelha. “Sua mina rendeu mais dez minas.” E ele lhe disse: “Muito bem, bom servo! Porque você foi fiel no mínimo, você terá autoridade sobre dez cidades.” E um segundo veio a ele dizendo: “’Senhor, sua mina rendeu cinco minas.’ E ele lhe disse: ‘E você será sobre cinco cidades.’” Agora, essa é uma imagem, eu acho, de recompensas diferentes no último dia de como administramos nossas vidas para Cristo neste mundo.
Paulo disse em 1 Coríntios 4.5: “Portanto, nada julgueis antes do tempo, até que venha o Senhor, o qual não somente trará à plena luz as coisas ocultas das trevas, mas também manifestará os desígnios dos corações; e, então, cada um receberá o seu louvor da parte de Deus.” Então, o julgamento levará em conta as motivações do nosso coração, não apenas nossas ações exteriores em si.
Em Efésios 6.8, Paulo diz uma das coisas mais incríveis sobre o julgamento final para os crentes. Ele diz: “Qualquer bem que alguém fizer, isso receberá de volta do Senhor, seja ele escravo ou livre.” Em outras palavras, cada coisa boa, grande ou pequena, que você já fez como cristão, quer qualquer outro humano saiba ou não, retornará para você para o seu bem no último dia. “Qualquer bem que alguém fizer, isso receberá de volta do Senhor.” Que grande incentivo para não se preocupar com quem nos vê no que fazemos ou quais recompensas recebemos nesta vida. Tudo está escrito, e Deus garantirá que qualquer boa ação que já fizemos, vista pelos homens ou não, seja devidamente recompensada.
A resposta de Deus ao nosso mal
Então, em 2 Coríntios 5.10, Paulo diz: “Porque importa que todos nós compareçamos perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo.” Olhe essa palavra, “mal” — uau! O que isso significa? A nova questão que o texto levanta é: O que Paulo quer dizer quando fala sobre recebermos o que nos é devido pelas coisas más que fizemos? Agora, se nossos pecados foram perdoados (e eles foram!) e fomos absolvidos no tribunal do céu (o que somos), isso significa que haverá punição aos cristãos pelos pecados que eles cometeram? Isso não faz sentido, certo? Não, não significa isso.
Acho que Paulo explica o que quer dizer em 1 Coríntios 3.11–15 . É um texto muito familiar, mas deixe-me sugerir este ângulo sobre ele.
“Porque ninguém pode lançar outro fundamento, além do que foi posto, o qual é Jesus Cristo. Contudo, se o que alguém edifica sobre o fundamento é ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, manifesta se tornará a obra de cada um; pois o Dia a demonstrará, porque está sendo revelada pelo fogo; e qual seja a obra de cada um o próprio fogo o provará. Se permanecer a obra de alguém que sobre o fundamento edificou, esse receberá galardão; se a obra de alguém se queimar, sofrerá ele dano; mas esse mesmo será salvo, todavia, como que através do fogo.”
O que eu acho que Paulo quis dizer quando disse em 2 Coríntios 5.10 , “cada um [receberá] o que lhe é devido pelo que fez no corpo, seja bem ou mal” — o que ele quis dizer foi que a maneira como alguém recebe o mal é tendo suas más ações queimadas, ou seja, ele perde a recompensa que teria recebido se tivesse agido de outra forma. Isso não é visto por Paulo como punição, mas como perda de recompensa. Não é devido à ira de Deus contra o crente. Entenda isso: Não é devido à ira de Deus contra o crente, um filho dele. É simplesmente um fato que seria impróprio para Deus recompensar os pecados de seus filhos. Eles sabem disso, nós sabemos disso, Paulo sabia disso.
Agora, observe isto: Os verdadeiros cristãos, se isso acontecer – se uma parte de sua vida for queimada por não ter valor – se isso acontecer, os verdadeiros cristãos não ficarão ressentidos com Deus por essa perda. Eles se alegrarão com a graça que receberem, e seu cálice de bênçãos estará cheio.
Então, esse é meu esboço do julgamento vindouro. Não entraremos em condenação ou punição, mas receberemos variedades de bênçãos, variedades de recompensas, diferentes possibilidades de alegria, diferentes tamanhos de copos — mas todos os copos estarão cheios.
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