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Cultos de cura e libertação não é necessário e não é bíblico
Provavelmente você já se deparou com uma campanha de uma determinada igreja em que apresenta o seguinte slogan: “culto de cura e libertação”. E como o tema sugere, neste culto todo um esquema é preparado e organizado para este objetivo. Já no momento do culto palavras de ordens são proferidas, ‘expulsão’ de demônios, ‘curas’ de doenças, dores, oração “forte” para resolução de causas na justiça, portas de empregos se abrirem, para problemas no casamento, maldição hereditária, objetos ungidos e consagrados (talismã gospel) são distribuídos com o propósito de trazer proteção espiritual contra demônios, feitiçarias e macumbas. Não podemos nos esquecer da água ou óleo ungido que cura e etc.
No entanto, o que a Bíblia nos fala sobre isso? Existe amparo bíblico para este tipo de culto? Aliás eu preciso frequentar um culto de “cura e libertação” para ser liberto, receber uma cura ou receber uma porta de emprego ou resolver uma causa na justiça? Senão vejamos.
Deus nos prometeu a cura
Isaías foi um dos maiores profetas messiânicos do Antigo Testamento. E no seu livro no capítulo 53 versículos 4 e 5 diz:
Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido. Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. (ARA)
Esta profecia de Isaías é uma referência direta aos sofrimentos de Cristo na cruz do Calvário. Mas por que um homem inocente como Jesus, o Filho de Deus segundo a profecia de Isaías morreria de uma forma tão horrível como foi relatada? Porque ele estaria tomando o lugar dos pecadores e sofrendo o julgamento por eles. Ele seria traspassado, moído e castigado. Essa era sua pena.
Mas não podemos nos esquecer de que os sofrimentos físicos não podem se comparar com o sofrimento espiritual da cruz, ou seja, estaria levando sobre si os nossos pecados. Tudo o que pertencia a nós, enfermidades, dores, transgressões e a nossa rebelião contra Deus ele tomou sobre si. Portanto, segundo a profecia de Isaías, ele morria por nós pecadores. O seu sacrifício seria um sacrifício perfeito.
A promessa já se cumpriu
Cerca de 800 séculos depois, a profecia de Isaías sobre a vinda do Messias se cumpre. Conforme o evangelho de Lucas capítulo 4 versículos 16 ao 21 que nos diz:
Indo para Nazaré, onde fora criado, entrou, num sábado, na sinagoga, segundo o seu costume, e levantou-se para ler. Então, lhe deram o livro do profeta Isaías, e, abrindo o livro, achou o lugar onde estava escrito: O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos, e apregoar o ano aceitável do Senhor. Tendo fechado o livro, devolveu-o ao assistente e sentou-se; e todos na sinagoga tinham os olhos fitos nele. Então, passou Jesus a dizer-lhes: Hoje, se cumpriu a Escritura que acabais de ouvir. (ARA)
Era costume que os rabis visitantes nos cultos da sinagoga apresentassem lições das Escrituras e comentários que achassem pertinentes. Jesus já frequentava esta sinagoga por algum tempo, seria natural que o líder da sinagoga o convidasse para participar. Jesus, portanto fez uma leitura de Isaías 61 que fazia parte da leitura do dia. E Jesus usou este texto para ensinar duas coisas surpreendentes. Primeiro que as Escrituras se cumpriram nele, ou seja, que o ele foi ungido pelo Espírito para ministrar aos que necessitam de salvação. Segundo, ele anunciou o ano do Jubileu, “o ano aceitável do Senhor” (Lv 25:8) também chamado de “ano da liberdade”.
Alguns pontos das palavras de Jesus não foram muito bem recebidas pelos judeus que chegaram ao ponto de expulsá-lo da cidade, levando-o “até ao cimo do monte sobre o qual estava edificada, para, de lá, o precipitarem abaixo. Jesus, porém, passando por entre eles, retirou-se”, pois de fato, ainda não havia chegado a sua hora.
Então veja, quando olhamos para o curto período do ministério terreno de Jesus, apesar das perseguições, injúrias e embates com os líderes judeus, seu ministério foi um ministério abençoado de curas, libertação e milagres. Porém, o seu objetivo principal com estes sinais era demonstrar que o Reino de Deus, de fato, havia chegado. Para mostrar que o maior poder que ele realizaria na humanidade por meio do seu ministério terreno seria a morte na cruz e por seguida a sua ressurreição, trazendo enfim a libertação definitiva daqueles que poriam a sua fé nele como Senhor e Salvador.
A promessa de Deus e o sacrifício de Jesus não é suficiente para você?
Ao morrer no madeiro, Jesus tomou sobre si as nossas dores e enfermidades, o nosso castigo estava sendo derramado sobre ele, o Mediador da nova aliança.
Portanto, será que ainda necessitamos de cultos de cura, libertação e quebra de maldição com data e hora marcada? Não, pois Jesus já nos libertou, curou e a nossa maldição ele levou sobre si. Será que necessitamos de expulsão de demônios? Não, pois Jesus já venceu o poder de Satanás e o poder das trevas.
Obviamente ainda estamos neste mundo e estamos suscetíveis a doenças, dores e tentações do diabo e aflições da vida. No caso das dores, doenças e enfermidades, uma oração, um tratamento médico ou até mesmo um remédio pode nos auxiliar nisso.
Quando estiver sendo oprimido pelo diabo, podemos orar ao Senhor que virá em nosso auxílio e socorro. Está desempregado ou precisa de uma resolução na justiça? Tenha atitude e distribua currículos, melhore o seu perfil profissional através de cursos livres ou profissionalizantes. Confie a sua causa na justiça de Deus e tenha fé que Ele é o Juiz dos juízes e que a sua justiça não falha!
No entanto, ainda que não haja cura, uma porta de emprego ou resolução de causa na justiça, nenhuma dessas coisas deve nos desanimar em servir ao Senhor com alegria.
Em suma, entenda de uma vez por todas que aqueles que promovem e também aqueles que participam de cultos de cura e libertação, apenas dizem que Deus é mentiroso e a sua promessa não se cumpriu e que o sacrifício de Jesus não foi suficientemente perfeito e necessário para nos trazer a cura, a paz e a libertação. E sendo assim, tais pessoas negam o poder de Deus e o sacrifício perfeito, santo e justo de Cristo Jesus, nosso Senhor.