A provisão celestial – Êxodo 16.1-12 – Parte 2/3

A providência do Maná (vv. 5 ao 8)

“Incrivelmente, a despeito das murmurações, Deus ouviu os israelitas e lhes deu o que pediram. As Escrituras dizem quatro vezes que Deus ouviu a sua murmuração” [1]. Aqui temos um dos episódios mais emblemáticos da jornada dos israelitas pelo deserto. Neste momento da narrativa, vemos como Deus, em Sua infinita graça e cuidado, responde à murmuração e às preocupações do povo de Israel, fornecendo-lhes alimento celestial em meio ao deserto árido. O Deus de toda graça estava prometendo que providenciaria tudo para o seu povo. Sua provisão seria abundante.

No versículo 4, ele disse a Moisés: “Eis que vos farei chover do céu pão”. E, no versículo 12, prometeu que seu povo se “fartaria de pão”.

Aqui vemos Deus usando a mesma palavra para satisfazer a fome que os israelitas usaram no versículo 3, quando falaram sobre quanta comida costumavam comer. Deus prometeu alimentar aquele povo até que estivessem fartos. Meus irmãos, isso não nos mostra outra coisa a não ser a infinita paciência, pois, após toda a sua murmuração, era muito mais o que Israel merecia, porém Deus cumpriu a sua promessa [2].

A promessa inicial de Deus em dar o “pão do céu” é uma demonstração de Sua capacidade de prover de maneira sobrenatural. Isso nos lembra que, em nossa jornada espiritual e na vida em geral, muitas vezes passamos por situações desafiadoras que parecem ser insuperáveis, no entanto, a promessa divina nos assegura que Deus está disposto a intervir em nosso favor, mesmo em circunstâncias extremamente difíceis.

Portanto, é preciso termos a consciência que o Deus ao qual servimos, é fiel. Não se trata de um Deus tratante que está num joguinho com os seus filhos. Ele mostra a nós a sua providência e o seu compromisso para com os seus Eleitos. A fidelidade de Deus para com o seu povo nos mostra que os israelitas comeram do maná durante 40 anos, até entrarem em terra habitável, até chegar aos limites de Canaã. Meus irmãos, precisamos compreender, que nos limites diários de nossa vida, o maná de Deus está sempre caindo sobre nós, entretanto, necessitamos mais do que nunca, sermos totalmente dependentes do maná do céu.

Isso nos dá base para compreender os motivos das instruções dadas nos versículos 5 a 8 que detalhadas, revelam a organização e o propósito de Deus em sua provisão. O texto diz que o maná seria recolhido diariamente, com exceção ao sétimo dia (sábado). Isso traz a nós um único propósito: Confiança diária em Deus e dependência. Deus deseja que sejamos dependentes Dele a cada dia, reconhecendo nossa necessidade contínua de sua provisão. Até mesmo os movimentos mais simples de nosso mover devem estar sobrepostos na dependência de Deus.

Creiamos então, que nossa vida está sobre o cuidado do Senhor. Porém, meus irmãos, o Senhor não realizou esse milagre, pelo simples fato de o povo ter implorado, mas o Senhor providenciou o Maná do céu para mostrar a sua glória, conforme os versículos 7 e 8. Para mostrar que Ele é o Senhor, assim como já tinha se manifestado contra seus inimigos, mas neste caso, Ele mostra para os israelitas que Ele não é apenas Deus como também satisfaria as necessidades de seu povo.

Assim somos nós também, e diante disso, precisamos reconhecer que Ele é o Senhor da glória, assentado em seu Sublime trono, governando todas as coisas e de forma misericordiosa atendendo as nossas aclamações, promovendo a nós o pão do céu.

[1] Ryken, Philip Graham – Estudos expositivos em Êxodo / Philip Graham Ryken; traduzido por Markus Hediger. – São Paulo: Cultura Cristã, 2022. 1ª Edição.

[2] CALVINO, João. – Comentário Bíblico; Antigo Testamento. E-book.