Devocional: Exército dos mortos

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Imagem: Zumbis. Foto da internet [https://www.creativeuncut.com/gallery-14/art/dr-promo-illust1.jpg]

Exército dos mortos

Você provavelmente já assistiu algum filme ou série de televisão sobre zumbis. E todos eles tem basicamente as mesmas características, ou seja, mortos-vivos ou pessoas infectadas por algum vírus misterioso. E de forma progressiva uma invasão global por parte destes monstros acontece, colocando em ameaça a existência de toda a humanidade.

Recentemente a Netflix lançou um filme chamado Exército dos mortos que segue o mesmo roteiro do gênero. Na trama, houve um surto de zumbis em Las Vegas e a cidade precisou ser interditada e consequentemente destruída.


O primeiro filme sobre zumbi a ser lançado foi o clássico White Zombie (Zumbi Branco) de 1932. Mas por incrível que pareça, a cerca dois mil anos atrás a Bíblia já falava sobre zumbis! Se você não acredita eu irei te mostrar. O apóstolo Paulo em sua epístola dirigida à igreja de Éfeso disse:

Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados.[1] (Efésios 2:8 ARA) 


Que imagem o apóstolo Paulo nos apresenta sobre o estado da humanidade: mortos. Sim, a humanidade é um verdadeiro ajuntamento de mortos-vivos. Fazemos os nossos planos, projetos, adquirimos conhecimento, dinheiro, propriedades, fama, prestígio, no entanto, não passamos de mortos-vivos. Estamos separados de Deus espiritualmente, e nesse sentido, toda a humanidade está morta, não importa a idade, o gênero ou a posição social. Somos um exército de zumbis. 

Como nos filmes, toda a causa da infestação zumbi, tem uma causa ou origem, como por exemplo um vírus mortal. Qual seria, portanto, o vírus lançado contra a humanidade? Qual é a causa dessa invasão zumbi? A resposta bíblica é que fomos infectados pelo vírus do pecado de Adão:

Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram.[2] (Romanos 5:12 ARA).


Pelo pecado de Adão, toda a humanidade ficou contaminada. E a nossa natureza se tornou pecadora, perversa e corrupta. Sobre a natureza humana, Calvino comenta:

Essa calamidade recaiu não só sobre o próprio Adão, mas também vicejou em nós, que somos sua semente e progênie. Consequentemente, todos nós que nascemos de Adão somos ignorantes e destituídos de Deus, perversos, corruptos e carentes de todo bem. Eis um coração especialmente inclinado a todas as sortes de mal, saturado de desejos depravados, afeito a eles e obstinado para com Deus […] Portanto, por mais que o homem tenha em si deslumbrante aparência de santidade, isso nada é senão hipocrisia e até mesmo abominação aos olhos de Deus, já que os pensamentos da mente, sempre depravados e corrompidos, armam emboscadas.[3] (Calvino 2018) 

 
Todos nós que nascemos em Adão, possuímos a mesma natureza zumbi. 

Nos filmes, os zumbis não podem continuar existindo, pois a sua existência coloca em risco a integridade em boa parte da humanidade que ainda não foi infectada. 
E eu lhe pergunto, restou alguém íntegro em nosso meio? Restou alguém que não foi infectado pelo pecado de Adão e não se tornou um zumbi? Existe alguém na humanidade livre deste vírus? A Bíblia não se demora em responder:

Como está escrito: Não há justo, nem um se quer, não há quem entenda, não há quem busque a Deus; todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um se quer.[4] (Romanos 3:10-12) 

 
Neste sentido, todos nós merecemos o juízo:

Ora, visto que Deus justamente vinga os crimes, devemos reconhecer que estamos sujeitos à maldição e merecemos o juízo de morte eterna. Aliás, entre nós, não sequer um com vontade ou capacidade de cumprir com seu dever.[5] (Calvino 2018) 

 
Portanto, não existe ninguém livre deste mal. Todos nós merecemos justamente o juízo e a ira de Deus. 

Na maioria dos filmes da franquia de zumbis, alguma solução ou cura é encontrada e de certa maneira tudo acaba bem. E para nós? Qual é a nossa cura? Existe esperança para a humanidade? Sim, e por isso devemos louvar a Deus e render-lhe graças por sua maravilhosa bondade e graça, pois Ele proporcionou a nossa cura. E esta cura se chama Jesus Cristo, o seu Filho Unigênito:

Pois assim como, por uma só ofensa, veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também, por um só ato de justiça, veio a graça sobre todos os homens para a justificação que dá vida.[6] (Romanos 5:18 ARA) 

Em Adão a nossa natureza está morta e infectada pelo pecado e em razão disso. Merecemos justamente o juízo e a condenação. Porém, pelo ato da justiça de Cristo, Deus nos dá vida! Esse ato benevolente de Deus em salvar a humanidade por meio de Cristo, em livrar-nos do caos zumbi, não poderia ser pago com um preço qualquer:

[…] é de tão grande valor que não pode ser pago por qualquer obra nossa. Portanto, nunca pode ser obtido exceto como um dom gracioso.[7] (Calvino 2018) 

Nada do que poderíamos fazer, absolutamente nada, poderia quitar a nossa dívida para com Deus. Nossas obras não passariam de trapos de imundícia (Isaías 64:6). 

Diferentemente dos filmes, ainda não chegamos no fim. Certamente todos quantos creram no coração e confessaram o Senhorio de Cristo, foram enxertados na família do Reino de Deus e passaram a ter uma nova vida e foram religados a Deus espiritualmente. Mas o nosso fim, a nossa maior esperança está naquele grande dia em que a Bíblia nos apresenta, onde enfim, Deus transformará este nosso corpo de miséria e morte, que progressivamente é destruído pela dor, cansaço e fadiga do tempo, na semelhança do corpo de Cristo ressurreto (Filipenses 3:21). Creia nisso! 

O meu desejo e a minha oração é que o Senhor, por meio do seu Santo Espírito nos torne vivos espiritualmente, para que assim possamos buscar e adora-Lo em espírito e em verdade. Amém! 
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Notas:

[1] Todas as passagens citadas neste texto correspondem a versão da Bíblia Almeida Revista e Atualizada. Grifo nosso.

[2] Grifo nosso.
[3] CALVINO, João. Do conhecimento do homem, pp.54,55.
[4] Grifo nosso.
[5] CALVINO, João. Merecemos o juízo de morte eterna, pp.55,56.
[6] Grifo nosso.
[7] CALVINO, João. Remissão gratuita dos pecados, p.106. 
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Referências

Bíblia Sagrada. Traduzida por João Ferreira de Almeida. Revista e Atualizada no Brasil. Bíblia Sagrada. 2ª. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2011.

Calvino, João. Instituição da religião cristã. Tradução: Rev. Valter Graciano Martins. São José dos Campos, Sp: Fiel, 2018. 

  • Autor: John Hebert dos Santos Fidelis, casado e pai de três filhos. Membro da Igreja Presbiteriana em Pinheiral. Bacharel em teologia. Criador do teologicamente. Rio de Janeiro, Brasil.

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