O Reino de Deus e a esperança

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O Reino de Deus e a esperança

Naqueles dias, apareceu João Batista pregando no deserto da Judeia e dizia: Arrependei-vos, porque está próximo o reino do céus. Porque este é o referido por intermédio do profeta Isaías: Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas. Mateus 3:1-3 (ARA).

Declarando o Reino como “chegado”, isto é, aproximando-se, João batista, estava anunciando que a regra do Rei divino estava prestes a vencer o poder e domínio de todo o mal – tanto o humano quanto o do inferno. O “Reino” estava próximo, pois o Rei estava aqui. E sua presença, introduzindo o poder do “Reino de Deus”, significou um novo mundo de potencial esperança à humanidade.

O Novo Testamento registra 137 referências ao “Reino”, e mais de 100 ocorrem durante o ministério de Jesus, à medida que todo seu ensinamento e abordagem como Messias – o Rei-Salvador – centralizam-se neste tema. Mas a que se refere o “Reino”? Refere-se ao domínio soberano de Deus no universo – Ele é o Rei dos céus (Gn 1:1). Calvino comenta que:

O Reino de Deus significa: conduzir e governar seu próprio povo pelo Espírito Santo, a fim de fazer as riquezas de sua bondade e mercê conspícuas em todas as suas obras.[1] (Calvino 2018)

Entretanto, mais especificamente, aqui refere-se ao ingresso do Ungido, anunciado há muito por Deus – o profetizado Messias, o prometido Filho de Davi, que não seria apenas o salvador, o Libertador e Rei de Israel, mas de toda a humanidade. Os “gentios” (ou todos os povos) – toda carne – eram receptores desta esperança prometida (Is 9:6,7; 11:10; 40:5).

Aprendemos com o testemunho de João sobre a vinda do Reino que o homem não precisaria mais ser mantido como refém do domínio da morte sobre a humanidade, resultante do pecado e iniquidade humanos, nem do domínio enfraquecedor dos sistemas humanos opressivos, políticos ou outros.

Além disso, o reino da escuridão seria enfraquecido, e a morte, privação, enfermidade e destruição impostos pelo poder satânico começariam a ser derrubados.

João nos mostra também que para participar deste Reino é necessário o arrependimento e como Rei divino, Jesus oferece a benção do domínio divino, agora disponível para trazer a vida à toda a experiência humana, bem como a libertação do domínio da carne ou do Diabo.


Notas:

[1] CALVINO, JOÃO. Oração do Pai Nosso segunda petição, p.191.

Calvino, João. Institutas da Religião Cristã. São José dos Campos, SP: Fiel, 2018.