Apocalipse: As eras e o Milênio

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Apocalipse: As eras e o Milênio

Em seu Sermão Escatológico, encontrado em suas respectivas versões nos três Evangelhos Sinóticos (Mateus, Marcos e Lucas), Jesus aponta para vários sinais que precederiam a sua vinda; tais sinais variavam desde a destruição de Jerusalém em 70 d.C. até guerras, pestes, fomes e o “Abominável da Desolação” – fazendo referência à profecia de Daniel (cf. Dn 9:27/ 11:31/ 12:11). Após essas e outras calamidades “Então se verá o Filho do homem vindo nas nuvens com grande poder e glória” (Mc 13:26).

Contudo, mesmo tendo Jesus dado sinais acerca de sua vinda, parece não haver um consenso quanto a interpretação dos mesmos, de modo que as várias correntes interpretativas da escatologia cristã ainda perduram, sendo poucas as vezes em que há alguma concordância entre elas. Isso, conforme mencionamos no artigo anterior, é devido ao modo como cada linha interpretativa lê e entende os vários textos escatológicos. Mencionamos a linha historicista, que por sua vez busca interpretar as profecias apocalípticas tentando enquadra-las em momentos específicos da história que parecem apontar para o que o texto bíblico está dizendo, assim, em vários momentos tivemos anticristos distintos e várias marcas da Besta (cartão de crédito, chips, etc.); essa linha interpretativa busca se adequar ao momento em questão e o compara com o que diz a Bíblia. O erro disso, como já falamos, é que se atribui um caráter muito subjetivo ao texto escatológico, de modo que é o mesmo que afirmar que a Bíblia pode significar praticamente qualquer coisa.

Hoje vivemos num contexto de tensão mundial – ainda que não seja novidade alguma – as tensões no leste europeu chegaram a uma situação complicada e uma guerra já está em curso, e certamente os teólogos de linha historicista não perderam tempo e já começaram a anunciar que essa guerra está ligada aos “rumores de guerra” ditos por Jesus, mais uma vez vemos o uso da fórmula “isto é aquilo”, ou seja, os conflitos na Europa tem que ser o cumprimento imediato da profecia de Cristo, de modo que o fim do mundo é iminente. Nossa resposta para isso é “não necessariamente”, Cristo foi claro ao dizer “Vocês ouvirão falar de guerras e rumores de guerras, mas não tenham medo. É necessário que tais coisas aconteçam, mas ainda não é o fim.” (Mateus 24:6). De fato, aqui defendemos que as tensões na Europa de hoje estão dentro da profecia de Jesus, assim como várias outras guerras e conflitos também estiveram, e assim como os possíveis conflitos futuros que virão até a volta de Cristo. Não observamos a história como uma grande loteria escatológica, apostando em qual momento será aquele momento derradeiro em que todas as profecias apocalípticas irão se cumprir. Buscamos então nos guiar pelo contexto do Apocalipse, e sua interpretação simbólica; não se pode ter pressa ao interpretar tais textos, pois assim acabamos por transformar nosso estudo em mera adivinhação.

Nesse segundo artigo iremos tratar acerca do Milênio e como sua interpretação nos auxilia a observar as demais profecias e evitar cair na tentação de fazer comparativismo apressados. Recentemente o Pr. Rodrigo Mocellin, da Igreja Resgatar em São Paulo, disse o seguinte: “Jesus disse para não nos espantarmos com guerras e rumores de guerras, pois seria o princípio das dores, não o fim. Mas basta estourar uma guerra para que um pastor contradiga Jesus e marque o fim do mundo para amanhã”. Fazemos das palavras do pastor as nossas.

 1. O Milênio

Em Apocalipse 20 encontramos o texto que dá base ao chamado “milenarismo”, ou seja, o estudo do período de tempo em que Satanás estará preso e Cristo reinará em glória com seu povo. O texto na integra diz o seguinte:

Vi descer dos céus um anjo que trazia na mão a chave do Abismo e uma grande corrente. Ele prendeu o dragão, a antiga serpente, que é o Diabo, Satanás e o acorrentou por mil anos; lançou-o no Abismo, fechou-o e pôs um selo sobre ele, para assim impedi-lo de enganar as nações até que terminassem os mil anos. Depois disso é necessário que ele seja solto por um pouco de tempo. Vi tronos em que se assentaram aqueles a que havia sido dada autoridade para julgar. Vi as almas dos que foram decapitados por causa do testemunho de Jesus (…) Eles ressuscitaram e reinaram com Cristo durante mil anos. (Ap 20: 1-4).

Notamos que uma interpretação literal desse texto é extremamente atraente, e não é a toa que a maioria dos cristãos hoje tem a tendência de se deixar levar por uma interpretação literal do Milênio, assim, para estes, haverá um tempo no futuro em que Jesus reinará fisicamente na terra com a sua igreja, nesse tempo Satanás não terá poder para agir e por mil anos a terra viverá em paz, até que ao fim desse tempo o diabo será solto e volte para guerrear contra Cristo e a igreja.

Há alguns problemas com essa interpretação, e nem me refiro aqui ao fato dela criar uma oposição quase que igual entre Cristo e o diabo, dando assim a Satanás certo prestígio. Contudo, vemos aqui problemas quanto a interpretação desse texto por si só. Primeiramente, por que o reino milenar deve ser literal? O restante da bíblia aponta para um reino literal de mil anos?

Aqui defendemos a chamada posição amilenista, a qual crê que o milênio de Apocalipse 20 não é literal, e que na verdade já estamos vivendo esse período que, necessariamente não significa mil anos literais, mas sim um período de tempo indeterminado que está entre a ascensão de Cristo há dois mil anos e sua segunda vinda cujo dia e hora não sabemos. Assim, o amilenismo se baseia na obra de Cristo e que esta já estabeleceu seu reino, de modo que tudo o que acontece entre a primeira e a segunda vinda é o milênio escatológico.

A posição historicista de interpretação sempre esteve ligada ao pré-milenismo histórico, ou seja, de que o arrebatamento da igreja seria antes da grande tribulação, e posteriormente Cristo estabeleceria na terra um reinado literal de mil anos. Alguns pais da igreja, tais como Justino, Irineu e Hipólito seguiram por essa linha de pensamento, no entanto, depois do terceiro século essa posição foi abandonada, sendo retomada apenas depois do século XII com teólogos como Joaquim de Fiore, Rupert de Deutz e outros (LIMA, 2012:26).

No entanto defendemos que essa posição historicista/pré-milenista não está de acordo com os escritos bíblicos, e para defender isso iremos aqui abordar brevemente alguns textos escatológicos que acreditamos defender a ideia de que o Milênio já começou e que Cristo já reina.

2. A prisão de Satanás

Esse ponto é de vital importância para os críticos do amilenismo, pois afinal, como o diabo já está preso se tanta coisa ruim ainda acontece? Como podemos estar no Milênio – onde, segundo Apocalipse 20, o diabo estaria aprisionado – com tanta atividade demoníaca ainda atividade? Cremos que o texto de Marcos 3:22-27 pode nos ajudar a elucidar essa questão. Segundo o Evangelho de Marcos:

E os mestres da lei que haviam descido de Jerusalém diziam: “Ele está com Belzebu! Pelo príncipe dos demônios é que ele expulsa demônios”. Então Jesus os chamou e lhes falou por parábolas: Como pode Satanás expulsar Satanás? Se um reino estiver dividido contra si mesmo, não poderá subsistir. Se uma casa estiver dividida contra si mesma, também não poderá subsistir. E se Satanás se opuser a si mesmo e estiver dividido, não poderá subsistir; chegou o seu fim. De fato, ninguém pode entrar na casa do homem forte e levar dali os seus bens, sem que antes o amarre. Só então poderá roubar a casa dele. (Mc 3:22-27).

O texto apresenta o episódio em que, após expulsar um demônio de um jovem, os mestres da lei alegaram que Jesus retirava tal poder dos demônios, fazendo inclusive referência a Belzebu, “o maioral dos demônios”. A resposta de Jesus foi que Satanás jamais usaria seu poder contra si próprio, de modo que o que eles estavam testemunhando era algo novo, era o próprio Deus, não compactuado com o diabo, mas sim vencendo-o em seu próprio território, impedindo-o de fazer o que ele podia antes fazer livremente; por essa razão Jesus cita uma pequena parábola no v. 27: “De fato, ninguém pode entrar na casa do homem forte e levar dali os seus bens, sem que antes o amarre. Só então poderá roubar a casa dele.”. Antes de ser finalmente despojado na cruz, Satanás desde já seria “amarrado” a fim de que seus “bens” lhe fossem tomados, ou seja, a expulsão de um demônio representaria a limitação do diabo e sua incapacidade de agir como sempre agiu, isso por si só, já era o aprisionamento de Satanás.

Essa ideia da limitação do poder dos demônios como sendo a prisão do diabo, também encontra eco em Lucas 10:17-19: “Os setenta e dois voltaram alegres e disseram:Senhor, até os demônios se submetem a nós, em teu nome’. Ele respondeu: ‘Eu vi Satanás caindo do céu como relâmpago. Eu lhes dei autoridade para pisarem sobre cobras e escorpiões, e sobre todo o poder do inimigo; nada lhes fará dano.’.” (Lc 10:17-19). Aqui vemos a mesma ideia, os discípulos estavam animados porque haviam conseguido ter autoridade sobre os espíritos malignos, algo que não era comum anteriormente, e nisso Jesus diz “não se admirem”, “eu já vi o diabo caindo e vencido”, e mais, “eu lhes dei poder”. Vemos agora aquele considerado como “príncipe das trevas”, e que um dia já foi um dos anjos de Deus, sendo comandado pelos homens, os mesmos que Satanás tentou e ajudou a provocar a queda no Éden; isso, para a visão amilenista, já demonstra a prisão de Satanás, pois seu poder foi limitado, o “valente foi amarrado”, mas não para por aí.

3. Os selos e a “Era da Igreja”

O poder limitado do diabo pode ser relacionado com sua prisão também de outras passagens bíblicas; vemos em Apocalipse 20, que João escreve que o diabo seria aprisionado e não mais poderia enganar as nações, no entanto, vemos que o diabo ainda é um enganador, como então poderia estar preso se continua a agir? Como vimos anteriormente, a forma como entendemos a “prisão” de Satanás irá definir como entendemos o Milênio.

Recorreremos aqui a uma ordem cronológica dos acontecimentos a fim de poder explicar como  o texto de Apocalipse 20 já está em vigência nos dias de hoje, na verdade, já está há pelo menos dois mil anos.

Em Apocalipse 5 João vê o Cristo glorificado no céu, e também um livro selado com sete selos, os quais somente o Cordeiro era digno de abrir; e por que só o Cordeiro era digno? O texto responde: “Tu és digno de receber o livro e de abrir os seus selos, pois foste morto” (Ap 5:9a). Note que a obra de Cristo e sua vitória na cruz são o cerne de tudo, Jesus venceu, e por isso é digno de abrir o “livro”, ou seja, de revelar todo o plano da salvação a humanidade, e ele irá fazer isso comprando gentes de toda língua, tribo, povo e nação (Ap 5:9b). O reino de Cristo então é inaugurado a partir do momento em que, na cruz, e no derramar do seu sangue, o Evangelho começa a ser pregado e povos de todas as culturas começam a ser alcançados, e não mais apenas judeus. A prova disso, é que o capitulo seis se inicia com Jesus abrindo os sete selos, e aqui defendemos que esses selos em sua totalidade representam a “Era da Igreja”, o tempo que está entre a ascensão de Cristo e sua gloriosa coroação no céu, e sua segunda vinda, também gloriosa, para buscar sua igreja e inaugurar os novos céus e a nova terra.

Vemos então a abertura dos quatro primeiros selos, onde surgem, de forma simbólica, os tão conhecidos Quatro Cavaleiros do Apocalipse. O primeiro, cavalgando um cavalo branco, representa o Evangelho, e que vem “vencendo para vencer”, ele possui um arco que atira flechas e assim alcança muitos e em longas distâncias; aqui defendemos que esse cavaleiro é a continuação óbvia do que já estava acontecendo, primeiro Jesus afirma que o diabo já havia sido contido, ele não teria mais o poder que teria para enganar as nações, agora o conhecimento do Deus verdadeiro não estaria restrito somente à Israel, o mundo não era obrigado a viver somente com o paganismo, pois Cristo comprou com seu sangue gentes de todos os povos, assim, o primeiro cavaleiro é a manifestação da autoridade que Jesus deu aos seus discípulos para pregar, lembrando aqui o que o Senhor havia dito no famoso texto da “Grande Comissão”: “Então, Jesus aproximou-se deles e disse: ‘Foi-me dada toda a autoridade no céu e na terra. Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo’.” (Mt 28:18,19). Só podemos pregar o Evangelho porque antes de tudo todo poder foi dado a Cristo nos céus e na terra, e eis aí o primeiro cavaleiro, o primeiro selo inaugurando o reino milenar de Cristo, reino este marcado pela incapacidade de Satanás de impedir a pregação do Evangelho; por mais perseguições que existam, por mais mártires que surjam, o Evangelho continua flechando gentes de todos os povos, e é assim que o diabo está impedido de enganar as nações, pois seu poder foi limitado pela obra de Cristo – lembrando aqui que “limitado” não é “inativo”, o diabo pode agir contra a igreja, mas não tem mais o poder de impedir que o Deus verdadeiro, que o Evangelho sejam conhecidos por todos os povos.

Os próprios discípulos reconheceram que o reino de Cristo já havia começado há dois mil anos, e a evidência disso era a conversão dos gentios. Em Atos 15, Tiago, irmão de Jesus, interpreta a profecia de Amós 9:11, 12 exatamente deste modo:

Quando terminaram de falar, Tiago tomou a palavra e disse: “Irmãos, ouçam-me. Simão nos expôs como Deus, no princípio, voltou-se para os gentios a fim de reunir dentre as nações um povo para o seu nome. Concordam com isso as palavras dos profetas, conforme está escrito: ‘Depois disso voltarei e reconstruirei a tenda caída de Davi. Reedificarei as suas ruínas, e a restaurarei, para que o restante dos homens busque o Senhor, e todos os gentios sobre os quais tem sido invocado o meu nome, diz o Senhor, que faz estas coisas’ conhecidas desde os tempos antigos. “Portanto, julgo que não devemos pôr dificuldades aos gentios que estão se convertendo a Deus. (At 15:13-19)

Diferentemente do que dizem os defensores das outras posições milenaristas, Cristo não precisaria reinar literalmente, de física no trono de Davi em Jerusalém, pois os próprios discípulos reconheceram que o reino de Cristo no trono de Davi era na verdade seu governo sobre todos os povos que cressem no Evangelho, fossem judeus ou gentios. Por isso, no amilenismo, cremos que esse reino já é presente, pois Cristo já retém poder e autoridade, e ele nos passou tal autoridade a fim de que todos os povos recebam o Evangelho e assim muitos sejam salvos.

4. Como será o Milênio?

Muitos usam os textos de Isaías a fim de definir o Milênio terrestre e literal como algo futuro. Isaías 11, por exemplo, diz:

O lobo viverá com o cordeiro, o leopardo se deitará com o bode, o bezerro, o leão e o novilho gordo pastarão juntos; e uma criança os guiará. A vaca se alimentará com o urso, seus filhotes se deitarão juntos, e o leão comerá palha como o boi. A criancinha brincará perto do esconderijo da cobra, a criança colocará a mão no ninho da víbora. (Isaías 11:6-8).

Cremos, no entanto, que este texto trate tão somente da restauração da terra após a Queda. Paulo escreve que a criação anseia pela sua redenção (cf. Rm 8:19-22), ou seja, Isaías está falando não de um reino milenar literal, mas sim dos novos céus e nova terra, ou seja, a restauração da criação após a glorificação dos eleitos, e isso só se dará após a volta de Cristo e a consumação de todas as coisas.

Como então será o Milênio? Ele será exatamente como o mundo é hoje. Voltemos a Apocalipse 6, e vejamos os outros selos. Após o cavaleiro do cavalo branco surgem mais três, respectivamente os cavaleiros dos cavalos vermelho, preto e amarelo, os quais simbolizariam as guerras, a fome e a escassez, e a morte generalizada causada pelas doenças, as guerras os animais selvagens, acidentes, etc. Se o primeiro cavaleiro abre a “Era da Igreja”, esta marcada pela pregação do Evangelho a todos os povos, os demais cavaleiros são o que se segue a isso, ou seja, tudo o que vem acontecendo na terra desde que Cristo subiu aos céus e o evangelho começou a ser pregado, por isso, cada guerra, cada pandemia, cada crise de escassez e a mortandade ocasionada por tudo isso, não são necessariamente sinais iminentes do fim dos tempos, mas sim, sinais evidentes de que as palavras de Cristo são fieis verdadeiras. Vemos então que o capítulo seis termina com a abertura dos demais selos, que culminam com o fim do mundo e o julgamento dos ímpios, ou seja, entre o primeiro e o último selo vemos exatamente toda uma era, e era esta que comporta todos os acontecimentos entre a primeira e a segunda vinda de Cristo, quando o evangelho começou a ser pregado e quando ele irá cessar, quando então a Ira do Cordeiro cairá sobre aqueles que o rejeitaram.

Conclusão

Nosso objetivo foi demonstrar o porquê de crermos ser a posição amilenista mais condizente com a Escritura, sobretudo porque vemos uma crescente histeria no que condiz ao pensamento historicista, e isso aponto de colocarem a prova as palavras de Jesus, já marcando fim do mundo para amanhã, quando Jesus disse categoricamente que “ainda não é o fim”.

Cremos que toda posição escatológica é questionável, de modo que aqui não pretendemos colocar nossa posição acima de qualquer outra, no entanto pautamos nossa argumentação naquilo que acreditamos ser mais próximo da Escritura e, ao mesmo tempo, mais coerente com a história bíblica.

Assim, que esse texto possa lhe ajudar a entender melhor as coisas que ainda hão de vir, e também as que já estão acontecendo, e independentemente de sua visão escatológica, que estejamos unidos na oração “Maranata, ora vem Senhor Jesus”.

 


Bibliografia

A Bíblia Sagrada. Nova Versão Internacional, São Paulo: Vida, 2007.

LADD, George. Apocalipse. Introdução e Comentário. São Paulo: Vida Nova, 2014.

____________. Teologia do Novo Testamento. São Paulo: Hagnos, 2014.

LIMA, Leandro. Apocalipse como literatura: Um estudo sobre a importância da análise da arte literária em Apocalipse 12-13. Tese de doutorado: Universidade Presbiteriana Mckenzie, São Paulo, 2012.

OSBORNE, Grant R. Apocalipse. Comentário Exegético. São Paulo: Vida Nova, 2014.