O diagnóstico da murmuração

Multidão, pessoas, ingratidão
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O diagnóstico da murmuração

O texto de Números 21. 4,5 nos diz:

Então, partiram do monte Hor, pelo caminho do mar Vermelho, a rodear a terra de Edom, porém o povo se tornou impaciente no caminho. E o povo falou contra Deus e contra Moisés: Por que nos fizeste subir do Egito, para que morramos neste deserto, onde não há pão nem água? E a nossa alma tem fastio deste pão vil. (ARA)

Esta passagem nos dá algumas lições sobre o pecado da murmuração e da ingratidão. O primeiro diagnóstico da murmuração é a:

Busca por justificativas.

O texto segue dizendo: “Então, partiram do monte Hor, pelo caminho do mar Vermelho, a rodear a terra de Edom” (v.4a). O primeiro diagnóstico é a busca por justificativas. O texto nos diz que o povo começou bem. Após a batalha e a vitória de Israel contra o rei de Arade, que habitava em Neguebe, o povo partiu do monte Hor. Mas o Senhor os havia proibido de passar pelas fronteiras de Edom e por essa razão o povo precisou rodear a terra. E por esse motivo justo e correto, o povo começa a ir mal.

O texto continua dizendo que: “Porém o povo se tornou impaciente no caminho” (v.4b). O povo ficou irritado pela longa jornada que haveriam de passar. A melhor expressão para impaciente neste texto é desencorajado, desanimado, com pavio curto. Olhando o texto num primeiro momento até que faz sentido o povo se sentir impaciente, desanimado. Pois é como se eles estivessem ficando cada vez mais distante da terra de Canaã. O povo olhou a ordem de rodear a terra de Edom e passar pelo mar Vermelho como se eles tivessem que voltar para onde eles vieram e começar a jornada novamente.

Todavia, não faz sentido a irritação do povo. Foi uma irritação banal, sem sentido. Pois como veremos mais adiante, constantemente o povo pedia a Moisés para retornar ao Egito. E se eles tivessem que retornar para o Egito eles passariam pelo mar Vermelho. Veja que a impaciência e o desanimo foi usado como justificativa para a murmuração. A murmuração começa num coração que busca por justificativas.

O segundo diagnóstico da murmuração é a:

Soberba.

O texto segue dizendo que: “E o povo falou contra Deus e contra Moisés” (v.5). A indignação e a soberba do povo foram tamanhas que eles blasfemaram abertamente contra Deus que os havia tirado da terra do Egito com mão forte e contra Moisés, o servo que o Senhor havia levantado para liderar o povo. A soberba foi tamanha que eles estão dizendo que são muito mais sábios do que Deus. O texto diz: “Por que nos fizestes subir do Egito, para que morramos neste deserto, onde não há pão e nem água?” (v.5). Nas entrelinhas o povo está dizendo que faria muito melhor do que Deus.

A soberba e a blasfêmia foram tamanhas que eles murmuraram contra a provisão que Deus os dava constantemente. O texto diz: “E a nossa alma tem fastio deste pão vil” (v.5). Veja o peso dessas palavras. O povo está dizendo que detestava, sentia repugnância, aversão, pavor, e que abominava aquele pão enviado por Deus. O povo está declarando abertamente que só comia o maná porque não havia coisa melhor para comer.

O povo estava dizendo que a comida que eles ganhavam no Egito sob o custo da servidão era melhor do que a que eles estavam ganhando de graça e debaixo da provisão paternal de Deus. Então veja que no decorrer da caminhada, o povo estava colocando para fora a ingratidão e a soberba que estava em seus corações.

O povo começa a murmurar a partir do capítulo 11 de Números. Em Números 11.4 eles anseiam pela comida dos egípcios. Números 14.1,2 eles murmuram após o relatório dos espias. Em Números 16.41 murmuram após a morte de Corá e seu grupo. Em Números 20.3,11 o povo reclama de sede e Moisés fere a rocha. Aqui não foi a soberba de Moisés que o impediu de entrar na terra prometida, mas a blasfêmia. Porque aquela rocha representava Jesus.

Neste texto de Números 21.5 temos o ponto alto da soberba do povo. O povo blasfema diretamente contra Deus. É como se eles estivessem dizendo que Deus não sabe o que faz. Que os propósitos eternos de Deus são passíveis de questionamentos e até mesmo passível de erro.

Conclusão

Qual a justificativa que buscamos em nosso coração para a murmuração?

Você poderia dizer, eu sou assim porque eu nasci pobre, porque eu não tive oportunidades na vida, eu não tenho muita inteligência, eu não tenho a casa ou o carro que gostaria de ter, não tenho o celular do ano, eu fui um adotado, eu não estudo ou não me formei na faculdade que gostaria de obter o diploma, estudar, são muitos os motivos que podemos encontrar para murmurar.

Entenda que não estou invalidando os sentimentos. Entretanto, perceba que por vezes buscamos justificativas para murmurar, para reclamar? Já percebeu que sempre buscamos um jeitinho para achar tudo decepcionante, para queixar-se? Haveremos nós de questionar os caminhos de Deus? Podemos nós escrever uma história melhor do que Ele já tem escrito para cada um de nós?

Devemos nos atentar pelo fato de que a murmuração é um ato de ingratidão que surge de nossos corações contra o próprio Deus. Ou seja, a murmuração é um ato de ingratidão essencialmente contra Deus.

Portanto, façamos uma reflexão: De que maneira temos nós murmurado contra o favor e os caminhos eternos de Deus? Você poderia fazer melhor do que Deus?

Ainda que tenhamos todos os motivos para murmurar, o Senhor derrama sobre nós o seu bálsamo, o seu refrigério. E por isso, devemos ser pessoas mais agradecida pela vida, pelo que temos e por aquilo que não temos. Ele tem cuidado do seu povo. Mateus 6.31-34 nos diz:

Portanto, não vos inquieteis, dizendo: Que comeremos? Que beberemos? Ou: Com que nos vestiremos? Porque os gentios é que procuram todas estas coisas; pois vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas elas; buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas. Portanto, não vos inquieteis com o dia de amanhã, pois o amanhã trará os seus cuidados; basta ao dia o seu próprio mal (ARA)

Dar graças ao Senhor é o que Ele deseja de cada um de nós: “Em tudo, dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco”. 1ª Tessalonicenses 5.18 (ARA).

Se muitas vezes nos sentimos desanimados, aflitos, cansados, a melhor recomendação não é, e nunca será a murmuração, mas lançar sobre Ele toda a nossa ansiedade: “Lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós”. 1ª Pedro 5.7 (ARA).

Que o Senhor abençoe o seu povo. Amém!