O prazer da adoração pública

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O prazer da adoração pública

“Alegrei-me quando me disseram: Vamos à Casa do SENHOR.” (Salmo 122.1 – ARA)

Os versos em causa apresentam a reação de Davi ao convite que recebeu de ir à Casa do Senhor. A expressão “Casa do SENHOR” faz referência ao Tabernáculo que estava em Jerusalém. Lembre-se que o Templo nesta ocasião ainda não existia. Quando Deus tirou o povo de Israel do Egito, ele havia ordenado a Moisés a construção do Tabernáculo. Este foi feito no tempo de Moisés, e agora está aqui, na terra prometida, na cidade de Jerusalém

A palavra Tabernáculo em Hebraico deriva do verbo habitar. Quando Deus ordenou a construção do Tabernáculo, ele tinha em vista a sua habitação no meio do seu povo (Ex 25.8) Como tal, o Tabernáculo era o lugar designado para a adoração, como aponta o verso 4.

Qual foi a reação de Davi ao ser convidado para ir à Casa do Senhor? Alegria. Davi se alegrou com o convite. Ainda que ocupando uma posição de destaque em Israel, sendo o rei, seu maior deleite se achava em ir à Casa do SENHOR com aqueles que ele governava. Aqui Davi expressa seu prazer pela adoração pública.

Davi como rei é um tipo de Cristo, e sua alegria pela adoração pública nos lembra da alegria do grande Rei, Jesus Cristo. Embora sendo Rei, Jesus Cristo também se alegra em congregar com seus irmãos. O evangelho de Lucas nos informa que era o costume de Jesus ir à Casa do Senhor (Lc 4.16). E em Hebreus 2.12 é citado a sua alegria pela adoração pública “A meus irmãos declararei o teu nome, cantar-te-ei louvores no meio da congregação”.

Irmãos, a alegria pela Casa do Senhor é uma das marcas de alguém que ama a Igreja. Um verdadeiro crente é marcado pelo prazer que tem pela adoração pública. Pois não se trata de um mero congregar, mas de estar diante do Senhor, na companhia dos nossos queridos irmãos, para adorar aquele que é o Rei do universo, aquele que nos redimiu dos nossos pecados e firmou uma aliança conosco pelo sangue de seu bendito Filho Jesus.

Além do espírito de alegria com que devemos obter ao irmos à Casa do Senhor, este verso também apresenta a ideia de nos estimularmos uns aos outros para a adoração pública. Sobre isso, o puritano Matthew Henry fez uma excelente reflexão:

“É a vontade de Deus que o adoremos em conjunto, que muitos se juntem a fim de servi-lo em ordenanças públicas. Devemos adorar a Deus em nossa casa [culto particular e familiar], mas isso não é suficiente, devemos [ir] a Casa do Senhor para prestar nossa homenagem a Ele lá, e não deixando a nossa congregação. Devemos não só concordar uns com os outros, mas também estimular e incitar uns aos outros a ir adorar a Deus em público. Vamos, não: ‘Tu vais e ora por nós, ficaremos em casa’; mas eu também irei (Zc 8.21). Não: ‘Você vai antes, nós iremos quando quisermos’; mas: ‘Vamos juntos para a honra de Deus e nossa mútua edificação e encorajamento'”(1)

Adorar a Deus na companhia dos nossos irmãos é o maior privilégio que temos nesta terra. Não existe nada comparado a isso. Joseph Pipa, tratando dos privilégios do Dia do Senhor escreve:

“Se você começar a compreender os privilégios do sábado cristão como o dia da feira da alma, esse será o seu dia predileto. Aguardado mais do que o sábado do calendário, um dia mais alegre do que seu aniversário, mais repousante do que as férias. É o dia do Senhor e o primeiro pensamento consciente da manhã deve ser: ‘Este é o dia que o Senhor fez regozijemo-nos e alegremo-nos nela’ (Sl 118.24)'”(2)

 


Referências:

1- HENRY, Matthew. Comentário Biblico do Antigo Testamento: Jó a Cantares de Salomão. 1a ed. RJ: CPAD, 2010, p.660.

2- PIPA, Joseph. O Dia do Senhor. SP: Os Puritanos, 2000, p.50.